Três

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Mais uma vez, acordei sem saber onde estava, mas rapidamente me localizei. A bagunça a minha volta indicava que estava no dormitório na escola. Olhei para o despertador que marcava oito horas. Eu estava atrasada – até aí nenhuma novidade. Procurei meu uniforme por toda a parte na bagunça do quarto e o encontrei jogado em cima do vaso de eucalipto que mamãe havia me dado há alguns dias. Vesti-me correndo e penteie os cabelos rapidamente deixando-os soltos pelas costas.

Uma batida na porta me fez franzir as sobrancelhas e deixar o rímel, que antes estava na minha mão, cair no chão. Abri a porta e um sorriso lento surgiu nos meus lábios.

- Ora, ora, olha quem resolveu visitar a irmãzinha depois de algumas semanas. – falei encostando-me à porta.

- Me falaram sobre o incêndio. – anunciou tocando meu rosto e me puxando para os seus braços. – Como você está?

- Eu estou bem. – respondi fechando os olhos e deixando ser abraçada por ele. – Mas Brice e Dani não estão muito bem pelo que sei.

- Fiquei sabendo que Dani já saiu da enfermaria, a vi conversando com alguns amigos próximos daqui. – confortou-me entrando no quarto e fechando a porta.

- E Brice?

- Não tive mais notícias dele do que você teve. – respondeu sentando-me no seu colo. – Fiquei tão preocupado com você, Katri. Quando papai me ligou contanto o que havia acontecido, peguei o primeiro avião de volta para Nova York.

- Oh, Adam! – o abracei mais forte e deitei a cabeça no seu peito. – Não precisava preocupar-se comigo deste jeito, um telefonema já era o bastante.

- Você mentiria para mim que está bem, assim eu posso ver como você realmente está.

- Eu estou bem, mas Brice não está.

- Já tentou ir visitá-lo? Marci me contou o que você fez para salvar a vida dele.

- Ele teria feito o mesmo por mim em uma situação como aquela.

- Mesmo assim foi arriscado.

- Não mais do que perder ele.

- Você realmente gosta dele, não é?

- Ele era meu namorado e agora é meu melhor amigo. Seria impossível não gostar dele.

- E o que acha de ir visitar ele?

- Eu terei que sair escondida da escola. Dragão Carson não vai me deixar sair por um bom tempo por causa do que rolou desta vez. – contei usando o apelido que todos os alunos haviam dado a diretora Carson por ela nós lembrar um dragão quando estava brava.

- E isso não vai impedir você de sair, vai? – perguntou com um sorrisinho cúmplice.

- Você está falando com Katrina Benevok, irmãozinho, um castigo não me impede de nada. – respondi, sorrindo confiante.

- Essa é minha irmãzinha! – disse beijando meus cabelos e depois franzindo as sobrancelhas. – Essa foi à única punição que ela deu?

- Não. Além de não poder pôr o pé para fora desta prisão, eu terei que ajudar professores a dar aulas. – respondi com uma careta.

- Eu acho que o Dragão Carson acabou de perder a cabeça. Você dando aulas? Isso não é algo muito bom.

- Não vou dar aulas, eu vou ajudar a dar as aulas.

- Sabe que de uma coisa para outra não tem muita diferença, não é?

- Eu sei, mas prefiro pensar que tem.

KatrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora