Capítulo I

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(Enzo)

Suspirei enquanto afrouxava a gravata e olhava a pilha depapeis em cima da minha mesa, por mais que eu ame o meu trabalho ele consegue ser muito cansativo, mas vale a pena. Peguei um formulário para terminar de analisar quando ouço alguém entrar na minha sala.

- Tenho um serviço pra você - meu pai diz e eu levanto minha cabeça para olha-lo.

Ele estava com um dos seus ternos pretos e uma gravata azul, para um senhor com quase sessenta anos ele estava em boa forma. Nós somos bem parecidos fisicamente, ambos somos altos e temos olhos verdes, porém graças a minha mãe a minha cor de pele é mais morena.

Estranhei a sua presença na minha sala, geralmente ele estava sempre ocupado com algo importante na empresa, por ser o presidente.

- Se o senhor não percebeu, eu estou fazendo um serviço já, um bem grande por sinal - lhe disse apontando para a minha mesa.

- É algo importante - falou com a voz firme, isso não é um bom sinal.

- O que é?

- A polícia federal nos contratou para uma investigação, estão à procura de um grupo de agiotas que emprestam dinheiro a pessoas desesperadas e depois cobram com juros enormes, o que é um problema já que muitas vezes essas vítimas não conseguem pagar e acabam se sujeitando a coisas horríveis para acabar com as dívidas.

O olhei intrigado, era um caso realmente grande e importante. Não é a toa que nos contrataram para a resolução dele.

- Que tipo de coisa o senhor está falando? - perguntei enquanto me ajeitava na poltrona.

- Bem... - ele fez uma careta antes de voltar a falar - Existem muitas coisas que podem acontecer com essas vítimas, mas, na maior parte dos casos, eles obrigam garotas que possuem algum vínculo afetivo com eles à se venderem, algumas são forçadas a serem dançarinas ou garotas de programa, existem casos extremos que eles até vendem ou alugam elas como se fossem objetos.

Travei o maxilar, não podia acreditar, como alguém era capaz de tamanha crueldade, fechei os punhos com raiva, eu definitivamente vou fazer de tudo pra botar os culpados atrás das grades. Encarei o meu pai e lhe perguntei com convicção:

- Por onde eu tenho que começar?

...

Tive uma longa reunião com as pessoas envolvidas no caso, nós passamos horas discutindo como pegariamos os agiotas. Eles tinham um enorme clube chamado Secret's, aonde as garotas eram obrigadas a dançar, decidimos que começaríamos a investigação por lá. Após um tempo decidimos que enviaríamos um espião, que acabou por ser eu.

Ao sair da empresa fui imediatamente para o local, tirei a gravata e o terno antes de sair do carro, ficando apenas com a camisa social azul cobrindo o meu tronco.

Ao entrar na 'boate' percebi que era espetacular, transmitia luxo e luxuria por todo lugar. As paredes em sua maioria pretas e cobertas em algumas partes por cortinas vermelhas. Existiam pequenos palcos onde mulheres dançavam seminuas, com um amontoado de homens ao redor jogando dinheiro para elas. Na lateral do edifício havia um bar enorme com uma grande variedade de bebidas que eram servidas por mulheres que usavam uniformes minúsculos. O local era cheio de seguranças, com certeza para evitar que alguma dançarina pedisse ajuda e contasse para alguém o que realmente acontecia ali.

Todas as mulheres eram incrivelmente bonitas e gostosas. Sinceramente só de olhar pra elas já senti o meu pau começar a latejar dentro das calças, tive que me lembrar de que eu já não era um adolescente no auge da puberdade.

Liberta-meOnde histórias criam vida. Descubra agora