(Alicia)
Estou saindo de casa, hoje é o meu terceiro dia no trabalho novo e mesmo sendo um pouco longe o salário é ótimo para uma simples cozinheira e com ele eu finalmente vou conseguir pagar os remédios do meu pai, sem ter que pegar emprestado ou fazer dívidas.
Chego na mansão e já são 7:15, entro na cozinha pelas portas do fundo e vou vestir o uniforme, quando retorno à cozinha encontro Helena, a governanta, que já está com seu uniforme e com uma bandeja nas mãos.
-Alicia, Emily não pode vir hoje por estar doente por isso eu e você teremos mais trabalho aqui na cozinha. –Diz Helena colocando a bandeja no balcão.
-Sem problemas. – Digo demonstrando eficiência preciso desse emprego e não vou desistir dele por qualquer coisa.
-Porque será que eu não te encontrei antes hein? –Diz Helena sorrindo eu retribuo o sorriso, e já pergunto o que eu devo começar a fazer.
-Você pode levar esse café que o doutor Enzo pediu, ele está na biblioteca. –Ela diz apontando para a bandeja que antes segurava.
-Tá, mas onde ela é mesmo? –Pergunto tentando me lembrar onde ela é, eu geralmente tenho uma boa memória, mas essa casa é enorme é impossível de se lembrar onde ficam todos os cômodos.
-Primeira porta, no corredor que fica após a sala de visitas.
-Viu. –Digo pegando a bandeja, não vai ser tão difícil é só lembrar sala, corredor, primeira.
Chego no corredor e encontro a primeira porta que está entreaberta, dou batidas na porta até que uma voz diz entre e eu o faço.
-É eu vim trazer este café. –Digo e o homem que antes eu não podia ver se vira e eu vejo.
-Está tudo bem? –Ele pergunta se referindo a minha recente tremedeira.
- Si sim es esta. – Digo gaguejando coloco a bandeja na mesa. -Com comlicencença. –Continuo gaguejando e saio da biblioteca, não, não pode ser, isso não pode estar acontecendo, o que eu vou fazer?
Quando chego na cozinha Helena está cortando algumas frutas.
-Alicia o que houve com você? Você está pálida, o que tem? Parece até que viu um fantasma.
-Nada Helena, estou bem. –Digo e vou beber um copo de água para tentar me tranquilizar.
Começo a cortar as frutas junto com Helena, posso dizer que agora estou bem mais tranquila, mas mesmo assim não sai da minha cabeça o que pode acontecer e se esses superlativos voam pela minha cabeça, eu preciso desse emprego, preciso pagar os remédios do meu pai, quando me dou por mim lágrimas já caem dos meus olhos disfarço e digo a Helena que vou no banheiro, chego no banheiro e lavo o meu rosto, me olho no espelho e não sei quem sou, porque tudo tem que ser assim? Porque comigo? Digo essas palavras e choro, quando estou mais tranquila lavo o meu rosto e volto para cozinha, fazer uma das coisas que eu faço de melhor, cozinhar.
Depois de um dia exaustivo de trabalho e de eu ter pedido mentalmente que não encontrasse mais Enzo eu estou em casa, ela não pode ser tão grande e luxuosa quanto a mansão dos Aguiar, mas é uma das únicas coisas que eu posso chamar de minha e isso já é o suficiente, pelo menos para mim.
Tomo um banho e como ainda está cedo eu vou ver o meu pai no hospital que por sorte é perto daqui de casa. Ao chegar no hospital eu entro e vou direto para o quarto em que o meu pai está o qual eu ainda estou pagando muito caro, mas pelo menos ele tem mais privacidade e melhor atendimento, todos aqui já me conhecem e por isso eu entro facilmente.
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Liberta-me
RomanceUm investigador, uma empregada doméstica, uma dançarina. Todos ligados por um segredo. Como será que essa história irá acabar? Porém o mais importante é a seguinte pergunta: o que vale mais? Um desejo insano e ardente ou um amor avassalador?