Capítulo III

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(Alicia)


Passei o caminho todo de volta para casa me martirizando e tentando encontrar uma solução para poder pagar o tratamento que o meu pai precisa, convencida de que não há mais nenhuma maneira de resolver esse problema ao chegar em casa ligo para a pessoa que eu sei que poderá me ajudar, mesmo que eu me arrependa depois eu preciso fazer isso.

Depois de fazer a ligação que resolveu muito de meus problemas, mas ao mesmo tempo me trouxe mais, eu fico me perguntando onde é que fui parar, deixo a minha bolsa no sofá da sala e vou para o meu quarto. Tomo um banho relaxante, ao sair do Box me olho no espelho do banheiro e me avalio mentalmente, eu já não era mais a mesma, tentei dar um sorriso forçado, mas não consegui, a única coisa que consegui foi um sorriso cansado que tinha como função esconder segredos e mágoas, sinto falta da antiga Alicia, daquela garota que se alegrava pelos pequenos detalhes da vida, eu não era mais ela. Começo a cantar as frases que vinham a minha mente com uma melodia imaginária, às vezes cantar fazia com que eu esquecesse os meus problemas que infelizmente vinham à tona após a última nota.

-Se ser quem sou é tão difícil. Se ser quem sou é impossível, o que eu vou fazer? Para poder me ver, o que eu vou fazer? Para poder, ser eu.

E como eu mesma já tinha previsto ao terminar de cantar a última frase que inventei, já estava entre lágrimas me escorei na parede do banheiro e fiquei lá por vários minutos, me lamentando por tudo que estava acontecendo, sem poder arranjar uma solução sequer. Depois de minutos ou até horas saio do banheiro, visto um short e uma camiseta de alcinha e vou à cozinha fazer um lanche, faço um sanduíche e quando estou comendo a campainha toca, vou atender meio receosa bem que eu podia fingir que não tem ninguém em casa e ir dormir, só que a minha curiosidade não deixa eu fazer isso, e eu acabo indo abrir a porta e vejo minha amiga, Gabriela, que já vai entrando dentro da casa.

-Oi Gabi. -Digo animada ao ver minha amiga.

-Oi Lice, como você ta? Você tá com uma cara péssima. -Diz me olhando com reprovação.

-Nossa amiga obrigada pela sinceridade.

-Como amiga esse é um dos meus papéis me desculpe se você não gosta de ouvir a verdade. -Diz me olhando e levantando os braços em forma de redenção.

-Pra falar a verdade eu tô me sentindo um lixo.

- De novo isso. Alicia você tem que parar de se preocupar com esses problemas, amiga você tem que curtir a sua vida e parar de pensar nela.

-Você fala como se fosse fácil.

-Eu sei que não é e você sabe disso, ou melhor, nós duas, mas você não me vê chorando pelos cantos da casa, ou vê?

-Não, não vejo, mas tá difícil e.

-E nada. -Diz ela me interrompendo. -Sabe de uma pode tirar essa sua bunda do sofá porque eu e você vamos a uma festa.

-Festa? Que festa? Gabi não inventa.

-Nós vamos sim, você tem que parar de se martirizar e aproveitar mais a sua vida.

Depois de minutos Gabi acabou me convencendo e foi para casa se arrumar e agora eu estou aqui no meu quarto sem saber o que vestir, depois de minutos revirando o meu guarda roupa acabo optando por um vestido preto colado, solto os meus cabelos e cacheio as pontas, faço uma make esfumada preta e passo um batom cor de boca, calço um salto alto preto com detalhes dourados e vou me encontrar com a Gabi que já estava na frente da minha casa dentro de um táxi.

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⏰ Última atualização: Nov 19, 2015 ⏰

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