Point of View - Normani Hamilton
Eu não me virei para olhar, mas sabia que a mãe de Dinah estava lá.
— Dona Milika, eu preciso que a senhora me fale se o Seth comeu algo diferente do habitual. – eu falei enquanto Seth já ia parando de vomitar. Eu ajudei-o a tirar a camiseta suja e ele parecia estar se esforçando muito para não chorar.
— Não... Quer dizer, acho que não. – ela falou.
— Nenhum doce? – Dinah apareceu na porta de novo e ficou olhando para o teto, uma mulher daquele tamanho padecia prestes a morrer.
— Eu comprei um bolinho pra ele. – ela falou. — Eu não sabia que ia fazer mal.
— Deve ter alguma coisa nesse bolinho. Você não comprou no hospital?
— Não, foi numa lojinha perto. Desculpa, eu não sabia. Nem imaginei isso.
— É normal as crianças reagirem assim. Não foi sua culpa, agora a febre pode ser por outro motivo. – eu falei e suspirei. Abaixei-me e Seth estava chorando. — Não precisa chorar, está tudo bem. Já vai passar.
Ele me abraçou e eu agradeci por já ter tirado a camiseta suja.
— Dona Milika, a senhora quer dar banho nele? – ela pegou-o no colo e levou para o outro banheiro, acredito. Dinah estava encostada na parede do lado de fora do banheiro de seu quarto. — Você está bem? Eu vou limpar aqui pra você, ta?
— Não precisa, Mani. Você já estava aí cuidando do Seth. – ela falou.
— E você quase vomitou só de o ver fazendo isso, imagina limpar isso aqui. Quando ele sair do banheiro coloca as toalhas úmidas nele. Nos ombros, na testa... E ele não tem que ficar em repouso.
— Obrigada, Normani. – Dinah sorriu de lado. — Será que você sempre vai consertar as coisas que eu faço com meu irmão?
— Não vai começar a se culpar novamente, okay? Já volto pra conversarmos.
Fiquei um tempo limpando o banheiro de Dinah, tirei os tapetes sujos e peguei a roupa de Seth que estava lá. Dinah me levou até a lavanderia, e eu deixei tudo dentro de um balde. Depois que fiquei 30 minutos lavando minhas mãos eu me virei para Dinah.
— Eu acho que já vou embora. Não quero deixar sua mãe brava. – me senti uma adolescente novamente.
— Não precisa ir embora. Ah não ser que você queira. – ela disse.
— Não quero desrespeitar sua mãe. Ela deve ter ficado curiosa pra saber por que eu estava aqui essa hora da noite, já são mais de onze horas.
— Você é quem sabe, Mani. – Dinah disse e eu sorri antes de beijar sua testa.
— É melhor assim, DJ. – eu estava subindo as escadas quando dona Milika apareceu no último degrau, ela entrou no quarto de Dinah e eu já imaginei quantas satisfações ela iria querer tirar.
— Eu já estou saindo, dona Milika. – eu anunciei assim que entrei no quarto. — Eu só passei aqui para ver a Dinah.
— Imagina que vou te deixar ir embora essa hora da noite. Já está tudo escuro.
— Obrigada pela preocupação, mas eu já sou adulta, não corro perigo. – eu falei sorrindo, ela sacudiu as mãos.
— Você por acaso não iria ficar aqui se eu não tivesse acordado? – eu abri a boca para falar algumas vezes, mas desisti. — Pois então. Muito obrigada por cuidar do Seth, eu nem saberia o que fazer.
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State of Grace - Norminah
Romance"Uma alma gêmea é alguém cujas fechaduras coincidem com nossas chaves e cujas chaves coincidem com nossas fechaduras. Quando nos sentimos seguros a ponto de abrir as fechaduras, surge o nosso eu mais verdadeiro e podemos ser completa e honradamente...