Capítulo 38

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Penúltimo cap :|

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Point of View - Normani Hamilton

Eu odiava deixar Dinah sozinha em casa, ela sempre arrumava algo para aprontar. Era incrível como ela se entediava fácil e decidia fazer algo que não devia. Além do mais eu havia comprado algumas camisetas com frases engraçadas para ela.
— Amor? – chamei quando consegui abrir a porta. Era meio difícil com as mãos cheias de sacolas. — Dinah?
— Você demorou. – ela reclamou saindo da cozinha e vindo me abraçar.
— Eu passei numa lojinha quando sai da faculdade. – eu falei e ela me soltou, mas continuou andando ao meu lado até o quarto. Deixei as sacolas no closet e quando me virei Dinah me abraçou mais uma vez. Ela deitou a cabeça em meu ombro enquanto apertava os braços em volta de mim.
— Ta tudo bem? – perguntei a abraçando também.
— Eu estou com fome. – ela murmurou. — Muita fome.
— Eu vou fazer algo pra gente comer. – falei e ela negou com a cabeça.
— Queria pizza. – eu fiz uma careta. — Só dessa vez, Mani, por favor.
— Okay. Do que você quer?
— De brigadeiro.
— Mas você nem gosta de pizza doce. – eu falei e ela me soltou antes de me olhar com uma careta brava. — Eu vou ligar.
— Eles não sabem fazer pizza direito.
— É uma pizzaria, DJ.
— Não importa. É ruim. – ela insistiu. — Vamos no mercado comprar. Eu vou também porque você não sabe escolher morangos.
— Obrigada, meu amor. – eu falei com ironia e a soltei para pegar a chave do carro e minha carteira.
Quando Dinah entrou nos 4 meses de gestação ficou manhosa e um pouco crítica. Então, ou ela estava me seguindo pelo apartamento ou estava sentada reclamando de algo. Era até engraçado como ela parecia uma velha ranzinza as vezes.
— Porque sempre tem alguém nesse elevador? Olha é impossível. – ouvi Dinah reclamando no corredor quando fechei a porta de casa. — Se fosse pra morrer, morria.
O garoto que estava ao lado dela a encarava meio assustado. Ele era novo aqui e era nosso vizinho, devia ter uns 15 anos.
— São só alguns minutos, Dinah. – eu falei indo até ela que estava impaciente com braços cruzados sobre a barriga.
— Toda vez demora assim. – a porta do elevador abriu e eu deixei ela ir primeiro. O nosso vizinho entrou e ficou do lado oposto ao de Dinah. Eu ri baixinho dele. — Porque ta rindo?
— Nada, amor. – eu garanti e beijei sua bochecha enquanto a abraçava por trás. Ela sorriu fechando os olhos e franzindo o nariz. Era tão fofo quando ela fazia aquilo, agora que as suas bochechas estavam maiores ela ficava ainda mais adorável.
Ela ficou de lado para mim e deitou a cabeça em meu ombro enquanto desciamos, algumas pessoas estavam entrando no elevador, eu passei uma mão pela sua barriga e beijei a testa da minha esposa.
Era tão bom dizer que Dinah era minha esposa.
Nosso casamento foi engraçado. Foi uma loucura para nós duas, na verdade. Nós fizemos uma grande festa no sítio do meu tio. Mas foi um tédio. Ao contrário do que eu queria, nós duas ficamos separadas por um bom tempo. Ou eu tinha que cumprimentar alguns tios desconhecidos ou precisava tirar fotos. E eu só assistia nossas amigas se divertindo enquanto ficávamos longe uma da outra. A lua de mel sim valeu a pena, nós passamos quatro dias em Nova York. E um ano depois Dinah chegou em casa e me contou que estava grávida. Primeiro eu achei que era uma das brincadeiras bobas dela, e então ela me mostrou os papéis e disse que era uma surpresa para mim e eu chorei como uma criança.
Nós descemos por último e fomos até nossa vaga no estacionamento. Eu abri a porta para a Dinah como costumava fazer e dei a volta. Fomos até o mercado que Dinah queria, não bastava ter que fazer as pizzas ainda precisava ser no mercado mais longe.
Eu deixei que ela escolhesse o que quisesse e fui comprar cervejas para mim. Dinah reclamava, por ela não poder beber nada alcoólico.
Peguei um fardo da cerveja que queria e fui até as massas de pizzas. Eu não sabia qual comprar então fiquei encarando meio confusa.
— Está perdida? – me virei e encontrei Nina ali. Foi uma surpresa enorme, nós não nos falávamos havia um bom tempo. Eu a abracei rapidamente.
— Preciso achar uma massa no meio de todas, é meio complicado. – eu expliquei. — Como você está?
— Bem. Você sabe como eu sou. – ela explicou dando de ombros e eu assenti sorrindo. — E quanto a você? Como vai a vida de professora?
— Eu gosto muito mais do que pensei que gostaria, por incrível que pareça. – eu admiti.
— Você leva jeito pra isso. – ela disse e bateu o ombro levemente no meu.
— Mani, pronto? – Dinah apareceu com as mãos cheias de coisas. Eu a olhei espantada.
— Não era só pra uma pizza? – perguntei puxando um carrinho vazio que estava ali perto.
— Eu peguei umas coisinhas a mais. – ela falou e ficou encarando Nina.
— Hm, essa é a Nina. – falei chamando a atenção dela. — Essa é a Dinah.
— Normani falou de você. – Nina contou estendendo a mão para Dinah que apertou sem muito interesse.
— Imagino, afinal nós somos casadas. – ela disse com um sorriso cínico. Eu ri internamente da situação e limpei a garganta.
— Nós já vamos indo, Nina. – ela me abraçou rapidamente mais uma vez. — Foi bom te ver.
— Digo o mesmo. – ela sorriu e acenou para Dinah que rolou os olhos quando Nina saiu.
Dinah jogou uma massa no carrinho com certa raiva e me lançou um olhar bravo antes de sair com as compras em direção ao caixa.
— Dinah. – eu chamei andando rápido para ficar ao seu lado. — Amor...
— Eu não gosto dela. – Dinah disse sem me olhar.
— Eu sei que não, mas ela não gosta de mim, não se preocupe. – eu disse e ela bufou.
— Todo mundo gosta de você, Normani. – ela disse parando no caixa. — Sabe o que eu acho? Que ela sempre gostou muito de você, mas não tem capacidade de manter um relacionamento sério.
— Mas eu te amo. – falei e ela sorriu.
— Eu também te amo.

State of Grace - NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora