Capitulo 1

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Os flocos de neve caiam sem cessar, era uma noite de inverno. Crianças corriam para dentro de suas casas às pressas, havia uma tempestade a caminho. No reino de Izzo era muito incomum esses tipos de tempestades, o clima era sempre muito bom.
Era um lugar muito próspero e calmo, porém, algumas situações estavam deixando o Rei Mohamed bastante preocupado. Estavam envelhecendo e o conselho cobrava, ainda não haviam tido um herdeiro.
Um herdeiro, tudo o que ele mais almejava e seria conveniente, não poderia deixar o reino nas mãos de Camões, seu irmão mais novo que sempre quis o trono, mas estava certo de que não governaria bem o país, era muito irresponsável e maldoso. A rainha Elizabeth tinha tido vários abortos espontâneos, o que era um pesar para o povo, todos ansiavam muito a chegada de um herdeiro.

— Mohamed. — Disse a Rainha repousando-se sobre o rei, havia sido um dia muito exaustivo.

— Diga, meu amor. — Respondeu o rei.

— E se eu não puder lhe dar um herdeiro? — Ela ergueu os olhos para vê-lo.

— Não diga isto Lisa, teremos um herdeiro digno da coroa. — Ele acariciava os cabelos dela tentando não preocupa-lá, mas temia por isso.

— Mas... _ Insistiu ela.

— Não vamos discutir isso agora. – Disse dando-lhe um beijo em seguida.

Um mês depois...

O Reino estava em êxtase, a notícia da Gravidez da rainha espalhou-se rapidamente, o que mais saiam nos jornais eram a pergunta que todos se faziam — "Será menino ou menina?" —  Todos temiam uma perda, mas estavam esperançosos demais para se preocupar. A única pessoa insatisfeita com essa notícia era Safira, ela fora um simples caso passageiro que o rei tivera no passado, antes de conhecer Elizabeth, por quem se apaixonou perdidamente à primeira vista.
Safira jurou vingar-se pelo abandono, foi deixada sem um pingo de consideração, como um nada. Era como se sentia. A coroa já estava em suas mãos, era sua, estava tão perto do seu sonho que fôra destruído por uma simples plebeia.

(...)

— Maldita! – falou Safira lendo a notícia no jornal.

Ela queria ver o rei sofrer, rastejar por perdão. A felicidade dele só a faria empenhar-se mais para ter sua vingança, e essa gravidez era a chave para tudo. Já tinha seu plano em mente, sua irmã também estava grávida de um mês, isso facilitaria metade do plano, mas não podia fazer isso sozinha. Também tinha um amigo que lhe devia um favor no castelo, Eliabe, ela sabia que ele negaria, era fiel ao rei, porém sabia de um segredo que não lhe convinha ser revelado.
Vestiu-se e foi até o castelo, já era tarde, mas queria que ninguém à visse.
Chegando lá, após um bom tempo de viagem, disfarçou-se com um capuz para que ninguém a notasse e foi em direção aos aposentos dos guardas reais.

— Preciso falar com Eliabe. — Disse para um dos guardas parado em frente à porta.

— Não podemos convoca-lo essa hora da noite, senhora. — Ele Respondeu.

— Por favor, é muito importante, não viria se não fosse, afinal, não convém uma dama andar sozinha a essas horas, como bem sabe. — Ela insistia.

— Tudo bem, espere um momento. — Respondeu meio retraído.

Safira admirava o redor do castelo, era tudo tão lindo, mas sentia rancor, tudo quase foi seu, ela quem deveria estar nos aposentos do rei, talvez até com um filho, fruto daquele amor que pelo visto, apenas ela sentia.

— Pode entrar senhora, ele irá recebe-lá.

(...)

— Diga logo porque estou preocupado, o que faz aqui a essa hora? - Eliabe estava mesmo surpreso com aquela visita tão tarde e inesperada, sem ao menos um aviso.

— Eliabe, preciso de um favor seu. - Safira estava um pouco nervosa. Por mais que não pesasse nem um pouco o que queria fazer, mexer com o rei era suicídio, caso fosse descoberta.

— Fala logo. - Respondeu ele.

— Eu quero que troque a futura herdeira quando ela nascer.

— Você tá ficando louca? – Se espantou, afinal, era um absurdo o que ela pedia.

— Você me deve um favor.

— Não irei trair o rei dessa forma. – Eliabe era um dos soldados mais importantes do reino, ele era o chefe do exército e o braço direito do rei.

— Irá sim, mesmo que não queira é obrigado a fazer. - Safira já estava certa de que ele não aceitaria, mas estava disposta a usar tudo que fosse necessário.

— Está me ameaçando? – Eliabe estava extremamente indignado, que tipo de pessoa seria capaz de tal coisa? Ela estava bem a sua frente. - Se continuar com isso te entrego ao rei agora mesmo!

— Eu sei de um segredinho seu. – Respondeu sem exitar.

— Você está blefando. – Agora preocupado, não imagina o que seria, será que ela teria descoberto? Ele não era de ter segredos, a não ser...

— Talvez o seu caso com a Katherine, a dama de companhia da rainha seja um blefe mesmo!

— Como!? – De onde ela tirou essa informação, era só o que vinha a cabeça. — Quem mais sabe disso?

— Ninguém, mas podem saber... Duas cabeças vão rolar se não fizer o que eu te pedi.

- Quando?

(...)

Meses depois...

Safira estava em casa pensando, seus planos estavam indo perfeitamente como havia planejado.

"Logo terei minha vingança por completo, essas crianças serão trocadas. O Rei e a Rainha se arrependerão de tudo que me fizeram". – Ela pensava.

Elizabeth e Mohamed estavam no castelo e então a rainha começou a sentir dores muito fortes. Já estava escuro e mandaram chamar a parteira, Eliabe convocou a um dos guardas para que chamassem Safira que também era uma das melhores parteiras do reino. Enquanto isso, Emma, irmã de Safira já tinha tido sua filha horas antes, porém, não pode vê-la pois o cansaço tomou-lhe conta e adormeceu, Safira aproveitou-se do estado da irmã e pegou a criança levando para a cidade. Quando recebeu a notícia na casa em que estava hospedada, foi ao encontro de Eliabe, quando chegou deu-lhe a criança e mandou colocar em um quarto próximo ao da Rainha.
Quando entrou nos aposentos da rainha e a viu se contorcendo de dor, quis mata-la, mas se controlando teve que ajudar. Era melhor que o rei procurasse mata-la quando já estivesse longe.

Após horas de parto ouviu-se um choro, o rei ansioso esperava por um menino. Antes que o chamassem, Safira saiu dizendo que ia dar banho na criança para limpar seu sangue, até que correu ao quarto e assim fez a troca. Levou a criança até o rei, o mesmo chateado por ver que era uma linda princesa, mas à amando imensamente.
Safira saiu do castelo com a legítima herdeira, muito satisfeita com seu trabalho, tudo conspirando ao seu favor, mas por quanto tempo? Quando chegou colocou a criança no berço da irmã e foi se deitar.

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A Princesa PlebeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora