Prólogo

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Eu sempre ouvi dizer que algumas pessoas nasciam predestinadas ao carma. Acho que eu possivelmente seja uma destas pessoas.

Pra começar, jamais fui uma criança sociável. Ou seja, não tinha amigos. Conversava com uma pessoa ou outra, mas, era apenas isso. Haviam meus limites e eu exigia que todos os respeitassem.

Depois, tinha a questão dos meus pais. Eles jamais se deram muito bem, mas, se manteram unidos apenas por Tyler e eu. Nossa casa era o mesmo que um campo de guerra, mas, de alguma forma acabamos nos acostumando com isso. Já parecia algo normal da nossa rotina. Eu sei, lastimável!

E quando a gente acha que as coisas não podem piorar eis que a fodida Lei de Murphy aparece provando sempre o contrário. Que aquilo que está ruim pode se tornar ainda pior.

Estávamos voltando no aniversário da nossa prima Suzan. Nossos pais não quiseram ir porque estavam ocupados demais falando de como um traía o outro.

Tyler, que era quase três anos mais velho estava ao volante. Estávamos rindo e comentando algumas coisas quando do nada apareceu um caminhão desgovernado e bateu de frente com nosso carro.

Meu irmão morreu na hora. Eu passei quase um ano em coma. Quando acordei, notei que não enxergava nada diante de mim. E pior...

Fazia apenas um mês e meio que eu estava em coma quando minha mãe mandou Charlie assinar o divórcio e disse que queria curtir a vida com o Philip, um cara de 19 anos. Que eu era um peso. Não foi Charlie quem me disse. A enfermeira Sullivan, que ficou amiga de Charlie, foi quem me contou em tom de revolta.

Bem, Renée jamais se portou como minha mãe, então, não tinha como eu me surpreender. Embora ainda assim tenha me machucado demais.

Ao sair do hospital, no dia do meu aniversário de 16 anos, comecei a ter que me adaptar. Uma coisa aqui e outra ali. Ficar sem a visão não era o fim do mundo. Mas, a dor de perder meu irmão e melhor amigo era terrível. Eu escondia, é claro. Charlie não merecia que eu jogasse mais essa merda minha sobre ele.

Estávamos indo bem. Até mesmo com o fato de eu voltar a escola. Mas, Charlie resolveu que merecíamos um recomeço.

O lugar escolhido foi Forks. Segundo meu pai um lugar chuvoso, frio e sem agito... Perfeito para nós dois.

Por algum motivo eu estava contente em ir embora se Phoenix. Outros ares me fariam bem.

Ao menos já seria alguma coisa não ser mais apenas a "ceguinha que a mãe abandonou por um moleque".

Linda MeninaOnde histórias criam vida. Descubra agora