A professora Judy McCartney - da qual eu sempre gostei - logo me interrogou.
- O que faz aqui senhorita Campbell? - apesar do tom de voz eu sabia que ela não era autoritária ou algo do tipo, pra falar a verdade ela era a única professora do 1 que eu admirava. Porque eu já havia percebido que no fundo ela era legal.
- Decidi fazer o estágio 1 - podia ter certeza que ela ficará mais confusa, mas também, no seu lugar eu também ficaria.
- A senhorita poderia ser mais coerente?
- Acho que a situação não tem muita coerência, mas vou tentar. Como, por motivos que nunca soube, acabei no estágio 3. Me vi em uma emboscada já que não conhecia muito bem os seres - a sala inteira me olhava atentamente apurando seus ouvidos para não perderem uma única palavra - assim, decidi por mim mesma que gostaria de fazer o estágio 1, e cá estou eu na aula de Demoniologia - acabei com um sorriso satisfatório, poderia até ter exagerado na situação, mas o humor ganhou a sala.
- Muito bem - Judy finalmente cedeu - sente-se por favor e acompanhe o restante da aula.
Um minuto depois, que demorou mais que o normal, Judy finalmente voltou a aula como se acabasse de interpretar a situação e finalmente desistisse de tentar reagir.
- Alguém sabe como é a aparência de um demônio? - ela perguntou com sua habitual voz esganiçada.
Tentei procurar em minha mente algum vestígio da criatura, mas nunca no 3 chegamos a caçá-los. Sabia que Beatriz era mestre no quesito de demônios, mas nunca cheguei a caçar um já que a situação exigia um conhecimento mais aprimorado que Beatriz possuía por ter estudado eles por um longo tempo.
Até que uma mão se levantou.
- Acredito que sejam uns diferentes dos outros - uma menina de pele morena e cabelos castanho começou, ela era muito bonita e podia ter certeza que era popular, mas até então eu nunca havia visto a mesma -, Com aparências horríveis, dentes enormes, olhos costurados, roupas rasgadas.
- Muito bem, a introdução de um demônio seria - Judy começou a escrever no quadro:
Demônios foram almas de seres humanos que tiveram uma vida muito perturbada e acabaram fazendo muita besteira durante a vida, e então eles foram para o inferno onde foram torturados por milênios e milênios, e isso resultou em almas cegas pelo ódio.
Logo comecei a copiar no caderno já que teria certeza de uma futura prova sobre o assunto.Assim que o sinal bateu, Hi - a garota morena que podemos considerar nerd - sentou-se ao meu lado no refeitório percebendo que eu me encontrava sozinha.
- Olá, Hi - a cumprimentei.
- Como sabe meu nome? - ela arqueou uma sobrancelha ajeitando sua posição no banco.
- Vi em sua apostila de Demoniologia - ri, ela também.
- Você é a Isabelly, certo?
- Me chame de Belly - sorri.
- Então você era do 3?
- Isso - concordei.
- Como era ser uma caçadora?
Era estranho ouvir isso, não era a melhor coisa de todas. Acho que o verdadeiro perigo era estar caçando sem conhecer os seres, como era no meu caso.
- Legal - dei de ombros sem uma expressão exata.
Ela abriu um sorriso que logo pude perceber que era sincero, esfregou algumas vezes o olho, acho que era pelo cansaço.
- Como era sua vida? Antes daqui, desculpe se estou sendo intrometida.
- Tudo bem - comecei - Um orfanato, era meu lar. Eu não tinha amigos, não tinha a quem recorrer quando chorava por algo ou me decepcionava, não tinha ninguém para abraçar ou amar, era pura solidão. Vivia isolada em meu dormitório apenas lendo o mesmo livro durante meses, não por falta de livros. Havia uma biblioteca, mas de repente aquele livro era meu único companheiro entende? É como um melhor amigo, não pode ser trocado. Eu sei, é bem bobo - Ri, e prossegui ao perceber os olhos de Hi fixos nos meus esperando mais - Bom, me contaram que meus pais me abandonaram com 1 ano de idade, eles não queriam uma filha, não me queriam. Logo me tornei o problema em suas vidas, e fui deixada no orfanato. Nunca tive a chance de conhecê-los, nem sequer sei seus nomes - Parei, uma lágrima havia rolado em direção a minha bochecha.
Hi me abraçou espontaneamente, somente permiti que ela me consolasse.
- Sinto muito - Ela falou.
- Obrigada - enxuguei a lágrima com a manga do moletom e suspirei.
- Você tem que conhecer Naara! Ela é uma ótima amiga - Ela falou.
- Tudo bem - o sorriso invadiu meus lábios.
Hi pulou de seu banco em direção ao corredor, cinco minutos se passaram até que a mesma voltou, trazendo com si uma garota com a expressão meio assustada.
Seus cabelos ruivos estavam soltos livremente sobre os ombros, os olhos azuis logo se viraram para minha direção, vendo que Hi me observava também.
Ela parecia ter saído de uma revista de modelos, ela era realmente muito bonita. Tinha poucas sardas, mas o suficiente para reconhecerem como uma ruiva natural.
- Olá, desculpe a Hi é meio obsessiva em fazer novas amizades - A ruiva riu ao entender o que Hi queria.
- Olá...? - Esperei-a falar seu nome.
- Naara Lancaster, me chame de Naah.
Sorri, agradecia mentalmente por Hi estar me oferecendo amizades, seria perturbador ser vista sozinha todos os dias no refeitório. As pessoas poderiam começar a achar que eu tinha algum tipo de doença contagiosa.
- Bem-vinda ao estágio 1, apesar que você já era daqui, mas bem-vinda novamente - Nós rimos.
- Obrigada - Falei.
- É melhor nos precipitarmos, a próxima aula será uma palestra dos alunos do estágio 3, seria uma vergonha entrarmos atrasadas.
Eu e Naah concordamos, iria ver Luh e aproveitaria para apresentá-la as minhas novas amigas.
A sala estava lotada, todos os alunos do estágio 1 estavam na sala de palestras - Eram mais de 200 alunos no 1.
Eles olhavam atentamente as portas de vidro esperando os do 3. Logo me sentei entre Hi e Naah, as luzes se apagaram.
- Por favor, todos em seus lugares, a palestra terá seu início - A voz angelical da diretora logo ordenou.
Vários alunos com aparência mais velha - Sendo que eram realmente mais velhos - Entraram no local escuro.
Uma luz se formou apontando somente para Luh que segurava um papel, ela deve estar
morrendo de vergonha!
- Olá, me chamo Analuh Roonie e sou estudante do estágio 3 - Ela começou a falar cautelosamente e com um certo peso nas palavras, com certeza não queria errar - A caça é uma coisa que podemos considerar perigosa, mas se o caçador a fizer com cautela e sabedoria ela não passará de um passatempo. Como todos devem saber, efetuamos a caça ao redor dos limites da floresta, impedindo a passagem na muralha sul, a muralha que divide o mundo dos seres místicos ao mundo dos humanos. Nunca, durante mil anos, houve a invasão de um ser ao mundo comum, já que isso causaria caos. Nossa escola já formou muito caçadores, cada um muito habilidoso e concentrado na missão de proteger a grande muralha e impedir a invasão dos seres, seria a ruína da existência dos seres e a ruína da escola. Então, com muita habilidade, treinamos durante cinco anos a caça, para garantir segurança ao mundo normal e á nossa família que lá habita - Ela respirou fundo, e continuou - Portanto, o maior erro de um caçador, seria não cumprir a sua caça como indicado, porém, essa ação levaria a sua execução. E sua fuga do nosso mundo, ao mesmo destino.
Um silêncio pesado tomou a sala, finalmente eu soube o que era aquilo. De um modo indireto a palestra quis nos dizer que, se tentarmos fugir e voltar para o mundo normal, seriamos seguidos, e isso acabaria na nossa própria execução.
Engoli em seco, estávamos em um caminho sem volta.
*-* *-* *-*
Oi oi oi oi ooooooi meus marshmallows! Sim sim sim "estávamos em um caminho sem volta"
HUAHAHAHAHA
O que acharam do cap?? Votem e comentem que eu ficarei muito feliz :)
Beijoooos, até o próximo cap
PS: leiam "destinada" me surpreendi com a história, ela é muito boa
Bjuss de purpurina :)
PPS: gostaram do elenco?? Kkkk
Os nomes que eu repeti é os que eu não achei atores e atrizes parecidos...
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{ Beings Hunters - livro 1 }
FantasyNa escola de Wychwood, medo? Jamais. Coragem? Nem preciso dizer que isso não pode faltar Um ataque de um Kanima a um aluno leva a Belly ao pensamento que nada é como imaginava. Sua escola guarda um segredo, somente ela é capaz de desvendar esse seg...