A semana passou tranquila, deu para acostumar com hospital e agora ficamos mais sozinhas, sem a Dra. Claudia, oque me deixou muito feliz,pois sentia que estava cada vez mais perto do meu sonho. Hoje é sábado, mas precisamente 18hs estou pronta para ir pro hospital, fui escalada para começar já no final de semana, a Amanda começa só na segunda.
Assim que chego atendo alguns acidentados que não eram muito graves, nada além de pontos e alguns medicamentos, ainda não estou bem na minha área, mas quem estaria nos primeiros dias, mas vou focar muito para que eu me torne uma ótima médica.
Na volta do intervalo me falaram que tinha um preso no hospital e que o policial que estava com ele era um gato, mas muito chato e que botava medo em todos na região, confesso que fiquei curiosa em conhecer o senhor bonzão com cara de mal, apesar de algo me dizer para ficar longe, resolvi da uma passada na frente do quarto que o preso estava só para dar uma olhadinha no senhor Policial Bonzão da cara de mal, no corredor encontrei a Dra. Claudia que já estava indo para casa, e sobrou pra quem atender o preso, é bem eu, também quem mandou ser curiosa.-Boa noite, foi só oque consegui dizer quando parei de frente para aquela imensidão de Músculos, cabelos negros, uma barbinha por fazer e lindos olhos azuis, nunca fui assim, mas babei e não consegui reagi, meu estado de babeira foi tirado por uma voz forte e rouca.
_Boa noite Dra.? Dra.? Eu tenho que levar esse energúmeno de volta.
_Boa noite Dra. Emylle Suan, Senhor?
-Senhor Fernando Dornan.
Como diziam o senhor "Perfeição" é um grosso. Sou tirada dos meus pensamentos quando ele me diz:
-Me desculpe Dra. Mas tenho certa pressa em levar o suspeito de volta, da pra agilizar, por favor!
O não imaginava que caberia tanta grosseria em uma pessoa só, mas está um aqui em minha frente.
-Me desculpa Senhor Fernando, mas não é bem assim, sou só uma aluna e tenho que fazer alguns exames para ver se há faturas.
-Dra. Emylle me desculpe, mas esse não é um paciente normal, é um presidiário, que não merece sua atenção, então faça os pontos necessários para parar o sangramento para que eu possa leva-lo de volta.
-Ata! agora o senhor entende de Medicina e de quem eu devo ou não dar minha atenção, eu estou aqui para atender todos iguais não importando oque tenham feito fora daqui. E dar pontos não faz parte da minha especialidade.
-Mesmo que ele tenha matado uma família ou estuprado uma criança?.
O senhor perfeição disse e me deixou pensativa, se ele queria me deixar mal e irritada conseguiu, mas quando decidi medicina foi pra salvar vidas e não importava oque aquela vida tinha feito até ali, quem pode julgar é Deus, então fiz meu trabalho, me certificando de que meu paciente estava bem, os liberei. o senhor perfeição se foi sem nem me dizer tchau ou um me perdoe pela grosseria. porque são tão grossos, sei que pode ser obrigação da profissão deles mas acho desnecessário com algumas pessoas. Ouvi algumas enfermeiras dizer que de vez enquanto ele aparece ai, tem um boato que ele sai com a Dra. Chefe a tal da melissa, conheci ela ontem e não gostei muito dela, me pareceu ser grossa e nariz empinado, no começo fiquei com dó do seu namorado, mas agora percebo que eles se merecem, espero não cruzar mais com ele.Hoje é exatamente quinta-feira, uma semana que conheci o senhor Perfeição, Está um dia muito calmo, da até para se estranhar um hospital nessa calmaria só, cinco minutos se passaram e eu e minha boca grande, chegou um paciente com o estado muito grave. fui chamada para compor a equipe que realizaria a cirurgia, algumas enfermeiras me disseram que ele havia sido baleado pela policia, e que era de alguma facção criminosa da cidade, como não sou de julgar ninguém nada falei, me vesti e me apresentei a sala de cirurgia foram exatamente 2 horas de cirurgia, ele havia levado três tiros , dois no abdômen e um na cabeça,mas nosso problema foi o da cabeça, que afetou uma área critica do cérebro, se ele sobrevivesse ficaria com serias sequelas, fiquei totalmente arrasada, minha primeira participação em uma cirurgia e o paciente não resiste, é muito triste para um medico não conseguir salvar uma vida. porque é para isso que estudamos.
Conversamos entre a equipe medica e me escolheram para dar a noticia a família, isso não seria nada fácil, mas é minha obrigação.
-Boa noite, família do paciente Eduardo ? Eu sou a Dra. Emylle.
-Jonas irmão dele Dra. Como ele está? Me diz que ele está bem?
-Eu sinto muito Jonas, Fizemos todo possível, mas seu irmão não resistiu.
Ele ficou descontrolado, tentou me agredir, me ameaçou, disse que me mataria, eu não levei em conta porque sabia o tamanho da sua dor, aquilo mexeu comigo não por ele ser um bandido ou que me mataria mas pelo fato de ter perdido meus pais e saber o tamanho da dor dele. Quando escolhi essa profissão pensei só em fazer o bem e não que talvez não conseguisse e me sentisse pior do que me sinto, isso tudo fez eu ver o senhor Perfeição novamente, agora o motivo de preocupação era eu, ou melhor nos porque ele também foi ameaçado.
-Vamos você tem que fazer um boletim de ocorrência, e vai precisar de proteção.
-Ei eu não vou a lugar nenhum, e não, não preciso de proteção aquilo foi só o jeito de ele lidar com a dor, você é sempre grosso assim?
-Virou psicóloga agora, ele é perigoso, e não falou em um momento de dor, e não sou grosso só não gosto de perder tempo.
-Então ótimo sou uma perda de tempo, então me deixe. eu não vou a delegacia nenhuma, muito menos com você. Grosso!
-Marrenta!
E foi assim o nosso segundo encontro, brigando de novo, eu não fui a delegacia, mas estou com um policial no meu pé direto agora, Enquanto não for ele está ótimo. Recebi algumas ameaças via carta ou no celular mesmo, no fim também estava preocupada mas talvez seja só alguém querendo me por medo, e não vou dar o braço a torcer para ele nunca!.