Capítulo 7

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Scarlet correu pela ampla praça de pedra até os lances de escadas das portas da frente de sua

escola. Enquanto isso, ela apertou sua leve jaqueta de outono em seu corpo. Ela gostaria de ter

pegado algo mais quente para usar; apenas alguns dias atrás estavam uns 20ºC, mas, agora, parecia

uns 10ºC. Outubro estava muito imprevisível, ela pensou. Especialmente agora, no final, apenas

alguns dias antes do Halloween. Ela fez uma nota mental para que, assim que chegasse em casa, ela

deveria ir até o porão e mudar seu guarda-roupa de verão para um de outono.

Scarlet olhou por cima de seu ombro ao agarrar as portas da frente, esperando que sua mãe

tivesse ido embora. Era tão embaraçoso, ela sentada ali assim, olhando para ela, como se ela ainda

estivesse na segunda série. Ela encolheu-se quando viu sua mãe ainda a observando. Ela esperava

que não houvesse outros estudantes assistindo, especialmente tendo em conta que a escola estava

vazia, todos já em sala de aula. Parecia muito evidente.

Ela realmente não culpava sua mãe por observá-la daquele jeito, e sentiasse mal por tê-la

assustado – mas, ao mesmo tempo, ela só queria deixar aquilo no passado. Sua mãe se preocupava

demais, ela só queria que ela percebesse que ela estava bem, que ela sempre esteve bem. Que

mesmo que ela tendo apenas 16 anos, agora, ela era quase uma mulher adulta, independente e capaz

de cuidar de si mesma.

Scarlet disparou pelas portas da frente e correu pelo corredor, seus passos ecoando, seus tênis

faziam barulho pelo chão brilhante e polido. Seu coração disparou quando ela olhou para seu relógio

e percebeu que a segunda aula estava quase no fim. Ela estava tão envergonhada: parecia que teria

que entrar na classe com apenas alguns minutos faltando para acabar; ela já podia sentir os olhares.

Mas ela não tinha muita escolha. Não poderia exatamente ficar do lado de fora, esperando no

corredor, especialmente com os monitores patrulhando. E ela queria, pelo menos, aparecer e talvez

pegar a lição de casa para a noite.

Quando ela correu pelo corredor, ela se perguntou mais uma vez sobre o que exatamente tinha

acontecido no dia anterior. É realmente tinha se assustado com o que seus pais tinham lhe contado,

que ela tinha saído de casa; ela não conseguia se lembrar de nada disso. Ela fez cara de corajosa

para todos, dizendo que estava bem – e ela estava mesmo se sentindo bem. Mas por dentro, ela

estava apavorada. Estava tão nervosa por não ter nenhuma lembrança do ocorrido, para onde ela

poderia ter ido. Era aterrorizante também acordar no hospital daquele jeito. Aquilo realmente a

abalou. Ela não conseguia deixar de ficar obcecada com o buraco negro em sua consciência, sobre o

local onde ela foi, o que ela poderia ter feito, por que eles não conseguiram encontrá-la por tanto

tempo. Será que ela tinha feito alguma coisa estúpida? Será que tinha visto algum de seus amigos?

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