Capítulo 10

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Sage puxou o enorme portão de ferro se fechou atrás dele, sacudindo quando se fechou, em

seguida, começou a sua caminhada pela calçada sem fim em direção à mansão de sua família,

chateado consigo mesmo. Eles lhe pediram para cumprir uma missão simples, para o bem de todo o

seu clã. E ele sinceramente pretendia. Mas, uma vez que a vira – Scarlet – tudo havia mudado. Ele

não poderia mais fazer o que eles pediram.

Ele caminhou lentamente, chutando a lama, seus olhos na ponta dos pés, pensando. A entrada se

estendia até onde a vista alcançava, forrada com enormes árvores de carvalho cujos ramos se

arqueavam sobre ele, quase se tocando, suas folhas criavam uma mistura de cores. Sage se sentia

como se estivesse andando em um cartão postal sobre aquele belo, final de outubro, esmagando

folhas sob seus pés, o sol da tarde iluminava tudo. Por um lado, isso o deixava feliz por estar vivo.

Mas, por outro, isso lhe dava mal estar, o deixava mais consciente de sua própria mortalidade do

que nunca. Depois de tantos séculos, agora ele estava sendo confrontado com apenas algumas

semanas de vida. Ele sabia que devia saborear cada dia mais do que nunca, aproveitar cada local,

cada cheiro, gosto e experiência – sabendo que seria sua última vez. Ele queria agarrar tudo, mas ele

sentia tudo escorregar por entre os dedos tão rapidamente. Era uma sensação estranha: ele havia

vivido por quase dois mil anos – 1999 para ser exato e, ao longo dos séculos, ele nunca havia

prestado atenção à passagem do tempo. Ele sempre teve certeza. Sentia que viveria para sempre.

Mas, agora, com apenas algumas semanas restantes para viver, tudo havia assumido uma

importância suprema, uma urgência suprema. Finalmente, depois de tantos anos na terra, ele sentiu o

que era ser mortal. Ser humano. Ser frágil e vulnerável. Era horrível, como uma piada de mau gosto.

Finalmente, ele percebeu o que os seres humanos passavam. Ele não conseguia entender como eles

lidavam com isso, como eles viviam com a sua própria sentença de morte todos os dias. Isso o fez

admirá-los ainda mais do que antes.

Ele, assim como todo o seu clã, sabia há séculos que havia um fim para sua existência. Ele

sempre pensou que, quando chegasse a hora, ele iria lidar com isso graciosamente, teria tido o

suficiente da vida, estaria cansado de todos os séculos, de todas as pessoas indo e vindo. Mas agora

que o fim estava ali, ele queria mais tempo. Ainda não era o suficiente.

Sendo um Imortal, a vida de Sage era quase idêntica a de um ser humano: ele comia e bebia e

dormia e acordava, ganhava energia a partir de alimentos e bebidas – assim como qualquer outro

humano. A única diferença era que ele não podia morrer. Se ele não comesse ou bebesse, ele não

morreria de fome; se ele se machucasse, ele iria se curar quase que instantaneamente. Ele não podia

ficar doente.

RessuscitadaOnde histórias criam vida. Descubra agora