Ainda Seu

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Depois de sete meses ainda estou juntando os cacos. Mil pedaços. Esfarelados. Culpa sua.

Eu que te amei tanto. Que fiz tanto. Penso que não merecia esse tanto. Tanto de sofrimento.

Jogado ao canto por ti. Sem reconhecimento.

Eu lembro do seu sorriso, da sua barba que eu adorava coçar, da sua boca que por vezes ficava ressecada por causa do teu refluxo. Até a armação do teu óculos com aquele arranhão do lado eu não consigo esquecer.

Loucura nostálgica esse gostar de você. Maresia que não cessa. Um amar transfigurado em eternidade.

Nossos conhecidos perguntam porque terminamos. Eu respiro fundo e digo: "não deu mais certo, pra não nos tornamos inimigos conversamos e nos demos um tempo".

Mas que tempo?

Mas que conversa?

Nós brigamos. Nos dissemos coisas que machucaram. Quebramos nossos porta retratos. Você me deixou em cacos. E mesmo depois de sete meses eu não consigo dizer a essas pessoas que você me traiu, que jogou o nosso amor de lado para se deitar com outro cara.

Logo o meu namorado perfeito. O homem dos meus sonhos.

O que você diz quando perguntam o porque da nossa separação? Será se você treme na base? Será se seus olhos se enchem de lágrimas?

Eu me reconstruo na ideia de que quando penso em você é porque você também está pensando em mim. E a cada amanhecer eu pego a cola da solidão para colar mais um pedaço meu.

Cada pedaço que ainda é seu.

Por: Oliver Santos.


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