Estamos sozinhos a tanto tempo.
Me pergunto se você nunca encontrou alguém melhor.
Encontrou?
Ou talvez nenhum te deu o que eu dei. Ou deu?
Você quis?
Talvez tenha feita igual a mim.
Recusei.
Desde que te deixei venho praticando o verbo recusar.
Sentimentos.
Carinhos.
Abraços.
Recusar. Recuso. Recusei. Recusando.
Em todos os tempos verbais.
Tempo.
Foi isso que nos demos uma ao outro?
Você nunca deixou claro se voltariámos ou não.
E nos distaciamos.
Cada dia mais.
E mais.
Um mês se passou. Dois. Três.
Um ano.
E o amor continua o mesmo.
Foi a única coisa que não recusei, que não deixei de sentir.
O amor por você.
Talvez você também sinta o mesmo.
Estamos sozinhos até hoje.
Amando um ao outro distantes.
Porque assim?
Dói quando me pergunto isso.
Nunca nos deixamos.
Um distanciar silencioso.
Uma promessa de não deixar nosso amor morrer sem dizer uma só palavra.
Telepatia.
Ainda combinamos mesmo de longe.
Mesmo sem nos telefonar todo dia.
Que saudade da tua voz.
Do teu corpo.
Da tua boca.
Até de quando você brigava pra eu desligar a TV e ir deitar.
Eu não me recuso a não pensar.
Eu penso.
Desejo.
Acredito que isso um dia passe.
Nós vamos nos reencontrar.
E continuaremos apesar dessa pausa.
Se recuse a deixar de me amar.
Pois eu te amo.