CAPÍTULO 36*

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Boa Leitura

8-)

BRYAN

Depois de fazer amor com a minha menina em sua moto e ficarmos na montanha por um tempo, eu a levo para casa para poder descansar um pouco enquanto tenho que falar com Gabriel sobre a visita inusitada de Rosely na casa. Fico pensando no que Camila me disse na montanha e tremo só de pensar que a louca dessa mulher pode estar envolvida com o louco que está atrás da minha motoqueira. Lembro-me do que falei com a Camila e reforço isso em minha mente e em meu coração, eu faria tudo para salvar a vida dela, daria a minha vida a ela e, com toda certeza, mataria quem quer que seja o idiota que está a ameaçando.

Resolvo ir falar com o Gabriel sobre as minhas suspeitas. Quando me encaminho para seu escritório, meu celular toca. Quando vejo o número, atendo na hora.

– Descobriu algo, Enzo?

– Sim, eu consegui acesso ao arquivo lacrado do irmão de Raoul Bova. O irmão dele morreu na prisão, se chamava Richard Reeves...

– Reeves? Não Bova? – Eu paro onde estou, prestando mais atenção ao que ele fala.

– Não, consta aqui que Bova é o sobrenome da mãe.

– Esse sobrenome não me é estranho. – Falo tentando puxar em minha memória de onde eu o conheço.

– Não mesmo. Quem condenou o Richard Reeves à cadeia foi...

– Gabriel Baker. – Respondo por ele.

– Sim. – Porra, porra, agora tudo faz sentindo. Esse tempo todo era o Raoul. O sobrenome diferente. Nunca iríamos liga-lo aos Reeves.

– Ligo pra você depois, Enzo. – Falo indo em direção ao escritório.

– Só mais uma coisa, Bryan, o pai se matou logo depois da morte dele e em seguida, a mãe. Isso me parece um bom motivo de vingança.

– Obrigado, Enzo. – Desligo e bato na porta de Gabriel. O escuto me mandar entrar.

– Tudo bem, Bryan? Sua cara está de poucos amigos.

– Precisamos falar sobre a pessoa que persegue Camila e você. – Ele me olha sério.

– Ok.

– Eu tenho uma suspeita, Gabriel.

– E seria...?

– Raoul Bova. – Vejo um sorriso divertido aparecer nos lábios de Gabriel.

– Isso não seriam ciúmes? – Passo as mãos pelo cabelo, irritado.

– Claro que não. Eu recebi um telefonema, tenho novas informações sobre ele.

– Ok, então me diga. – Começo a falar que desde o início desconfiei dele, então comecei a revirar seu passado, o que me levou até um arquivo lacrado e que, com um contato que eu tinha dentro da polícia, consegui acesso a esse arquivo.

– Raoul tem outro sobrenome o qual desconhecíamos. – Vejo Gabriel ficar tenso quando me olha, esperando que eu termine.

– E seria?

– Ele se chama Raoul Bova Reeves. – Vejo Gabriel perder toda a cor do seu rosto e sinto que tem mais nessa história do que eu possa imaginar.

– Eu me lembro do sobrenome Reeves. Deus! Acho que nunca esqueceria. Eu nuca vou esquecer. – O rosto de Gabriel mostra... Culpa?

– Gabriel? – Pergunto preocupado e, quando seus olhos encontram os meus, o vejo derrotado. Mas que porra?

– Eu vou lhe contar uma história, Bryan, de como o grande advogado Gabriel Baker nem sempre foi justo. – Olho para ele, sem entender. Gabriel sempre foi justo em suas condenações.

– Isso foi há sete anos, um garoto de dezenove anos se envolveu num assalto, seguido de morte. Eu fui o advogado designado a mandar o rapaz para a prisão. Todas as provas estavam contra ele. A arma do crime, sangue em sua roupa... Tudo, mas tudo levava a ele. Eu o coloquei na cadeia. Um mês depois, ele morreu. Ele se matou dentro da prisão. Não sei o que foi, mas algo me fez duvidar do meu julgamento. Então fiz uma investigação particular e descobri que tinha outra pessoa com Richard naquele dia. Estou atrás dele até hoje, tentando montar um caso contra ele para levá-lo a cadeia. Mas o cara é um fantasma. Não consegui nada ainda, somente um rosto. Mas sem nome, nada que me leve a ele. Coloquei um rapaz na cadeia, mas pelo crime errado. E até hoje não consigo me perdoar por isso, Bryan. O nome Reeves vai me seguir pelo resto da vida.

Fico mudo, digerindo o que o Gabriel me falou. Vejo como isso o consome. O grande advogado Gabriel Baker cometeu um erro, e esse erro levou uma vida.

– Isso só reforça as minha suspeitas de que Raoul Bova é sim o cara que persegue Camila. Ele nunca mencionou seu outro sobrenome.

– Sim, você tem razão. Foque nele, Bryan, e não o deixe chegar perto da Camila, pelo amor de Deus. Ele quer vingança e não sabe que procuro limpar o nome do seu irmão.

Concordo com ele. Esse homem não chegaria a um passo da minha motoqueira. Vejo Gabriel abrir uma gaveta e jogar algo em cima da mesa. Me aproximo e pego.

– Uma escuta? – Pergunto, segurando o objeto pequeno em minha mão.

– Sim, achei aqui no escritório. Provavelmente Raoul a colocou quando esteve aqui. – Concordo com ele. Com certeza aquele foi um ótimo momento, mas esse homem não sabia com quem estava mexendo.

– Me passe o que você tem sobre o assassino. Você devia ter falado comigo antes, quem sabe já teríamos um nome.

– Eu sei, mas é meio que vergonhoso admitir que errei e que esse erro tirou uma vida.

Gabriel me passa o que tem e vejo a foto. O rosto não me parece estranho, mas não consigo lembrar onde já o vi. Pego tudo e passo para os rapazes descobrirem tudo o que puderem sobre o cara na foto, e depois subo para o quarto de Camila. Eu precisava falar com ela, queria que ela não se aproximasse mais de Raoul. Subo as escadas e quando entro no seu quarto, o encontro vazio. Vou para a porta do banheiro e bato, mas não escuto nenhum som.

– Camila? Baby? – Chamo por ela e nada. Logo, Jacob aparece na minha frente.

– Camila saiu. – Faço uma careta. Ela sabe que não pode sair sozinha. Mas que merda!

– Você a viu sair? – Ele balança a cabeça, confirmando.

– Ela saiu com o Vingador. – Levanto uma sobrancelha. Certo, agora ele estava chamando as pessoas por personagens. Mas fico com um pé atrás, Vingador era um personagem do desenho animado "Caverna do Dragão".

– O Vingador teria nome? – Ele sorri.

– Sim, acho que Camila o chamou de Raoul. Ele veio aqui almoçar com o papai outro dia. – Meu coração perde uma batida. Droga, Camila o que você fez?! Olho mais uma vez para Jacob.

– Por que você o chama de Vingador? – Não consigo resistir e pergunto, dizem que criança é sensitiva.

– Por que ele é mau. Eu não gosto dele. – Isso faz o meu corpo gelar e, não perdendo mais tempo, desço as escadas correndo. Encontro Alejandro e Nicolas vindo em minha direção, tranquilos, mas quando me veem descendo as escadas correndo e com o rosto preocupado, logo entram em posição de alerta.

– Rastreiem o celular da Camila, agora! – Falo para Alejandro assim que o encontro, não lhe dando tempo para perguntar nada. Mas o cretino ri da minha cara quando fala.

– Ela fugiu de novo? – Ele pergunta divertido, mas quando percebe a minha carranca, fica sério de novo.

– Isso é sério, AJ, ela pode estar em perigo. Camila saiu com Raoul, porra! – Não precisei falar mais nada, no mesmo instante ele começa a rastrear o celular dela, me seguindo para a garagem com Nicolas atrás.

– O endereço parece o do parque. – Alejandro grita atrás de mim quando chama alguns dos meus homens. Na mesma hora, corro para meu carro.

Eu vou matar aquela morena quando encontra-la e me certificar que esteja bem. Vou leva-la para seu quarto e a trancafiar lá para o resto da sua vida. Maldita! Quando confio nela, ela me faz isso.

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Mentira ExplosivaOnde histórias criam vida. Descubra agora