CAPÍTULO 37*

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Boa Leitura

8-)

CAMILA

Eu estou magoada, e muito. Bryan entra no carro e não me dirige a palavra, o que eu acho bom, porque não sei se seria capaz de responder nada a ele agora. Quando ele estaciona na frente da casa do Gabriel, eu desço e o escuto me chamar, mas vou direto ao escritório de Gabriel. Entro de supetão, fazendo-o me olhar surpreso. Bryan no meu calcanhar.

– Eu vim aqui por que quero perguntar aos dois, gosto de saber a verdade antes de sair acusando qualquer um. Eu quero ouvi os dois lados. – Meu tom de voz sai magoado, fazendo Bryan me olhar preocupado. Pego o gravador e coloco para rodar a fita e, quando eles escutam, ficam mais surpresos.

– Onde você conseguiu isso? Foi aquele imbecil do Raoul? – Bryan pergunta nervoso e se eu tinha alguma dúvida de que isso não fosse verdade, se algo dentro de mim ainda tinha esperança que isso poderia ser uma mentira feita pelo Raoul, ela morreu no mesmo instante em que olho no rosto dos dois e vejo culpa.

– É verdade, não é? – Eu pergunto num fio de voz, meu coração ainda não querendo acreditar. Essa é a parte idiota que nos faz ter sentimentos para nos magoarmos depois, como agora.

– Camila, não foi bem assim... – Bryan fala com a expressão preocupada... Quase desesperada, em seu rosto. Ele tenta se aproximar, mas eu não permito e balanço a cabeça, negando e dando um passo para trás. Eu não precisava ouvir mais nada.

– Não foi bem assim, Camila, não é como você está pensando. – Gabriel tenta falar, mas novamente nego com a cabeça porque essas são as palavras mais clichês que as pessoas tentam dizer para tentar arrumar um erro.

– Não precisam dizer mais nada. – Olho para Gabriel, que está branco. Tenho certeza que a minha voz está fria como o gelo do Alasca.

– Se você confiasse em mim, eu teria deixado você entrar, mas mais uma vez você se mostrou a mesma pessoa de anos atrás que chutou minha mãe para fora dessa casa sem uma chance de explicação. Dessa vez você não me deixou ir para você por mim mesma, me dar tempo de me acostumar com você. Você preferiu usar o seu guarda-costas para poder se aproximar de mim. Quem me conhece sabe como sou. Posso ser dura às vezes, ou na maioria das vezes? Sim, eu posso! Sou irresponsável às vezes? Sim, eu sou! Faço o que me dá na telha? Sim, porque sempre tive a liberdade dada por meu pai para ser quem eu realmente sou. Mas também sou uma pessoa de chances, eu sempre dou, mesmo que diga não, mesmo que diga que te odeio, eu daria uma chance e te dei as chances, mas o que você fez? Você pisou nelas, pedindo para Bryan se aproximar de mim e ajudar você. Você me tratou feito criança. Você passou dos limites, Gabriel Baker. E me fez acreditar que você não é diferente do seu pai. A partir de hoje eu não moro mais aqui e nem tente me impedir porque eu sei que, como maior de idade, posso responder por mim mesma. E, se for preciso, chamo a polícia ou a imprensa e faço um escândalo, mas nada me fará ficar nessa casa. Eu quero distância de vocês.

Me viro e saio, a beira das lágrimas. Eu estava magoada, muito magoada! O homem que eu amava tinha mentindo para mim. E Gabriel? Logo quando o deixei entrar na minha vida, ele quebra meu coração.

Subo correndo para meu quarto e arrumo uma mochila. Depois eu mandaria alguém vir buscar o resto das minhas coisas, não queria ficar mais nenhum minuto nessa casa. Quando me viro para a porta para sair, empaco quando vejo Bryan. Ele parece desesperado, mas eu pouco me importo. Ele já brincou comigo o suficiente, eles já pisaram e ainda arrastaram o pé sobre o meu coração.

– Camila... Me deixa explicar, por favor... – Quando ele fala, meu coração idiota quer ouvir. Se existia uma possibilidade de ele não ter concordado com Gabriel de se aproximar de mim para ter o meu afeto, eu queria ouvir.

Mentira ExplosivaOnde histórias criam vida. Descubra agora