Parte 7

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Era inegável para Eduarda que havia gostado do beijo de Rafaela. Seus toques calmos rimando de um modo antagônico com a ferocidade que Rafaela detinha faziam à colunista viajar para longe. Desconhecia a fera que tinha dentro de si, capaz de agir por conta própria em nome de suas vontades irracionais. Contudo, se conhecia o bastante para saber que não era a rainha da racionalidade. — Você só pode ser louca. — Foi tudo que Rafaela conseguiu formular enquanto se perdia na imensidão dos olhos que lhe encaravam. — Em um segundo me recusa veemente, no segundo seguinte me beija como se isso fizesse algum sentido diante da situação. — As verbalizações ultrajadas de Rafaela eram justas sob o ponto de vista de Eduarda, mas aquilo não era uma tentativa de descobrir quem estava certo ou errado. Era um ato libertino de coragem. Afinal qual o sentido de ambas estarem ali, sozinhas, em seu apartamento senão por aquele beijo? Eduarda sabia que não fizera nada que também não estivesse nos planos de Rafaela.

— Não sou louca. Só fiquei curiosa para saber se você beijava bem. — Eduarda encarou ainda mais firme os olhos enegrecidos que lhe rondava. Em uma aproximação lenta, sorriu com escárnio enquanto sentia sobre si os olhos de Rafaela pesarem.

— Espero que tenha conseguido saciar sua curiosidade. — Agora foi a vez de Rafaela se aproximar. Seus passos pacientes caminhavam na direção de alguém que desta vez não fazia questão de fugir. Se era esse o intuito de Rafaela em ir até seu apartamento, não sairia antes que se esbaldasse. Enquanto a língua de Rafaela percorria-lhe a boca, seus pensamentos lhe recriminavam e Eduarda entrava em uma discursão interna que não fazia ideia de como sair. Desconhecia suas próprias atitudes, mas tentava mandar embora suas tentativas de repreensões mentais. Beijou com mais fervor, fazendo Rafaela acreditar que aquilo significava algo próximo de reciprocidade para a combustão que estava sentindo. Os pensamentos na cabeça de Eduarda voltaram a incomodá-la, agora mais insistentes e lascivos. Ousaram trazer a imagem do sorriso da garota com quem havia esbarrado outro dia, fazendo-a se chatear pelo lapso aleatório. Repreendeu aluindo que deixar o momento com Rafael passar em nome da esperança de um acaso efêmero seria loucura. Decidiu se entregar ainda mais ao beijo; ao momento; a vida.

— Espero que sua curiosidade demore muito até ir embora. — Rafael sorriu enquanto a envolvia Eduarda mais firmemente por entre seus braços. Olhou fixamente nos seus olhos para guardar consigo aquela imagem e fechou suas pálpebras para voltar a beijá-la. Desta vez o controle da situação era seu; estava entre suas mãos a caneta que contornava os pontinhos que pairavam o ar. Envolvidas na saliência do beijo, repousavam de pouco em pouco sobre a cama, deitando em uma intimidade que parecia de anos, não de minutos. Pararam para se encarar, buscando sincronicamente a certeza se o sinal era verde ou vermelho para as duas partes. As mãos foram passeando cada vez mais livres e o beijo se encorpando cada vez mais de forma intenso... Eduarda engoliu à seco seu orgulho, agora estava convencida de que Rafaela não era exatamente como tinha imaginado.    

 


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1 - O preço de uma mentira [ ROMANCE LÉSBICO]Onde histórias criam vida. Descubra agora