Piscadela para mim sem valor

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Antes que eu pudesse falar, Lola me viu e disse primeiro

- Charlie... Que ótimo. Deixa eu te apresentar aqui minha vó, minha tia e meu primo- A cada um para quem ela apontava, eu aceno com a cabeça como uma reverência.- A Paty ta lá no meu quarto, vai falar com ela. Ela vai gostar de te ver por aqui.

-Okay Lola, to indo. Prazer em conhecer vocês- e sai em direção ao quarto de Lola.

No caminho, encontro Sheila, mãe de Lola. Nunca conversei com ela. Nossa troca de palavras foram no máximo ''oi'', ''tudo bem'' e ''tchau''. Passo por ela e a cumprimento:

-Oi Sheila, tudo bom com você?

-Tudo sim e com você?

-''Tõ'' bem... - a conversa parou ali e fui ao meu objetivo... Paty!

Subi as escadas e encontro Paty se olhando no espelho para ver se sua roupa estava boa

- Essa roupa ta legal? acho que ta mostrando demais meus peitos..

-Sim, está mesmo e... OI pra você também

-Ah... Oi- disse me abraçando.- Vamos descer?

-Vamos sim!- antes pudéssemos descer, Lola aparece para retocar sua maquiagem. Foi rápido! Então, descemos os três.

Descemos as escadas, cumprimentei as pessoas que eu ainda não tinha visto, algumas porque acabaram de chegar.

-Gente, o jantar está pronto! sirvam-se! - disse Sheila

Mas alguns estavam ocupados preparando uma caipirinhas e outros, tímidos demais para se levantarem para se servirem. Houve uma troca de olhares entre eu e Paty

-Se você for comigo, eu vou- disse ela me implorando com seu olhar

-Sim, vamos!- disse- Estou com fome

Maravilha! A comida é meu prato preferido: Estrogonofe de frango. Me servi e muito bem com o arroz, o estrogonofe e batatas assadas. Para terminar, um copo de refrigerante. Estou estufado.

Conversa vai e conversa vem com Billy e alguns amigos de Lola que eu nem conhecia, mas que pareciam ser gente boa. Dani entrou na roda para a conversa e ficou do meu lado.

-Daqui a pouco eu vou embora...- disse olhando em meu olhos

-Serio? Mas já?- disse eu.

-Sim. Você conhece meu pai, sabe como ele é. Quer que eu esteja em casa cedo.- naquele momento ela se aproximou lentamente e me beijou com um simples selinho.

- Que pena! Cheguei a achar que você iria dormir aqui.

-Não... Não sei que milagre meu pai ter deixado eu vir para cá.

Minutos mais tarde escuta-se uma buzina do lado de fora da casa. O pai da Dani chegou. Ela se despede, acompanho-a até o portão e ela se despede de mim me dando um abraço. Me solta e se afasta lentamente. Antes de entrar no carro, olha para mim e dá um piscadela. Não sinto nada por ela, isso que é impressionante, nem mesmo uma simples atração. Vejo que meu problema mesmo é a CARÊNCIA.

Volto para as conversas que estávamos tendo. A noite passa... Os familiares da Lola já foram embora. Alguns se afastam, saem para comprar alguma coisa e depois voltam e há poucas pessoas na casa. Vejo Sheila sentada no sofá sozinha. Creio que não custava nada ir conversar um pouco com ela. Ela parece ser uma pessoa super gente boa.

-Oi Sheila...


Meio Cheio, Meio VazioOnde histórias criam vida. Descubra agora