Número telefônico

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Depois de um momento em estado de choque, lembrando de tudo. Fui despertado por Rafa:

-E ai? Vai sair da frente para eu poder passar ou vamos dormir por aqui hoje?

-Ah ta. Vamos Rafa.

Deixo Rafa no ônibus para que ela vá para casa e fico a espera do ônibus que irei usar para ir para a faculdade. Durante a minha ida à faculdade, aquele nome do amigo de Rafa ficou ecoando na minha mente...Marvin Senun, Marvin Senun... Como não me lembrei antes que Sophia tinha um irmão mais novo, com a mesma idade de Rafa. Seria isso coincidência? Ainda não podia acreditar naquilo. Pelo resto do meu dia, não prestei mais atenção em nada, só fiquei focado naquele momento nostalgia, esse sentimento que me deixa mal, não gosto de pensar no passado, me traz arrependimentos.

Ao chegar em casa, primeiramente respondo Anne, para irmos no shopping assistir um filme.

''Oi Anne, desculpa a demora. Vamos sim no cinema. Aliás, estou precisando falar com você urgentemente. Depois nos falamos. Beijos.

Logo depois ela me responde:

''Eita, eita, eita... Agora fiquei curiosa. A gente só vai sair depois de amanhã e não vou me aguentar de curiosidade. Pera...Não me conta, se você merecer, eu vou querer te bater. Então, até sábado. Beijos''

Eu somente ri. Logo depois, respondi Lola. Estou afim de ir na festa, até porque, não posso decepcionar as garotas da qual a Lola falou.

''Oi Lola. Pode deixar confirmadíssimo a minha presença. Nos vemos então no sábado a noite. Ah, deixa guardado um lugarzinho para eu dormir, um lugar para que possa caber eu e outra companhia lá que estiver disponível. Beijos.''

A festa poderia até me animar, mas não conseguiria tirar da minha mente o fato de que hoje conheci Marvin. Sophia falava dele sempre, sempre falava que ele era fofo e lindo. Não me aguentei, tive que gritar por Rafa. Logo, ela aparece encostada na porta:

-O que foi?- diz com toda ignorância

-Então aquele Marvin é seu amigo né?- disse, puxando assunto para que aos poucos eu vá descobrindo alguma coisa.

-Sim, é sim. Por quê?

-Você sabe se ele tem uma irmã?

-Charlie!! Como você é direto! Isso é algo pessoal dele sabe...- falou abaixando o rosto, de repente, levantou o rosto com a cara de maníaca doida que ela sabia fazer muito bem- 5 reais!

-Tá- peguei da minha carteira e peguei 5 reais. mas antes de entregar, exigi - Me fala primeiro!

-Tem sim- falou tomando da minha mão os 5 reais

-Sabe o nome dela?

-Sophia...- falou analisando o dinheiro, como se estivesse verificando se era verdadeiro.

-Você tem o número do telefone fixo dele?- quando decidi me afastar de Sophia, me desfiz de qualquer método de ligação que poderíamos ter

- Tenho...e tenho também um trabalho escolar para entregar amanhã que não está terminado.

-Tá bom. Eu faço e você me passa o número, pode ser?

-Pode. Amanhã eu passo por debaixo da porta do seu quarto e você me dá o trabalho.

-É bom colocar mesmo, se não, rasgo seu trabalho- digo com a cara de maníaco, tentando parecer o mais maluco possível

Na manhã seguinte, vejo que o número já está lá. Abro a porta e já dou de cara com Rafa, com as mão estendidas.

-Toma e obrigado

Ela nem espera e já sai descendo as escadas cantarolante.

Estou com o número na mão. Será que ligo? O que devo fazer? Sinto que minha mente nega mas meu coração saltitante aceita. Lembro do que Sophia me falou. '' Você me amar é fato, se afastar de mim, parece ser uma opção no momento, porém, como falei, vamos acabar nos vendo algumas vezes e vai acabar criando essa ruptura''. Pelo jeito, já houve essa ruptura e meus sentimentos voltaram a estar aflorados. Pego o número, disco o número no meu celular e fico em dúvida: aperto ou não aperto o botar ''ligar''? Quando menos percebi, já tinha apertado e coloquei o celular em meu ouvido. Chamava...Chamava...Chamava... Atenderam.

-Alô- disse alguém do outro lado da linha

-Alô. Por favor gostaria de falar com Sophia, será que posso?

-Aqui é a mãe dela. Então, Sophia não se encontra. Ela está trabalhando. Você tem o número do celular dela?

-Não, não tenho. Você poderia me passar, sou um amigo antigo dela e sou irmão de uma amiga do seu outro filho, Marvin.

-Passo sim, anota aí.

Ela me passou o número do celular de Sophia e disse que seria melhor ligar para ela umas 13 horas, que seria a sua hora de almoço. Concordei, agradeci, me despedi e desliguei. Hora de ir para a faculdade, quando sair da aula, a primeira coisa que vou fazer, vai ser ligar para ela. Não sei porque mas, só disse dane-se pro meu coração e deixei ser guiado pelo mesmo, o que acho errado, mas como disse, a minha mente não importa mais.

Meio Cheio, Meio VazioOnde histórias criam vida. Descubra agora