Fechei a porta por de trás das minhas costas observando a madeira escura que compunha maior parte da entrada da minha casa, para não relatar as longas e finas extruturas compostas por vidro puro, com cinco pequenas molduras, sendo uma delas a mais pequena moldura de família sobre a estante.
Avancei no meu passo e encontrei meros armários e gavetas abertas à pressa e papéis espalhados por toda a sala principal concluindo que, o meu pai estaria a trabalhar no escritório de casa. Pousei sobre a grande mesa os meus pertences, aliviando as minhas próprias costas, fui ao encontro do sofá podendo dormitar sobre o mesmo.
Até tal acontecer, os meus pensamentos viajaram para onde os meus pés caminharam. Pobre Sebastian que levou com toda, ou maior parte, da minha rudez.
Poderia ter-me controlado, é certo.Ergui o meu sensível e leve corpo desistindo da ideia do descanso, confesso que ultimamente as minhas hormonas não se encontravam no melhor estado.
Era raro o momento em que não me sentia menos do que todos, em que não me rebaixava, em que conseguia controlar os meus nervos em relação à escola. Ultimamente, andava bastante assustada, desde o momento em que aquela professora me resolvera entregar, indiretamente, um dilema de quatro palavras mas que, me está a dar mil e uma dores de cabeça.
Dirigi os meus passos até ao escritório. Havia algo de reconfortante em ouvir o meu pai a teclar mesmo a meu lado, soltando pequenos suspiros de vez enquanto. Deixei-me estar em silêncio pois não desejava distrai-lo ou até mesmo incomodá-lo quando tratava de assuntos importantes como trabalho.
Examinava as largas e robustas capas dos livros pousados sobre as estantes que cobriam maior parte das paredes brancas daquela divisória.
O gosto pela leitura, a apreciação da escrita, a inspiração às letras fora-me entregue totalmente pelo meu pai.
A minha mãe é sem dúvida uma pessoa com falta de paciência, penso que pagaria para observa-la enquanto lia qualquer tipo de livro, ou nem viajando para tanto, penso que pagaria para observa-la enquanto lia uma simples carta.Já o meu irmão, penso que a sua personalidade é algo que ainda não está definida, responsabilizo-me por ser eu a entregar-lhe o vicio das letras, irá ser apenas um prazer.
Deslizei o meu dedo indicador sobre o cimo das capas pressentindo uma sensação estranha sobre o mesmo, esfreguei em movimentos rotativos o meu indicador contra o meu polegar detetando pó sobre os mesmos.
"Descendente Amada" - O meu amável pai clamara pela minha atenção de uma forma carinhosa, rodei o meu tronco, fazendo com que ele recebesse toda a minha atenção.
"Eu mesma" - Retorqui não com tanto entusiasmo nas palavras denominadas como 'caras', tal como meu pai.
"Vem espreitar o manual que encontrei para começares já a recolher novas e diferentes ideias para o teu futuro como psicólica, correto?" - Terminou o seu discurso com uma questão retórica fazendo os meus lábios curvarem-se.
Analisei o rosto do meu pai sentando-me rapidamente ao seu lado, interessada no tal manual.O meu pai costumava referir-se à psicologia como psicolica pois, muitos dos psicologos inalavam de tal forma os problemas dos seus pacientes que eles mesmos ficavam com problemas mentais e a bebida era o principal ponto de refúgio. Bastante interessante da parte de meu pai.
(...)
A chuva descera pelas laminadas tiras de vidro compostas pela grande janela do meu quarto, o céu depressa assumiu tons acizentados, uma cor que normalmente não era facilmente captada pelo olho humao. A fraca luz da lua consumida, iluminava parte do meu refúgio, o meu quarto.
Encontrava-me repousada no meu confortável aposento, definido como cama. O meu joelho saltitava embalando o meu pequeno irmão Jonnhy que acabara de despertar após um pesadelo e eu, tivera sido o seu ponto de consolo.
Jonnhy era bastante querido por a família em geral mas, era a mim que ele confiava os seus primeiros beijinhos na escola, a sua primeira urina fora do grande buraco da sanita, dos insultos às meninas apenas para faze-las correr até ele e, até mesmo dos trabalhos inacabados deixados em cima da mesa durante o tempo de aula.
Uma criança. Uma ternura verdadeira.
"Eu também sou bom a guardar segredos mana, agora és tu" - O meu pequeno anfitrião pedira-me deixando-me numa posição desconfortável.
"O que eu mais queria agora é que conseguisses voltar a adormecer pois, amanha ambos temos um longo dia a enfrentar" - Aconselhei devido ao meu ar cansado.
Jonnhy alterou a sua expressão mostrando-se frustrado com a minha negação ao seu pedido.
"Conta-me um segredo pequenino" - Teimou.
"Talvez amanhã" - Prometi sabendo que iria desrespeitar a minha própria promessa e que deixaria o assunto pendente.
"Já deste algum beijinho, Assim como eu dei à Theresa? - Questionou.
"Talvez amanhã" - Repeti a resposta sendo a pouco e pouco consumida pelo trágico sono.
"Mana!" - Jonnhy roda o seu magro e doce tronco para a minha face fazendo com que a sua extridente voz ecuasse sobre as finas paredes do meu quarto.
"Tens de falar baixinho" - Ordenei.
"Já deste algum beijinho a sério?" - Implicou com o assunto fazendo-me simplesmente suspirar.
"Não" - Respondi rapidamente.
"Os meninos puxavam-te os cabelos para correres atrás deles? - Retornou a questionar.
"Fui sempre bastante calma e ficava com umas amigas, nada de rapazes querido Jonn" - Mimei.
"Se eu te tivesse na minha escola eu iria sempre dizer-te Olá e dizer que eras a minha irmã" - Comentou encostando a sua cabeça à sua almofada que trouxera quando fugiu do seu quarto à procura do meu reconforto deixando-me assim sem algum peso em cima.
"Já podemos dormir?" - Murmurei cobrindo o seu pequeno mas já formado corpo.
"Tenho medo" - Confessou.
"Eu estou aqui, calma" - Encostei a ponta do nariz à sua face entregando-lhe um beijo na bochecha, seguidamente fechei os meus olhos entregando-me à melodia continua da chuva, à escuridão cega dos meus olhos e até à fraca e profunda respiração de Jonnhy.
Olá queridas leitoras, aqui têm mais um capitulo, este é o último capítulo enquanto adulescente.
Curiosas para os próximos misteriosos capitulos?
Comentem e votem, é bastante importante.
Ciao, J.
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M.D.A.A.
Teen Fiction"A minha vida está por um fio" ... "Eu tenho a certeza que esta noite irá ser a última" ... "Larga-me" ... "Não entendo o que me queres dizer quando me avisas para ter cuidado" ... "Continue, o seu caso interessa-me" ... Oposições, contrastes, medos...