As coisas não acontecem por acaso

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Capítulo com a revisão feita, espero que gostem.

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Estou completamente desorientada não faço a mínima ideia de que forma irei sustentar uma criança ainda mais sozinha, mal tenho dinheiro suficiente para me poder sustentar, pois a universidade e a prestação do apartamento deixam-me quase sem nenhuns recursos, ainda mais sem um trabalho, a minha vida acabou de ficar um caos. Estou à horas a chorar, malditas hormonas que tornam tudo mais complicado. Sei que preciso de falar disto com alguém sozinha eu não aguento todo este peso nas minhas costas. Preciso mesmo da Sónia neste momento, está decidido vou ter a casa dela.

***

Respiro fundo várias vezes antes de tocar à sua campainha, por fim tenho coragem e toco à campainha, sou recebida por uma Sónia bastante sorridente.

- Gabriela, és tu! Ainda bem que viste me visitar, tenho notícias excelentes para te contar. - Olha na minha direção e apercebendo-se da minha expressão carregada fazendo com que pare de falar o que estava a falar. - O que te aconteceu amiga? Parece que viste um fantasma. - Pergunta. - Que falta de educação minha, entra.

Caminhamos na direção da sua sala e quando chegamos ela senta na poltrona e indica-me o sofá à frente para eu me sentar.

- A minha vida desmoronou toda. Preciso mesmo de ti amiga.

- O que aconteceu Gabriela? Estou aqui para ti, fala comigo.

Encaro as minhas mãos que tremem no meu colo e suspiro antes de começar a falar, levanto os olhos e vejo os olhos de Sónia carregados de preocupação, respiro fundo para ganhar coragem e pronunciar o que tanto tempo em voz alta.

- Estou grávida. - Digo de uma vez apenas com um fôlego.

- Mas tu tinhas dito...

- Sim, quando saíste de minha casa decidi comprar um teste para confirmar as minhas suspeitas, não te queria preocupar em vão, temia que fossem coisas da minha cabeça e não ia adiantar de nada preocupar-te também com isto, então fui comprar três testes de gravidez para ter mesmo a certeza de que um apenas não errava, mas todos deram positivo. Não sei o que vou fazer, nem o que será de mim. Não posso dizer ao Nuno primeiro ele nunca vai aceitar esta gravidez, vai-me acusar de golpe e depois ainda há o facto de ele estar noivo. - Abano a cabeça com estes pensamentos. - Não lhe posso contar, entendes? Mas sem ele como vou sustentar esta criança?

- Ei Gabriela, podes parar por aí. Tu não estás autorizada a abortar, agora podia ser fácil no entanto sei que no futuro nunca te irias perdoar, eu conheço-te.

- Não, nunca coloquei essa hipótese. Eu vou ter esta criança, ela não tem culpa em nada dos meus erros.

- Ah, ainda bem. Desculpa, por momentos acreditei mesmo que tivesses colocado essa hipótese e se tivesses podes ter a certeza que nunca te iria apoiar em tamanha loucura.

- Também não terei coragem para dar esta criança para adoção, pois embora não tenha nascido e embora apenas hoje tenha descoberto a sua existência eu sinto que já amo este ser que cresce dentro de mim.

- Compreendo, embora eu não saiba o que é estar na tua situação eu compreendo que ames esse pequeno. - Ela faz uma pausa, levanta-se, caminha na minha direção, assim que me alcança ajoelha-se à minha frente e pega-me nas mãos. - Gabriela sabes que estarei aqui para tudo o que precisares, esse pequeno será o meu sobrinho ou sobrinha portanto se quiseres eu posso me mudar para o teu apartamento, para o quarto extra, ajudo-te com as despesas para não ficares tão sobrecarregada e ajudo-te em tudo o que for preciso, mas de uma coisa é certa acho que devias falar com o Nuno, é importante que ele saiba da existência dessa criança, mesmo que não acredite que seja dele, mesmo que esteja noivo, ele tem culpa, ele esteve lá no momento em que foi feita e tem o dever de saber que vai ser pai.