Luke

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Eu estou feliz, já faz alguns dias desde a ultima vez em que vi Michael e eu estou indo o ver agora mesmo, ele parece bem e eu estou feliz por ele.

Bati na porta, mas ele não abriu.

- Mike. - o chamei e tudo parecia em absoluto silencio.

Assim que entrei vi Michael encolhido em sua cama, parecendo uma pequena bola de cobertores, seu corpo frágil tremia e ele parecia desesperado, as mãos tampando a boca e ainda assim eu podia ouvir pequenos soluços escapando por entre seus dedos. Lagrimas grossas escorriam de seus olhos, eu odeio o ver desse jeito, isso parte meu coração em milhares de pedaços.

Fechei a porta atrás de mim e me aproximei com cuidado, sentei na beira da cama e deslizei as pontas dos meus dedos pela sua perna.

- Vem aqui. - o chamei. Michael forçou seus braços, se apoiando em suas mãos.

Enrolei meus braços em sua cintura antes que ele desabasse e o trouxe pra perto. O apertei contra meu peito e ele pareceu desesperado ao enrolar seus dedos em minha camiseta branca, puxando o ar com força pra seus pulmões.

Eu acariciei suas costas com calma até que ele parece de tremer, o olhei e seu rosto estava vermelho, seus olhos inchados e ele parecia exausto.

- O que aconteceu? - Michael soluçou, logo em seguida pressionando sua boca contra meu ombro pra que mais nenhum ruido escapasse.

- Eu tenho medo. - murmurou com a voz abafada e falha. - tenho medo de ficar sozinho, tenho medo do escuro, eu tenho medo de tudo, eu não aguento mais esse lugar. - eu me senti triste por ele, me senti triste por não poder o tirar daqui, me senti triste por não poder fazer ele feliz. - por favor Luke, não conta pra ninguem. - uma parte de mim entendia que se eu contasse o que está acontecendo, mais distante de sair daqui ele ficaria, já a outra parte está preocupada com ele e tudo que ele tem passado.

A mudança de ala é diferente para cada paciente, alguns se sentem feliz se apagando a ideia de que estão mais próximos de sair, outros, como Michael, se sentem devastados pela quebra bruta de sua antiga rotina, não ver mais os médicos e enfermeiros que costumava ver, não ter mais os horários que costumava ter.

- Vai ficar tudo bem. - murmurei deixando beijos por todo seu rosto, e isso pareceu o acalmar.

- Não me deixa aqui sozinho. - o lábios de Michael tremulavam e eu sei que ele está a ponto de voltar a chorar, mas dessa vez eu não sei o por que, eu só não quero que ele chore.

- Tudo bem, eu fico. - Michael desgrudou de mim e deitou na cama, ele me puxou pelo braço e eu sorri.

Deitei ao seu lado, Michael grudou suas costas contra meu peito, eu o aconcheguei em meus braços e repousei minha cabeça próxima a curva do seu pescoço, vendo sua pele se arrepiar a cada suspiro meu contra sua pele. Seu corpo está quente e seu cabelo faz cocegas em minha bochecha. Eu não quero me desgrudar dele e só rezo pra que ninguém entre nesse quarto, ou estaremos encrencados, mas nesse momento ele parece precisar de mim e eu enfrento o que for pelo bem dele.

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