Eu estou um tanto atrasado, mas nada que alguém vá perceber e me dar uma bronca, afinal, eles não tem muito do que reclamar já que eu sou voluntário.
A entrada do lugar estava uma verdadeira bagunça, todos gritando por todo lado, a diretora estava prestes a arrancar os cabelos, eu passei pela porta de entrada e com toda gritaria, tinham pacientes na porta de seus quartos, eles pareciam assustados e bom, não é pra menos.
Suspirei e me virei, voltei pra entrada e fechei a porta atrás de mim.
- Será que da pra vocês calarem a boca? - berrei e imediatamente todos se calaram, sorri amigável e encarei cada rosto ali. - Temos pacientes aqui, eles estão assustados, nosso trabalho é os ajudar não fazer eles terem um surto. - eu podia ver nossa diretora envergonhada, ajeitando seu vestido e uma mulher que parecia estar prestes a socar alguém. - se por favor puderem manter a calma e...
- Calma? Meu filho está trancado nesse lugar a meses e eu vi ele uma unica vez, como mãe pense como eu me sinto. - Eu realmente entendo o lado dela e acho errado eles privarem os pacientes do contato com familiares, a desculpa que dão é que o contato com pessoas conhecidas pode os deixar na zona de conforto e isso influenciar negativamente em seu tratamento, mas eu mal sou um enfermeiro, não sou eu quem decido quem recebe visitas ou não . A diretora estava prestes a rebater mas eu a olhei como quem pedisse permissão pra tentar acalmar a mulher e ela balançou a cabeça brevemente em afirmação.
- É qual é o nome do seu filho senhora? - o lugar estava em completo silencio, ninguém ousava falar uma palavra sequer.
- Michael Clifford. Você conhece ele? Sabe se ele está bem? Eu só quero ver meu filho. - eu senti meu coração ser esmagado.
- S-sim, eu quem cuido do seu filho em boa parte do tempo, ele está bem, cada vez melhor e eu espero que em pouco tempo vocês vão poder se ver, tudo bem? Eu tenho de ir e acordar ele. - eu sorri e passei as mãos pelo meu cabelo. - ele está se saindo bem.
- Diga pra ele que eu vim. - ela pediu e uma lagrima escorreu pelo seu rosto.
- Eu digo e alias, ele sente sua falta e fala de você, a senhora tem sorte de ter um filho tão especial como ele. - sem esperar por resposta e entrei, andando em passos largos até o quarto de Michael, se eu ficasse ali mais um segundo sequer desabaria em lagrimas junto com aquela mulher.
Assim que entrei no quarto, Mike dormia encolhido, com a expressão tranquila, e eu tive até dó de o acordar.
Sentei na beira da cama e deslizei as pontas dos meus dedos pela sua cintura.
- Hey Mike, acorda. - o chamei, ele se mexeu na cama, eu o cutuquei e ele abriu seus olhos, piscando algumas vezes. - está na hora de acordar, vá tomar um banho, eu vou trazer alguma coisa pra você comer e seu remédio, vamos logo ou vai se atrasar pra sua consulta. - Michael deitou em meu colo e eu mexi em seu cabelo.
- Mas eu não quero ir. - suspirei.
- Sua mãe esteve aqui hoje. - Michael me olhou esperançoso. - ela queria te ver e eu disse que você estava melhorando e que em pouco tempo vocês iriam se ver, você quer ver ela não quer? - Michael confirmou freneticamente com a cabeça. - você está indo tão bem Michael, mas pra continuar assim não pode faltar a suas consulta. Seu psiquiatra me disse que você está se abrindo mais. - Michael sorriu envergonhado e sentou ao meu lado.
- Eu sou um medroso e você estava certo, falar sobre meus medos me faz enfrentar eles. - sem pensar duas vezes eu o abracei e ele imediatamente retribuiu.
- Vai tomar um banho logo. - Michael beijou minha bochecha e correu pro banheiro envergonhado, eu estou orgulhoso dele.
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Crazy For You ** MUKE
FanfictionLuke e voluntário em um hospital psiquiatrico e talvez o loiro de uma atenção especial a um dos pacientes. Revisada e concluída (2020)