Luz e Sombra

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Eu nunca vi a Rainha, meus pais não me deixam ir à cidade, mas eu já fui. Eu deveria ter uns oito anos.Todo ano acontece o Desfile de Primavera onde a Rainha desfila em uma carruagem de rosas. No dia do desfile eu saí escondida, mas apenas consegui pegar o fim. Me espremi entre a multidão, e cai no meio da rua onde os carros e as carruagens passavam. Um dos cavalos se levantou e por pouco não me pisoteou, na verdade por alguém, eu já estava no chão, o garoto que estava montado no cavalo desceu, ele devia ser um ou dois anos mais velho. Seu cabelo tinha uma cor meio mel e seus olhos eram castanhos. Ele me levantou e perguntou se eu estava bem, sua voz era jovem mas com autoridade. Acho que nunca mais vou me esquecer dele. Levei uma enorme bronca naquele dia por ter sumido.
Meus pais haviam marcado uma reunião com a Rainha.
Umas quatro horas da tarde uma limosine preta estacionou em frente à nossa casa. Coloquei a minha melhor roupa, uma calça jeans escura e uma blusa branca. Eu e meus pais entramos, poucas vezes andei de carro, mas aquele era bem espaçoso e arrumado. Um homem velho de terno estava sentado lá dentro. Olhou rapidamente para meus pais e parou em mim com uma expressão de espanto.
_ Eu sou o Ministro Shalom aqui de Flermont. Estou aqui para acompanhá-los até o castelo. Por favor, digam seus nomes, para que eu possa, ter certeza de quem são.
Meu pai foi o primeiro a dizer.
_ Phill Andsor Leger.
_ Karol Anne Leger_ disse minha mãe.
_ Thália Leger_ falei meia nervosa.
_ Quantos anos você têm senhorita Leger?
_ Tenho dezessete.
_ Ah! Então você vai participar do dia da Escolha.
_ Sim, senhor.
_ E, está nervosa?_ perguntou ele curioso.
_ Estou, mas acho que ocorrerá tudo bem_ menti.
Ele mexeu em três pastas e conferiu os nomes e as fotos.
_ Está tudo certo_ e ele olhou para mim.
A Cidade de Angelim é muito bonita, enfeitada e cheia de flores. Ali parecia que não existia pobreza, o que infelizmente não era verdade. A Cidade de Angelim como era a capital era a cidade mais rica de Angelim. Flermont onde eu moro fica a apenas dez quilômetros de Angelim. Lá, as pessoas são muito boas e ajudam à todos. A maioria de nós somos fazendeiros, ou criadores de animais. Mas nossa cidade é totalmente diferente da Cidade de Angelim.
Chegamos a um enorme portão prateado, alguns guardas o abriram. O Palácio era bem protegido. Há alguns dias, ao norte de Angelim, onde estão as cidades mais pobres. Algumas pessoas que são contra à monarquia e à Escolha, atacaram o Palácio, no que resultou em várias mortes, por isso a grande proteção.
Passamos por um jardim enorme, com os tipos mais variados de flores. E finalmente chegamos no castelo, uma estrutura enorme, tinha uma cor clara com vidros e janelas por toda a parte, era um lugar harmonioso. Desci, um pouco enjoada do carro.O Sr. Shalom pediu para que o acompanhasse. Ele abriu as grandes portas de vidro. Um salão imenso, o chão de mármore frio me deixou arrepiada, algumas cortinas claras tentavam sem sorte tampar os raios de sol, e a brisa refrescante de Angelim, às fazia esvoassar. O teto era a coisa mais linda que já tinha visto, uma pintura representando as cidades de Angelim, com cada detalhe inexplicável.
Passos pesados desceram a grande escadaria rapidamente.
_ Como assim eu tenho que ficar aqui? Você sabe que eles precisam de mim no Norte!_ alguém falava exaltado.
_ Ah! Will, outra hora nós conversamos.
Me virei rapidamente, para ver o que acontecia. Um homem com uns dezenove vinte anos, estava com um olhar furioso, assim que o vi, eu o reconheci. Era ele.

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