Midnight Memories

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"I know nothing's making sense;
For tonight lets just pretend"

- Oh, meu Deus. Desculpe, sério. Não foi minha intenção! Eu achei que era o quarto... ah... desculpe.

O cacheado atropelava as palavras enquanto se levantava do chão, pegando sua mochila e guardando o caderno que caiu.

- Está tudo bem, só me assustei um pouco. Faz uns dois meses desde que o último menino pulou para dentro do meu quarto.

Harry se virou assustado para o menino que tentava (com muito esforço) se ajeitar na cama, usando os braços como apoio. Ele tinha cabelos morenos e lisos, muitas tatuagens eram espalhadas pelo seu corpo. Ao ver o rosto assustado do cacheado, ele sorriu.

- Eu estou brincando, calma. Você é, definitivamente, o primeiro menino que já pulou para dentro do meu quarto.

Aquilo era um olho ou um pedaço do céu? Harry nunca tinha visto dois olhos azuis tão claros. A única pessoa de olhos azuis que conhecia que se comparava aos em sua frente era Niall, e mesmo assim a diferença era assustadora.

- Então, Menino Desconhecido de Cachinhos. Vai me explicar porque minha janela foi alvo dos seus malabarismos?

Harry soltou uma risada fraca, se encostando na parede, e olhando para o chão antes de responder.

- Hum, eu estava procurando o quarto da minha mãe. É desse lado do hospital e eu lembro que crescia um pé de girassóis do lado de fora, então acabei me confundindo.

O menino sorriu e se encostou de volta na cama, fechando os olhos calmamente e respirando forte.

- Ah, sim. O famoso pé de girassol. Tem toda uma história por trás dele.

Ele disse, fazendo com Harry prestasse atenção, curioso. Ele realmente deveria estar tentando ir embora, mas a história iria ser interessante. Uns minutos não fariam diferença. O de olhos azuis abriu os olhos calmamente e quando viu o rosto estampado de curiosidade do outro, começou a falar. E ele nunca ficou tão feliz em ouvir a própria voz de novo. Parece que faz anos desde que contou sua última história.

- Bom, quando eu cheguei aqui, tinha que ir para uma sessão de terapia com outras pessoas. Lá nós fazíamos várias atividades bobas e sem sentido, mas, um dia, a enfermeira nos disse para escolher uma flor para colocar na frente da janela. Eu ia escolher jasmim, mas lembrei do girassol, que era minha flor favorita quando eu era criança, por isso acabei colocando. Bom, a história não é muito longa, mas é o que tem.

Harry assentiu calmamente, se identificando quase imediatamente com o garoto. E só então, depois disso, que o cacheado pareceu olhar em volta. E não acreditou.

Definitivamente, aquele não era o quarto da sua mãe.

Além da cama de hospital, os aparelhos e o divã (que era um padrão no hospital inteiro), no outro lado do quarto havia uma escrivaninha e uma estante de livros, com um notebook em cima e muitos livros e folhas espalhados. Cálculos gigantes em cada página e a escrivaninha riscada com fórmulas (que Harry desconhecia) e uma bola de futebol encostada na soleira da porta.

E então, ele percebeu que deveria mesmo ir embora.

- Oh, são oito e meia. Eu tenho que ir, foi um prazer te conhecer, Louis Tomlinson.

Louis arregalou os olhos, mas antes que pudesse falar algo, Harry puxou a ficha que estava presa a cama, onde continha o nome do paciente e idade.

- Não se preocupe, eu só vi seu nome mesmo. Bem, até mais, Louis.

- Você sabe que não vai conseguir sair, certo?

Louis disse, delicadamente. E então, Harry lembrou. O horário de visitas tinha acabado a vinte minutos atrás. O que significa que ele não tem como sair do Hospital. O que significa que ele vai ter que passar a noite no quarto de Louis.

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