Capítulo39.

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E assim foi, a partir daquele dia comecei a ser castigada, de maneiras inimagináveis, sem saber o porquê.

Já não durmo à mais ou menos cinco noites, não consigo ter uma contagem exata devido ao meu raciocínio estar a diminuir pela falta de descanso, posso até mesmo jurar que estou prestes a morrer.

Mal me alimento, estou nojenta devido aos castigos e ao facto deste monstro me ter colocado num sítio que nem chuveiro tem. Tenho chorado todos os dias, estou farta de estar aqui, as vezes imploro para me matarem logo, mas parece que esta pessoa tem um certo prazer ao ver-me sofrer.

Estou mais uma vez sentada no chão a tremer de frio, toda encolhida e com a cara toda vermelha de tanto chorar. Tenho arranhões espalhados pelo meu corpo, incluindo a cara, e quando uma lágrima lá cai, arde, talvez por serem recentes e estarem infetados.

O croissant e o copo de leite que alguém me trouxe à instantes,- julgo que seja o pequeno almoço- está ao meu lado, mas eu não lhe consigo tocar, pois cada vez que tocava na comida que me traziam, apanhava choques vindos de uma pulseira que me colocaram na primeira e última noite que consegui dormir.

Por causa dessa brincadeira, provavelmente emagreci mais ou menos oito a dez quilos. Agora os ossos estão mais salientes, e a gordura praticamente inexistente.

Tenho muito tempo para pensar, devido a estar num sítio sinistro apenas com sangue, estruturas de camas velhas, móveis enferrujados e um psicopata qualquer que me odeia, aparentemente. Enquanto espero por, ao que chamo, Surpresas Sinistras De Um Psicopata Desconhecido, penso no Harry, nos meus amigos e na minha família.

Nunca tive oportunidade de dizer ao Harry que o tinha traído, e se o tivesse feito, provavelmente, ele a está hora não estaria preocupado comigo.

Vá até ao quarto 50- a voz soa e a porta do meu quarto abre-se.

O medo corre-me nas veias, nunca tive tanto medo como tenho neste momento, estou farta deste sítio, de ser tratada como um rato de laboratório. Eu só queria saber o porquê de me estarem a fazer isto, o que é que eu fiz a esta pessoa.

Eu sabia que ia sofrer fosse ou não fosse até ao quarto 50, e sabia também que era capaz de sofrer mais por não ir do que se lhe obedecesse. Por tanto decidi levantar-me e sair do quarto a procura de alguma coisa que me indicasse onde era esse tal quarto.

Como aquele sítio estava em muito mau estado, era difícil distinguir o numero dos quartos, que estavam escritos em placas de metal.

Os números estavam alternados, por exemplo, passava do quarto 32 para o 15, do 67 para o 45; o que dificulta imenso a minha orientação.

Finalmente encontrei o quarto 50 e o mais estranho é que a porta estava fechada, e eu lembrava-me que nenhum quarto, para além do meu, tinha porta. Como é que este traste conseguia fazer aquelas coisas sem que eu desse conta?

Com muito medo abri a porta, e o cheiro a podre espalhou-se dentro dos meus pulmões, o que provocou uma náusea passageira no meu estômago.

Abri a porta por completo com o braço a impedir que aquele cheiro entrasse pelas minhas narinas, e os meus olhos arregalaram-se ao ver o que estava a minha frente.

Aproximei-me mais daquele corpo, aparentemente morto, não sei porquê, e o cheiro tornou-se cada vez mais intenso.

O corpo estava tapado por um saco preto, apenas com um pé de fora, que mostrava a identificação do morto.

Talvez seja um pouco mórbido, mas eu aproximei-me do corpo na intenção de ver a quem pertencia a minha única companhia, infelizmente morta.

Com algum nojo, peguei naquele papel e li tudo o que ali dizia sobre o desconhecido.

Berrei.  Aquilo não podia ser verdade. Aquilo não passava de uma brincadeira, de muito mau gosto.

Quem tudo quer, tudo perde. A escolha foi tua. Tu estragas-te-lhe a vida. E ele morreu- a voz voltara a soar mas desta vez numa linguagem mais íntima.

Eu tinha morto a pessoa que mais amara em toda a minha vida, quer dizer, a minha vida estava morta.

Para confirmar as minhas suspeitas decidi levantar o tal saco que cobria o corpo. Não consegui acreditar no que acabara de ver, a sua cara estava desfigurada, mas as suas tatuagens eram bastante características, e o seu cabelo, inconfundível.

A minha razão de viver tinha morrido, o quão ironica esta frase é...

As restias de força que eu ainda tinha para sobreviver, haviam acabado naquele momento.

Larguei o saco e comecei a correr de novo até ao meu quarto, onde eu própria fechei a porta, e mandei-me para o chão perdendo a força nos meus membros inferiores.

Peguei no copo que continha o leite e mandei-o contra o chão, transformando-se em cacos. Peguei no maior vidro que ali tinha e cortei-me.

Eu queria morrer. Eu desejava a minha própria morte. E se este monstro não me matava eu própria tratava do assunto.

Em menos de 5 minutos, as minhas pernas, a minha barriga, e o resto do meu corpo estavam repletos de cortes.

Peguei firmemente no caco e fiz o último e fatal corte, para que perdesse os sentidos, devido a grande falta de sangue no meu corpo.

Eu apaguei, por completo, talvez para sempre.

Assim eu e o Harry podemos ser felizes, e ele pode perdoar-me.

Este era o fim do sofrimento. Pensava eu.






★★★★★★★★★★★★
BOOOOM
DESDE JA
PEÇO IMENSAS DESCULPAS
PELA DEMORA
MAS VOLTEI A ESCOLA
E TENHO TENTADO RECUPERAR
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO
BEIJINHOS
JEH.

SOCIOPATH «NH & HS Fanfic»Onde histórias criam vida. Descubra agora