confused

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"Podes" Liam sussurrou ao meu ouvido. Senti o calor da sua boca no meu ouvido "Mas não aqui. Anda" ele levantou-se e eu fiquei a olhá-lo por um pouco. Ele moveu-se até ao corredor, eu sabia para onde ele ia. 

"Não vais ter com ele?" Niall deu-me um sorriso 

"Sim, tenho de lhe dar tempo até ele lá chegar" disse levantando-me. Eu não sabia como já estava daquele modo, mais feliz. Mas a resposta era ele, ele mexia com o meu emocional como mais ninguém conseguia. 

"Vai. Sê feliz por uns minutinhos. Ele precisa de ti tanto como tu precisas dele" Niall andou até mim "Quero ver-te feliz, maninha. Quero que lutes por esse amor" 

"Obrigada por tudo. Eu vou tentar, prometo" dei-lhe um escasso beijo na face e corri pelo corredor. Corri até chegar à pequena sala das arrumações que tinha a porta encostada. Ele estava à minha espera. Depois de olhar para os dois lados do corredor, para verificar que ninguém me veria a entrar, entrei sem medo. 

"Pensava que não vinhas" ele disse encostado à  parede ao lado da porta 

"Estou aqui" sorri enquanto me aproximava dele. Liam desencostou-se da parede e colocou as suas mãos na minha cintura. Aquele era o nosso momento, era o nosso lugar, juntos. 

"Ainda à pouco não me querias ver e agora estás aqui, comigo. Não te percebo" 

"É impossível perceberes porque nem eu percebo. Acho que não sou eu que estou a comandar o meu corpo, é o amor que sinto por ti" sorri 

"Então, isso quer dizer que tu não queres estar aqui?" ele olhou-me confuso 

"Eu quero, mas ao mesmo tempo não quero. Há uma confusão dentro de mim que tu nem imaginas" suspirei "Porém entre a dor e o amor é sempre o amor que vence"

"Eu gosto de saber disso" ele sorriu "Mas preciso de saber se ainda me amas da mesma forma e se queres lutar por tudo isto" 

"Eu amo-te, Liam. Mas eu ainda não sei o que fazer, nem como reagir acerca disto tudo"

"Nem eu" ele suspirou "Porém eu tenho a certeza de que te amo. Só a ti. Vai ser sempre só a ti" ele beijou a minha testa 

"Doeu tanto quando percebi que era ela. Porque o destino é tão mau comigo?" 

"Ele não é assim tão mau, ele pôs-me no teu caminho" gargalhou

"És pouco convencido, tu" ri-me junto com ele. Quando ele terminou de gargalhou, o seu olhar fixou-se no meu. As suas mãos ainda estavam coladas à minha cintura, e eu não queria quebrar aquele contacto. 

"Ainda vejo medo no teu olhar" 

"Há sempre medo em mim, tu sabes disso" 

"Não precisa de haver" ele beijou o topo da minha cabeça

"Sabes que é algo que nunca vou conseguir controlar" peguei na sua mão e entrelacei-a com a minha, como se fossem uma só

"Vais sim, eu sei disso"ele sorriu com um sorriso de quem acredita. 

"Obrigada" corei e baixei o rosto por breves segundos. A mão dele posou sobre o meu queixo e elevou a minha face. Liam aproximou-se devagarinho. Senti as borboletas na minha barriga, e olhei nos seus olhos. Eles brilhavam imenso e aposto que os meus estavam do mesmo modo. Era a felicidade de estarmos juntos. Senti o meu corpo arrepiar quando uma das suas mãos moveu-se até ás minhas costas. Ela permaneceu ali, enquanto ele me olhava para os lábios. Eu não podia esperar mais. Pus-me de bicos de pés, agarrei na sua face e beijei-o. As suas mãos rodeavam as minhas costas, abraçando-me. Os nossos lábios uniram-se com saudade, com vontade. Acabei por rodear o seu pescoço com os meus braços, para ainda nos unir mais. E, provavelmente, este foi o beijo com mais saudade que aquela sala de arrumações já tinha presenciado. 

"Eu amo-te, muito. Muito. Muito" disse entre pequenos beijos 

"Eu também" sorri-lhe e recebi um abraço de seguida. Voltei a sentir-me completa, voltei a erguer-me da escuridão. Nos braços dele, tudo fazia sentido. Sentir as batidas do seu coração fazia-me amá-lo ainda mais, se isso pudesse ser possível. 

"Como vai ser agora?" ele perguntou baixinho 

"Vamos apenas deixar as coisas acontecer" disse no mesmo tom e deixei um beijo no seu pescoço. Continuei nos seus braços até o meu telemóvel começar a tocar no bolso do meu casaco. Separei-me de Liam e agarrei no telemóvel "Número privado" disse-lhe 

"Atende, pode ser importante" Liam convenceu-me

"Sim?"

"Darcy" a voz soou e eu arrepiei-me. Olhei para o rapaz à minha frente e ele apercebeu-se imediatamente de quem era, pedindo-me para colocar a chamada em altifalante. Assim o fiz. 

"O que queres?" perguntei rudemente o que levou a que Liam apertasse a minha mão 

"Já trataste de me arranjar trabalho?" o meu progenitor perguntou com algumas pausas, de certeza que estava a fumar ou a beber. 

"Eu dei-te a minha resposta" 

"Darcy, Darcy" ele fez uma pausa "Tenho andado desaparecido, mas estou por a cidade outra vez. Lembraste do que te disse caso não me arranjasses trabalho?" ele riu-se. Ele estava a enervar-me, estava a conseguir o que queria. 

"Nós vamos tratar disso" Liam respondeu rapidamente, sem pensar. Olhei para ele em reprovação e ele apercebeu-se do que tinha feito, tapando a sua boca

"Quem está contigo?"

"Ninguém" respondi depressa

"Eu não me vou chatear com uma vozinha inútil agora. Darcy, tens duas horas"

"DUAS HORAS? É impossível" 

"Eu sei que tu consegues" disse e desligou. Comecei por respirar devagarinho, não queria entrar em pânico outra vez. Guardei o telemóvel no bolso e fui puxada por ele, para ele. 

"O que faço agora?" disse no seu peito, fazendo um esforço enorme para não chorar

"Nós vamos resolver isto" beijou o topo da minha cabeça, mais uma vez

"Só há uma opção, Liam" separei-me dele e olhei-o nos olhos

"O quê?" 

"Para ele entrar, eu tenho de sair" 





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