Capítulo 14

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  Quero escapar mas não consigo, estou deveras confusa...
 
  Em volta de mim apenas tremenda escuridão permanece, algo está a prender-me aqui parecem cordas? Sim, são defenitivamente cordas, e apertam cada vez que me tento soltar delas.
 
  De repente a porta abre-se deixando finalmente luz entrar na sala onde me encontro, uma figura masculina aparece aproximando-se de mim mas devido á escuridão não consigo ver quem é. A cada segundo que passa a minha respiração acelera mais e o sentimento de medo dentro de mim cresce fazendo calafrios trespassarem todo o meu corpo.

-Anna, pequena Anna...-o homem sussurra já agaixado perto de mim ao que eu me contenho ao máximo para não gritar, pois sei que provavélmente ninguém me irá ouvir.

  A mão dele toca na minha perna e massaja a mesma parando depois perto da minha cintura começando a levantar o vestido preto que eu envergo. Cada vez mais lágrimas rolam pelo meu rosto á medida que o meu vestido vai subindo deixando a mão do homem percorrer o meu corpo.

  As luzes acendem-se exibindo assim o homem da minha infância, o mesmo tem um sorriso doce esboçado no rosto fazendo-me quase que parar de respirar.

-Anna, devias aprender a não falar com estranhos, eles odeiam brincar com bonecas sabias? Eles preferem brincar a algo mais interessante.-proferiu o homem fazendo-me mais uma vez tentar lutar contra as cordas que me prendem a este colchão, mas em vão.

-Deixa-me...-suplico numa voz deveras trêmula ao que em resposta pude ouvir uma gargalhada emergir dele á medida que ele alcança a renda das minhas cuecas e se senta sobre mim sendo que me debati debaixo do seu corpo.

  Uma das suas mãos foi de imediato levada ao meu pescoço apertando o mesmo enquanto eu continuo a debater-me contra o seu corpo e as cordas tentando libertar-me. Os meus lábios encontram-se entreabertos deixando gritos escaparem por entre os mesmos.

   Eu não consigo respirar, apenas sinto inúmeras lágrimas escorrerem pelo meu rosto á medida que fecho os olhos e assim que o meu pescoço é mais apertado torno a abrir os mesmos deparando-me agora com o rosto do meu pai.

-Anna! Anna! Acorda, raios Annabelle!- alguém grita fazendo-me de imediato sentar na cama colocando ambas as minhas mãos em torno do meu pescoço.

   A minha respiração é deveras irregular, encontro-me a tremer bastante, calafrios passam por todo o meu corpo e o meu choro é deveras incontrolável. Rapidamente me ergui da cama sentindo algumas tonturas e má-disposição e assim corri para a casa de banho despejando o pouco conteúdo do estômago para a sanita puxando depois o autoclismo da mesma, dirigo-me ao lavatório a onde passo a boca por água e assim me encaro ao espelho podendo ver a figura de Luke adentrar na casa de banho ficando assim a encarar-me de longe segurando na sua mão algumas das minhas lâminas o que me fez baixar o olhar.

-Primeiro...isto vai desaparecer da tua vista por uns bons tempos.-ele disse acenando com as lâminas no ar despejando as mesmas na sanita e puxando depois o autoclismo.- e segundo Anna... Não é agradável eu estar a dormir e ouvir gritos na minha mente sabes?- proferiu um pouco que rude e com isso encaminhei-me seguida por ele para o quarto onde nos sentámos ambos sobre a cama.

- Não precisavas de vir Hemmings...- eu repliquei no mesmo tom  pousando uma das minhas mãos sobre o meu pescoço.

-Que raio foi aquilo? Se não fosse eu a acordar-te podias sei lá, ter morrido?- Luke logo disse ignorando o que eu dissera.

-Apenas um pesadelo nada mais.

-Merda Anna, não acordei a Evelyn para ela me dar a chave suplente de tua casa para nada. Estavas a gritar para alguém parar e para te deixar!- atirou elevando o seu tom de voz ao que olhando o despertador na minha comoda pude ver que eram as quatro da manhã eu estive a domir durante três horas pois eu me deitei á uma.

Colors {L.H} - reviewing!!Onde histórias criam vida. Descubra agora