4º Capítulo

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9 de dezembro de 2014

   Hoje estaria com Eve e Jody e Harry tinha o dia disponível. Lembrei-me que poderia ir ter a casa dele, levar uma comida e tínhamos serão marcado.

- Eu acho boa ideia. - comentou Eve.
- Sim, se o achas interessante e se já foste para a cama com ele vai em frente. - concordou Jody.
- Pois, isso de termos ido para a cama ... -fitei-as - No dia seguinte de manhã ligou-lhe uma tal de Olivia e ele parecia muito contente a falar ao telefone.
- O que? Achas que ele é casado?
- Não era suposto teres dito essa palavra, Jody. Mas sim, é uma hipótese.
- Pode ter sido uma amiga, Ruby. Ou uma colega de trabalho a dar-lhe boas novidades. E se ele for casado, vai em frente mesmo, desmascara-o em frente dela. - aconselhou Eve.
- Sabem, é mesmo isso que vou fazer. - garanti convincente - Mas pelo sim, pelo não, vou levar alguma coisa para comer-mos , aquela Olivia pode não ser ninguém.

Uma coisa que odeio-o é traições e se Harry for mesmo casado, as coisas vão ficar feias para o seu lado.

[...]

Preparei um cesto com alguns tipos de comida e uma garrafa de vinho. Estou a tentar convencer-me que ele não tem mulher e que vai tudo correr bem. Vesti uma roupa quente e confortável, uma camisola de lã, um gorro castanho na minha cabeça, umas calças de ganga pelas minhas pernas e umas botas castanhas curtas.

Liguei a ignição do carro e fiz o trajeto até à sua casa - que ele me disse durante o jantar de antes de ontem. O caminho não foi propriamente o melhor pois nevava e tinha de andar a velocidade mínima, o relógio já marcava nove da noite. Finalmente cheguei ao local e apressei-me a tocar à campainha.

Verifiquei o cesto que trouxe e ajeitei as minhas roupas. A porta abriu-se e uma mulher por volta dos seus 20 e tal, quase 30 anos abriu a porta. Não me digas que é verdade ...

- Boa noite. - a rapariga sorri-me - Necessita de alguma coisa?
- Boa noite, Harry Styles está? - pergunto o mais educadamente possível.
- Enganou-se na porta. É aquela em frente. - a ruiva aponta.
- Muito obrigada. - suspirei de alívio e ela olha-me, tentando evitar um sorriso - Desculpe pelo incómodo.

O ser feminino assente e fecha a porta.
Como é que eu ainda confundo esquerda com direita?
Atravessei a estrada apressadamente e não hesitei em bater à porta.

- Ruby? - Harry questiona confuso.
- É mesmo aqui. Fui bater à porta daquela senhora. - aponto.
- O que estás aqui a fazer? - o rapaz ignora totalmente o meu erro - Pensava que estavas ocupada.
- Bem, como tu tinhas o dia disponível e eu não fazia nada à noite , lembrei-me de vir visitar-te e trazer umas coisinhas para comermos. - abano a mão que continha o cesto de verga.

Uma figura extremamente baixa encontra-se a trás do Harry agarrando-lhe na mão.

- Quem é, papá? - os meus olhos arregalaram-se tanto que eles quase saiam que órbita.

Papá?

- É uma amiga, Olivia. - Harry esclarece.
- Olivia? Oh, Olivia. - o rapaz abana a sua cabeça em confirmação.
- Olá. Como te chamas? - a menina apresenta-se.
- Sou a Ruby. - sorriu-lhe.

Okay, o Harry tem família, mas não vou deixar de ser educada para a criança.

- Esse cesto é para mim? - Olivia aproxima-se de mim observando o seu interior.
- Menos o vinho. - retiro o objeto do cesto e a criança leva o cesto para dentro de casa.
- Queres entrar? - Harry convida-me.
- Harry, tu és casado? - cruzo os meus braços ao peito.
- Não, Ruby, não sou.
- Divorciado? - Tento.
- V-I-Ú-VO. - soletra.
- Ahm ... Lamento. Deve ser difícil para ela crescer sem mãe. E para ti também.
- Queres entrar? - ele desvia o assunto - Trouxeste comida, se ela ainda existir.

Sorriu e ele acompanha-me até à sua cozinha onde se encontrava Olivia a comer. A menina era muito parecida com o Harry, possuía covas nas suas bochechas, o seu cabelo castanho era enorme porém, poucos caracóis e tinha os olhos do pai, verdes.

- Como te chamas mesmo? - Olivia pergunta.
- Ruby. - Harry oferece-me um lugar para sentar.
- Ruby? Tens nome de diamante. És tão preciosa como um diamante? - a pequena pergunta na sua pura inocência.
- Ela é, Olivia. - Harry responde por mim deixando-me encantada.

Não esperava por essa.
Harry distribui guardanapos e retira a comida para fora do cesto.

- Papá, faz o senhor Owen.
- Temos visitas, hoje não.
- Mas papá, a Ruby vai gostar. - Olivia insiste.
- Eu vou gostar. - solto um pequeno riso.
- Faz! Faz! Faz! - a menina afirma contente.

Harry suspira derrotado, mete um guardanapo na cara e prende-o com uns óculos que estavam em cima da mesa.

- Olá, o meu nome é Owen. - dirige-se a mim - A menina é muito bonita, é digna de um nome?
- Ruby. - a pequena Olivia ria-se de toda a situação.
- Agora fuma. - ela enrola outro guardanapo e entrega-o a Harry.

O rapaz, completamente envergonhado com o momento, mete o guardanapo na boca.

- O senhor Owen só fuma. - Olivia admite.
- És tu que pedes, Liv. - o moreno retira todo o cenário da cara - Mas tu não podes fumar, faz muito mal.
- Eu sei papá. Ruby? Queres ir ver a minha tenda?
- Deixa a Ruby comer sossegada. - Harry avisa - Mostras outro dia.
- Ela vai gostar disto também. Anda. - a criança corre até ao meu lugar, pegando na minha mão arrastando-me pelas escadas.

Olho para trás e Harry encontrava-se lá e encolhendo os ombros murmurando um "desculpa" quase inaudível.
Entrámos numa divisão que suspeitei ser o quarto de Olivia.

- Aquela é a tenda. - indica um monte de lençóis sobrepostos uns nos outros com umas almofadas no seu interior - Eu e o papá passamos muito tempo aqui, ele conta muitas histórias engraçadas. Anda, deita-te.

Olivia deita-se no meio das almofadas e assim que se deitou , puxou-me fazendo-me repetir o seu gesto.

- Liv ... - Harry reprende-a.
- Deita-te. - sorriu para ele apalpando as almofadas.

Mais uma vez, ele não pôde refilar e cumpriu o gesto. A filha de Harry estava deitada no meio de nós.

- Estas estrelas fui eu que fiz com a ajuda do pai. - comentou ela sobre umas estrelas feitas de papel penduradas no topo da tenda.
- São lindas. - elogio e olho para o Harry que nos encarava.

Olivia vira-se para o meu lado e olha-me nos olhos.

- Gosto da tua sombra.
- Gostas? - ela assente um sorriso na cara - Um dia ensino-te a fazer uma igual a esta.
- Também gosto da cor do teu batom.
- Qual é que achas que é o sabor? - meto-me com ela.
- Hum ... Morango?
- Morango. - confirmo.
- Posso ter um beijinho a morango? - ela pergunta e notei no sorriso do Harry.
- Podes.

Leva o seu dedo pequenino aos meus lábios passando por eles, beijando o seu dedo depois.

- É bom. Papá, tens de me comprar sombras e um batom de morango.
- Os batons de amora também são bons. - recomendei.
- Eu não sei comprar isso, Liv. Pede à Ruby.

Não consegui evitar uma gargalhada com Olivia me encarou com um beicinho.

- Eu levo-te. Aliás, um dia até podes vir a minha casa, eu mostro-te todos os batons e sombras que tiver.
- A sério? Fazias isso por mim?
- Boa, o que lhe foste dizer - Harry levanta o seu polegar para cima em ironia - Agora não se vai calar com isso.
- Mas tem de ser antes da escola começar. - a pequena informa.

Que criança adorável.

Olivia |h.s| - PARADAOnde histórias criam vida. Descubra agora