Naqueles loucos anos 20, existia um jovem rico com a sua mansão dourada. Ele quase não saia dela, poucos viam o seu rosto. Havia lendas em torno dele, histórias que diziam sobre suas festas e todos os seus ex-maridos que não agüentaram a sua misteriosa mudança de personalidade.
Eu sai do carro, encarando aquela enorme mansão, tão dourada que se misturava com os raios do Sol. Eu faria parte dela agora, seria o jardineiro de seu jardim de rosas, como se aquela moradia não fosse linda por si só.
Entrei em seu jardim e comecei o meu trabalho. Havia estátuas de anjos e uma fonte de gesso branco ao meio, me fazendo ficar admirado com a perfeição daquele lugar em meio a primavera. Olhei para a mansão por um momento, eu pensava que estava sozinho ali, até vê-lo na frente dos portões de sua enorme casa. Suas mãos no bolso da calça de cor de creme, me olhando fixamente com seus olhos de cor esmeralda. Seus cachos castanhos caídos delicadamente em seus ombros e um leve sorriso de canto, mostrando sua covinha naquele rosto esculpido pelos anjos daquele jardim. Eu encarei aquele homem por alguns segundos, logo começando a trabalhar ao que ele entrou em sua moradia.
Todos os dias eram assim, ele me observava trabalhar em seu jardim. As vezes, ele nem saia de sua mansão, mas me analisava pelas janelas de sua casa. Porém, em um dia, ele veio até mim. Seus cabelos jogados para trás e aquele sorriso que me deixava paralisado. Ele chamou o meu nome ao que nossos corpos estavam mais próximos, tão intimidador pela sua altura, agora todas as lendas faziam sentido.
"Sr. Styles" engoli seco.
Ele olhou para as rosas por alguns segundos, respirando a brisa e o cheiro que elas exalavam. Em seguida, voltou a olhar para mim, encarando os meus olhos como sempre fazia de longe, e abriu a sua boca, fazendo com que a minha atenção se voltasse para os seus lábios avermelhados.
"Sr. Tomlinson, eu queria que você plantasse rosas azuis nesta primavera."
Eu não sabia o porquê do seu pedido, as rosas vermelhas e rosadas eram perfeitamente lindas naquele jardim. Mas eu o atendi, e em poucas semanas não existia rosas vermelhas e nem rosadas, eram todas azuis, e eu me senti orgulhoso de meu trabalho.
Mas ele me rondava cada dia mais, cada dia mais perto. Os outros trabalhadores dali diziam que nunca havia visto algo igual, ele só caminhava pelo seu jardim quando não havia ninguém, e naqueles tempos, Harry saia de sua mansão apenas para me ver trabalhar, era algo que eu suspeitava.
Em um dia nublado, ele me convidou para tomar chá. Harry me mostrou toda a sua bela e misteriosa mansão, assim como ele. Eu estava desconfortável, mas algo nele me fazia sentir seguro. Nós tomamos chá em meio ao jardim, enquanto ele dizia o quanto gostava da Wilshire Boulevard com a sua voz levemente rouca. Em uma hora, tudo ficou silencioso, e eu suspirei olhando para as rosas azuis ao nosso redor. Sr. Styles me perguntou se eu queria saber da mudança da cor das flores que ele decidiu fazer, e eu aceitei, eu sempre aceitava qualquer coisa vinda dele. Todos diziam para eu tomar cuidado, ele não era tão confiável assim, mas eu não entendia, ele era um homem agrádavel, era algo que me mostrava até aquele momento.
"Eu sou apaixonado pelo azul desde que você chegou. Ouço blues enquanto o assisto trabalhar em meu jardim. E achei que, com as rosas azuis, eu teria um pouco de seus olhos decorando a minha moradia, Sr. Tomlinson."
Eu sorri sem jeito, e ele se levantou, vindo até mim. Senti o meu coração palpitar mais rápido ao que ele aproximou os nossos rostos, podendo ver todas as cores que se misturavam nas íris de seus olhos verdes. Seus dedos passearam pelos meus lábios, e eu fechei os olhos ao que ele grudou os seus lábios nos meus, em um beijo harmonioso e calmo, como a primavera que nos rondava.
E foi por ali que começou a nossa história. Eu não era só o seu jardineiro, havia virado o seu amante. Era como um segredo, nos beijando enquanto ninguém estava por perto. Um dia que eu passava com ele era como uma lua-de-mel inteira. Mas eu estava com medo, com medo de suas mudanças de personalidade que eu notava entre as grandes portas da mansão.
"Nós dois sabemos que não está na moda me amar, mas você não vai embora, porque de verdade, não há ninguém para você, além de mim."
Ele dizia isso para mim, todas as vezes que via o medo em meus olhos, me confortando com as suas palavras. Dizia que me levaria para navegar até a sua triste favorita Wilshire Boulevard, se eu quisesse, ou qualquer coisa, pois éramos nós que fazíamos as regras, de acordo com ele.
"Diga que me quer também." ele sussurrava em meu ouvido.
E cada dia que se passava era como milhões de luas-de-mel, fazendo amor no escuro de seu quarto, apenas iluminado pelo azul escuro do céu e a lua brilhante; dark blue. Ele me dizia que eu cheirava a rosas e por isso era a sua flor favorita.
Eu não tinha mais medo, não tinha nada a perder, agora que eu havia lhe encontrado. Falei que poderíamos navegar pelas notícias que nos cercavam, sem medo e sem vergonha, pois eu estava de lua-de-mel sempre que eu olhava em seus olhos. Andando em seu pequeno novo carro pela Pico Boulevard, com o meu homem Mr. Born to lose. Seus cabelos que eu tanto amava aos ventos enquanto eu sorria ao que ele dizia o quanto amava os meus olhos cor de seu jardim.
Mas houve um dia que eu entendi tudo. Quando eu arranquei de seu jardim uma rosa branca que havia brotado, tirando os seus espinhos e colocando ao lado de seu travesseiro enquanto ele estava adormecido. Voltei para o meu trabalho, e eu apenas o vi caminhando enfurecido em minha direção, estalando um tapa em meu rosto por ter tirado uma rosa de seu jardim. Harry me olhava com raiva e eu sentia as lágrimas em minha bochecha, logo encarando as rosas em cima de minhas coxas, fugindo das violetas de seus olhos ao que ele cuspia palavras amargas que me feriam como ácido.
Suspirei fundo, colocando as rosas na cadeira e o encarando mais uma vez, observando as armas e o fogo que brilhavam ao seu redor.
"Não é surpresa que todos os homens não tenham lutado e nem encontrado você. Agora eu entendo tudo, todas as suas personalidades com todas as palavras que você disse. Tudo o que você faz é indescritível para compensar sua loucura, Sr. Styles." recuei dois passos para longe do homem que eu amava "Até mesmo o orvalho em seus olhos."
Ele me olhava, e eu não encontrei a lua-de-mel que eu tanto amava, ecoando em minha cabeça todos os pedidos que ele me fazia, falando para eu dizer que queria-o também. Sonhei tanto com a nossa vida nesses últimos meses, sonhando com a sua vida. Observei o grande jardim azulado, agora tão escuro quando o homem em minha frente; dark blue.
Notas finais:
Essa história terá uma continuação em don't let me be misunderstood.
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honeymoon • l.s
FanfictionOne-shots em que cada história - que contam sobre obsessão, desespero, prazer, suicídio e amor - é inspirada em cada música do álbum Honeymoon de Lana Del Rey. {larry stylinson}