honeymoon • l.s

Swan Song

Década de 20, anos de ouro.

A noite estrelada em contraste com o grande teatro, Louis sempre adorara a arte por cima de sua cabeça, onde o céu e anjos eram feitos com tinta. Sentado em uma cadeira privilegiada graças à um amigo, a orquestra de O Lago dos Cisnes preenchia os quatro cantos do grande teatro e tudo era tão mágico aos olhos e ouvidos do rapaz que ele nunca sentira tamanha paz em toda a sua vida.

Louis Tomlinson não era rico ou ao menos possuía heranças, mas ele possuía uma paixão ardente; ele queria ser um grande artista, um cantor de jazz. Nada poderia para-lo, nada poderia faze-lo desistir de seu sonho, ele não achava que algo poderia fazê-lo.

Ele conseguira finalmente um lugar para fazer a sua estréia, cantar para um pequeno público em uma espécie de bar perto do vale das cinzas. Era pouco, mas muito para ele. A peça teatral fizera com que a sua esperança se revigorasse, estava obcecado. E quando chegara o tão esperado dia, ele sentia que algo grande estava para acontecer.

O estabelecimento possuía mais pessoas do que ele imaginara, todos sentados em suas mesas à espera do pequeno show. Haviam assistido as dançarinas e a música animada, alguns foram embora após a apresentação, outros ficaram. Garçonetes andavam por todo o lugar, atendendo-os. Louis observava tudo por trás da cortina vermelha aveludada, usava seu terno novo que conseguira comprar enquanto seu cabelo estava jogado para trás em um topete.

Respirara fundo ao que abriram as cortinas, revelando-o. Seu olhar estava fixado para a parede em sua frente, atrás do público o qual ele não conseguia encarar. Seus dedos brincando entre si nervosamente enquanto Louis se aproximava cada vez mais do microfone à sua frente. Suspirara ao que ouvira a introdução da música; trombetas, violinos. Lembrara da peça e o seu coração acalmou um pouco.

Abrira os lábios, por fim. Os homens o observava com uma surpresa em seus olhos, como se fosse a primeira vez que ouviram um canto tão angelical quanto o do rapaz no palco. Louis conseguira coragem para correr seus olhos por todas aquelas pessoas, se sentindo mais à vontade enquanto uma de suas mãos tocava em seu microfone como suporte. Seus olhos pararam em um rapaz isolado em uma das mesas, e soube que cantaria o resto da música olhando para ele.

Cabelo cacheado até os ombros, cachos sedosos e brilhantes. Seu olhar esverdeado era penetrante; um sorriso de canto entre seus lábios avermelhados. Usava um terno o qual Louis sabia que era velho, pudera observar que não estava limpo totalmente; um trabalhador, supôs.

E Louis sabia que, ao fim da música e os aplausos de todos ao seu redor, ele apenas se importava com o que o rapaz de olhos penetrantes achara de sua cantoria, o qual se levantara para aplaudi-lo com um sorriso grandioso. Isso significava que ele havia se dado bem, então era isso.

Ele se perguntou se iria ver aquele mesmo rapaz novamente, e realmente vira em outra apresentação sua. Uma atrás da outra, dia após dia, mais pessoas apareciam, e aquele rapaz sempre estava no meio delas.

O que o pequeno cantor não imaginara era que um empresário assistira uma de suas apresentações, o procurando depois que ele saíra do local. Louis ficara extasiado pela notícia do contrato, finalmente conseguira. Dera pulos em comemoração, rindo baixinho com lágrimas em sua bochecha pela sua conquista quando seu mais novo empresário já havia lhe deixado, entregando um cartão. Louis olhara para trás naquela saída escura, encontrando o rapaz de olhos penetrantes encostado no muro, isolado mais uma vez com um cigarro. Mas ele não conseguira aproximar-se, – algo que ele se arrependeria depois –apenas seguira o seu caminho.

Os lugares o qual passara a se apresentar eram cada vez maiores e mais importantes. Sua popularidade estava crescendo, possuía mais dinheiro, mas aquele rapaz nunca mais apareceu. Louis decidira então voltar para o vale das cinzas, uma região degradante onde descartavam cinzas industriais das fornalhas de carvão, o mesmo em que fizera a sua primeira apresentação. Talvez seu rapaz trabalhasse lá, já que as vezes aparecera com suas mãos escuras.