Ele era fascinado por mim, eu podia perceber pelas chamas quentes que os seus olhos azuis possuíam, me observando ficar louco em meio a praia, gargalhando de tão bêbado com os meus amigos. As palmeiras refletiam em seus olhos, minha jaqueta de couro sendo usada por seus pequenos braços. Eu me perguntava se Louis realmente gostava de estar ali, mas parecia que ele apenas queria ficar comigo.
Como um verão sem fim, também percebi que era assim que eu me sentia quando eu estava com ele. Uma chama calma em meio ao incêndio de minha vida. Meus braços em volta de sua cintura, andando pela praia e não nos importando com os nossos calçados sujos por causa da areia.
Se o tempo parasse, eu pegaria esse momento e o faria durar para sempre.
Sua auréola estava em chamas, ele ficava cada vez menos inocente ao meu lado. Nosso amor era quente, estava em chamas. O amor está em chamas quando estamos juntos. Ele estava ao meu lado, bebendo com os meus amigos, não timidamente como antes.
Eu o empurrei contra a parede, ouvindo as suas costas se chocarem com o muro do beco escuro. Meus lábios passeavam pela seu pescoço quente, deixando beijos e marcas roxas por onde passavam. Ele gostava disso, ele dizia o meu nome ao que eu o levava a loucura, e isso me deixava louco, não precisava de nenhuma bebida para me deixar do modo que ele me deixava.
"Babe, se você quiser partir, venha para a Califórnia." eu sussurrava em seu ouvido enquanto as minhas mãos percorriam o seu corpo naquele pôr-do-sol americano. "Seja uma aberração como eu também."
Louis assentia, seus olhos azulados estavam em chamas de desejo. Nossos narizes se tocavam e um choque percorreu o meu corpo, eu sabia que ele tinha sentido a mesma coisa.
"Dane-se o anonimato, me amar é tudo o que você precisa sentir." segurei o seu queixo, fazendo com que o seu olhar se encontrasse com o meu. Azuis nos verdes e verdes nos azuis. Eu conheço aquele sorriso, era o mesmo que o meu quando eu conseguia alguma coisa.
Eu estava perto, tão perto de fazê-lo vir comigo, de ser como eu.
"Nós poderiamos dançar lentamente ao som de rock, beijando enquanto dançamos." entrelacei as nossas mãos, mexendo os nossos corpos lentamente como uma dança, enquanto Nirvana tocava no clube ao lado. "Conversar até ficarmos tristes. Babe, faremos isso quando você partir comigo."
"Para Califórnia." ele murmurou meio ofegante enquanto eu o estimulava naquele beco escuro, não deixando de beijar o seu maxilar, o vendo abrir a boca diversas vezes soltando pequenos sons eróticos.
Para Califórnia, havíamos chegado. O homem ao meu lado, com o couro preto e seus olhos azuis, me olhava com desejo enquanto eu apalpava uma de suas nádegas fartas, o sol refletindo em seus olhos, como um viajante.
"A vida faz sentido quando estou com você." meu garoto falou enquanto estávamos abraçados em meio ao nosso novo quarto californiano, dançando em slow motion "Olhando de volta para o meu passado, tudo parece mais estranho do que estranho."
Enlouqueça, Louis. Enlouquecemos.
Dançando e observando o mar com a lareira acesa, como se estivéssemos dançando pelo oceano.
"Baby, você já partiu comigo para a Califórnia." eu sorri de canto, o observando dançar junto a mim lentamente ao som de rock "Seja uma aberração como eu também."
Ele assentiu como da outra vez, ficando na ponta dos pés para me beijar. Suas mãos acariciavam os meus cabelos, e eu o deito em cima das almofadas ao lado da lareira, conversando sobre coisas tristes enquanto sentíamos o quarto esquentar.
Meses se passaram e ele tomava o meu lugar cada vez mais, sendo o novo rei da boate na cena underground, era quase uma aberração, faltava pouco. Eu estava fascinado por ele e por tudo o que ele fazia, não me importando nem um pouco por estar perdendo o meu posto. Ele brilhava como bronze, frio e inseguro, e eu estava do lado dele, o observando com um sorriso em meus lábios.
Ele estava tão frio como gelo, mas quando era gentil, era incrível em todas as formas. Tão frio como gelo, eu não queria brigar.
"É como eu lhe disse: Se você ficar, eu fico." cruzei os braços, esperando por uma resposta enquanto ele acendia um maço de maconha, andando pela praia. Seus oculos escuros me proibiam de ver as palmeiras refletindo nos olhos mais lindos que eu já poderia ter visto.
Couro preto e olhos azuis, cada vez mais distante. Soube que ele arrumara um emprego, uma nova casa, eu nunca soube o que verdadeiramente aconteceu, mas a minha fascinação não diminuíra ao que eu o observava de longe.
Caminhando até uma casa de strippers um ano depois, estava como um fim de um verão não o tendo ao meu lado.
Se o tempo parasse, eu voltaria para pegar todos os momentos anteriores e os faria durarem para sempre.
Entrando pela porta principal daquela casa que possuía um interior avermelhado enquanto strippers dançavam em suas barras metálicas. Homens nojentos se formavam ao redor com o dinheiro em seus bolsos, mas houve um dançarino que me chamou a atenção.
Dançando em slow motion, enlouquecendo assim como antes, talvez um pouco mais. Eu reconhecia os pares de olhos que eu tanto sonhei em encontrá-los novamente em meses. Seu olhar era frio, mas eu ainda encontrava o antigo brilho enquanto o seu corpo se coloria com as luzes daquela boate.
Andei lentamente até ele, parando em sua frente. Ele sorriu do mesmo jeito que eu sorria antigamente, enquanto descia a barra e engatinhava até mim.
Louis me puxou pela gola enquanto alguns homens o enchia de dólares. Azuis nos verdes e verdes nos azuis. Nossos rostos estavam centímetros de distância, até que ele sussurrou:
"Babe, se você quiser partir, venha para a Califórnia." ele repetiu a minha frase de um ano atrás com tanto desdém "Seja uma aberração como eu também, me amar é tudo o que você precisa sentir assim como eu."
O pequeno Art Deco havia virado uma aberração.
Tomlinson soltou uma risada debochada antes de me soltar bruscamente e se levantar, fazendo com que todos os homens ali presente o ovacionasse.
Eu queria o chamar, dizer que poderíamos dançar lentamente ao som de rock, beijar enquanto dançamos e conversar até ficarmos tristes, mas era tarde demais. Louis me olhou pela última vez antes de sumir pelas cortinas vermelhas da boate.
Uma festinha nunca feriu ninguém, até eu vê-lo novamente, como dois antigos amantes, agora dois estranhos.
A boate escureceu e eu nunca mais o vi.
Notas finais:
Eu espero que vocês tenham notado o famoso *parece que o jogo virou, não é mesmo?*
Em art deco, Louis era um cara completamente fascinado por Harry Styles, o famoso rei dos clubes com a sua jaqueta de couro. Ele não entendia o que Styles sentia, mas ele queria sentir. Então, ao decorrer da história, Harry lhe mostra essa parte de sua vida a qual Louis estava fascinado.
Em freak, os papeis se inverteram quando Harry - depois de mostrar a parte fascinante de sua vida - decide fazer com que Louis virasse um deles. Um cara despreocupado, admirado e que arrancava olhares de qualquer pessoa que passasse ao seu lado. Pois Harry era como um ímã por ter seu próprio brilho e ele acabou ensinando isso ao Louis.
Louis então, virou uma aberração assim como Harry era. Onde, de pouquinho em pouquinho, Styles era deixado de lado por Tomlinson estar assumindo o seu lugar. Mas não era algo que o deixava enfurecido ou algo do tipo, Harry Styles estava fascinado pela aberração que criara. O jogo realmente virou e quem virou o espectador da história era o antigo ator.
Não querendo fazer um textão mas já fazendo, mesmo sabendo que poucos vão ler essa nota final, eu não acho que Louis ficara fascinado com a sua própria vida depois disso. Eu o imagino decaindo enquanto tenta subir pela vida em que Harry levava, o qual também decai. Eu o imagino um pouco frustado enquanto vê a sua vida antiga e o seu amor pela arte se esgueirando em meio à ganância, dinheiro e qualquer boate com pole dance que lhe desse um bom salário como um dançarino.
Louis se perdeu querendo experimentar algo que não era de sua natureza. Harry se perdeu ao fazer Louis se perder. É uma tragédia sobre duas aberrações, mas gostei do que fiz.
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honeymoon • l.s
FanfictionOne-shots em que cada história - que contam sobre obsessão, desespero, prazer, suicídio e amor - é inspirada em cada música do álbum Honeymoon de Lana Del Rey. {larry stylinson}