Capítulo 7

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Trinity não parava de perguntar por que ela estava ali. Logo mandaram a gente entrar na sala. Até meu pai estava lá, sentado ao lado da minha tia. Sentamos na cadeira perto deles.
- 70% do conselho acredita em você, e também acham que a Trinity e a salvação. 30% do conselho acha que você está errada. Eles acham que a nossa salvação e a revolução. Se por ventura do tempo a gente ache que você está errada, quem sofrera pelo seus atos será você, Revo.
- Eu já sofro desdo dia que entrei aqui. O peso da humanidade está sobre mim. Cada passo que eu der, alguém pode morrer por causa das minhas atitudes. Eu não queria contar pra ninguém, mais quando a Trinity me tocou, eu tive uma visão. Eu vi ela ao meu lado, e todos faziam reverência não só a mim, mais para ela. Eu vou ser os olhos da lua e Trinity os ouvidos. Juntas vamos trazer a paz que nunca tiveram. - Disse saindo da sala.
- Você ficou louca Revo? - Perguntou Trinity.
- Ta no livro. Você é a salvação. - Disse olhando para ela. - Por que não está surpresa? - Perguntei confusa.
- Me tira dessa agora! Vai falar pra eles que tava enganada, que isso e coisa da sua cabeça.
- Você já sabia. Desde quando entrou aqui. - Disse rindo.
- Por que não contou isso antes? Perguntou Lucas.
- A responsabilidade... Foi por isso não é? - Perguntei.
- Lembra quando me colocaram pra ser uma Fex, contra a minha vontade?
- Sim. - Respondeu Lucas.
- Pois então. Ela conto o meu segredo. E se você acha que eu vou te ajudar, ta muito enganada! - Disse Trinity se aproximando de mim.
- Eu não sei por que faz isso, mais se não me ajudar, milhares de pessoas vão morrer, a gente também.
- Eu não me importo.
- E com quem você se importa, além de se importar só com você mesma?
- Pergunta pra ele. - Disse Trinity saindo.
Olhei para o Lucas e ele meio que fez uma cara de preocupação e tristeza.
- Com quem ela se importa?
- A pessoa com quem ela se importava era o pai dela, mais ele morreu. Quando ela veio pra cá éramos como irmãos. A gente vivia juntos, mais quando entrei pró Fex não tive tempo de ficar com ela. Acho que era comigo que ela se importava, ou se importa ainda.
- Você acha que ela vai nos ajudar?
- Acho que no final ela vai seder. O que a gente faz agora?
- O mais difícil. Convencer cada um dos Fex de ir até a floresta.
- Não acha melhor ir só nos dois? Se o Calid saber que a gente foi ver um bruxo não vai gostar nada nada.
- Não acha perigoso ir só nos dois?
- Eu acho, mas nunca vou deixar alguém te machucar. Eu vou preparado.
- Então tudo bem, só vai a gente. Amanhã, duas horas da garde a gente vai.
- Ta bom.
- Vou para o meu quarto agora.
- Quer companhia?
Do nada sentir uma dor horrível no pulso. Parecia que alguém estava me cortando. Comecei a gritar. Lucas me olhava assustado.
- Gabi o que foi!?
Quando pisquei o olho me via em um quarto branco, onde só uma parece era pintada de preto. Aquele corpo já não era mais o meu. O cabelo estava com uma mexa roxa e logo lembrei da Trinity. Ao piscar o olho novamente estava no mesmo lugar com o Lucas.
- Gabi! O que ta acontecendo?
- A Trinity está tentando se matar. Você precisa ir até lá. - Disse gemendo de dor.
- Mais e você?
- Eu vou ficar bem. Corre até o quarto dela.
Lucas saiu correndo. Me deitei no chão. Estava me sentindo fraca e a dor só piorava. Trinity não parava de se cortar. Aos poucos a dor parou. Escutei um barulho. Quando olhei no corredor vi Lucas e Calid levando Trinity no colo. Tinha sangue por toda parte do corpo dela. Me levantei e tentei ir atrás deles. Trinity me olhava e não piscava. Parecia que estava morta. Colocaram ela na cama e pegaram o desfibrilador. Peguei na mão dela e segurei.
- Trinity fica comigo! Por favor.
- Gabi você precisa ir para trás. - Disse Lucas me segurando.
- Ela não pode morrer Lucas. - Disse começando a chorar.
Lucas me abraçou e colocou a mão em meus olhos, pra mim não olhar.
- Ela não vai morrer, ela e forte.
Escutei tentarem reanimar ela cinco vezes.
- Não ta adiantando. - Disse Juliane.
- Espera... Ela voltou! - Disse Calid.
Olhei para Trinity e ela estava respirando.
- Preciso que vocês saíam daqui, pra gente poder cuidar dela. - Disse Juliane.
Lucas e eu saiu da sala e sentamos no banco de madeira perto da porta. Lucas colocou o braço sobre o meu ombro e acariciou a minha cabeça.
- Você está bem?
- Sim. Acho que quando você entrou no quarto e a fez parar a minha dor parou também. Obrigado!
- Eu não fiz nada. Você sente o que ela sente. Isso me fez lembrar do que estava escrito no livro: Em um só se transformará.
- Tudo está se encaixando e confirmando que ela é a salvação.
- Você é perfeita sabia? Tem uma mente brilhante e sempre vê as coisas mais além. Você mal entrou aqui e já pensou em um plano. Não teve medo de nada até agora.
- Eu tenho medo.
- Mais não demonstra. Eu parei de sonhar com você e... Isso e frustrante.
- Por que?
- Porque gostava de sonhar com você. A gente conversava por horas.
- Não é melhor conversar ao vivo e a cores?
- Sim, mais e diferente.
- Diferente como?
- No sonho eu podia...
- Ela está bem. - Disse Juliane saindo da sala.
- Posso vê-la? - Perguntei.
- Ela está dormindo. Melhor ir descansar Revo.
- Ela tem razão. Vamos, vou te levar para o seu quarto. - Disse Lucas.
Começamos a caminhar pelo corredor.
- voltando ao assunto, diferente como?
- No sonho eu podia te abraçar, podia passar o sonho todo ao seu lado. - Respondeu Lucas dando um passo a frente.
Fiquei surpresa com o que Lucas disse. Não sabia o que responder. Pra minha sorte a gente já tinha chegado na porta do meu quarto.
- Melhor eu entrar, ta tarde. Boa noite Lucas. - Disse entrando no meu quarto.
Ele tinha me pegado completamente de surpresa. O que ele esperasse que eu fizesse? Deitei na cama e fiquei pensando. Bruna entrou no quarto sorrindo.
- Os seus pensamentos então tão a flor da pele que eu escutei de longe! Quero saber tudo.
- Não tenho muito o que contar. Acho que o Lucas gosta de mim.
- E você?
- Eu o que?
- Gosta dele?
- Eu não sei. Com isso tudo que aconteceu comigo, não tive tempo pra isso.
- intendo. O Lucas é uma boa pessoa, um ótimo rapaz. Parece que está cansada, vou te deixar dormir. A gente se fala amanhã. Beijos!
- Até!
Peguei no sono rápido e logo dormi. Algumas horas depois comecei a sonhar. Eu estava em um jardim. A lua estava perfeita. Escutei uns passos e olhei para trás. Lucas vinha em minha direção.
- Lucas? O que faz aqui?
- Eu sempre venho aqui. Te abraçar, esqueceu?
- Eu nunca estive aqui.
- Como assim? Não se lembra de semana passada?
- Não.
Acordei do nada com um barulho. Olhei em volta e não vi ninguém. Ao olhar no relógio vi que ainda era meio dia. Me levantei e caminhei até a porta. Ao abri não vi ninguém. Sai do quarto e comecei a caminhar pelo corredor. Vi uma árvore que tinha uma sombra e andei até ela. Me sentei na sombra e me apoiei na árvore. O dia estava lindo.
- Perdeu o sono?
Tomei um susto enorme quando escutei a voz do nada. Pulei para o lado e olhei para cima, a voz vinha da árvore. Só não tinha tomado um susto maior porque a voz era familiar.
- Lucas? - Perguntei ao olhar melhor.
- Me desculpa, eu não queria assustar você.
Lucas estava em cima do tronco da árvore, sentado.
- O que faz aí?
- Quando perco o sono, ou não consigo dormir, venho pra cá. E você? O que faz aqui?
- Perdi o sono.
- Então somos dois. Teve algum pesadelo?
- Não.
- Gabi eu não queria te constranger com aquela conversa e peço desculpas pelas coisas que eu falei.
- Não fiquei constrangida, só surpresa. Eu sonhei com você hoje.
- Sério!? Eu também sonhei com você hoje. Tinha uma semana que eu não sonhava mais com você.
- Como foi o sonho?
- A gente estava em um jardim, como sempre sonho. Só que dessa vez você não se lembrava das outras vezes que estivemos juntos, no sonho e claro.
- Lucas.
- Fala.
- Eu acho que estavamos no mesmo sonho. Quer dizer, eu estava no seu sonho.
- Não estou entendendo.
- Eu não lembrava das outras vezes que estava com você, porque nunca tinha estado no seu sonho.
- Mais como conseguiu entrar no meu sonho?
- Eu não sei. Simplesmente aconteceu. - Disse envergonhada.
- Gabi, eu não sou muito bom com essas coisas, mas...gostaria de sair comigo um dia desses?
- Eu adoraria. Melhor a gente dormir, daqui a pouco tem uma missão a nossa espera.
- Tem razão. Vou te acompanhar até o seu quarto.
Caminhamos até o meu quarto. Lucas estava mais tímido do que as outras vezes, e parecia tenso. Páramos em frente ao meu quarto e me voltei para o Lucas.
- Até daqui a pouco então. - Disse Lucas se virando e indo.
- Lucas! - Gritei.
- Oi!
- Será que você podia ficar aqui comigo, até eu pegar no sono? Não gosto de ficar sozinha no quarto.
- Sem problemas, eu fico.
Entramos no quarto e me deitei na cama. Lucas se sentou ao meu lado e começou a acariciar o meu cabelo.
- E só você mexer no meu cabelo que me da sono.
- Não precisa sonhar comigo essa noite. Eu já estou aqui. - Disse olhando em meus olhos.
Me aproximei dele e ele de mim. Podia sentir seu cheiro. Quando nossos lábios iam se tocar o meu celular tocou. Peguei o celular no bolso. Era a Dione.
- Oi amiga!
- Gabi eu preciso de você aqui. - Disse Dione com uma voz de choro.
- O que aconteceu?
- A minha mãe... Ela morreu Gabi.
- Meu Deus! Eu estou indo aí agora. - Disse já desligando.
- O que ouve? - Perguntou Lucas.
- A mãe da minha melhor amiga morreu. Ela precisa de mim.
- Eu te levo lá. - Disse Lucas se levantando.
Caminhamos até o carro do Lucas e entramos. O caminho todo ficamos em silêncio. Chegando perto da casa descemos do carro.
- Me deixe pega-la no colo.
- Pra que? - Perguntei sem entender.
- Pra gente subir até a janela do quarto dela. Ou você vai bater na porta, fazendo com que alguém descubra que você não morreu?
- Ta bom.
Lucas me pegou no colo e pulou, alcançando a janela com facilidade. Dione estava deitada na cama e chorava sem parar. Entrei no quarto e olhei para Lucas.
- Melhor eu deixar vocês sozinha. Vou ficar de vigiá lá em baixo.
- Obrigado.
Caminhei até Dione e dei um abraço demorado nela.
- Ela se foi, Gabi.
- Calma amiga, eu to aqui.
Dione estava arrasada. Nunca tinha visto ela assim antes. Fiquei com ela a tarde toda. Quando anoiteceu Lucas apareceu na janela.
- Gabi, precisamos ir. Antes que todos acordem.
- Ta ok. Amiga você vai ficar bem?
- Vou tentar. Obrigado por ter vindo aqui sem poder.
- E pra isso que servem os amigos. Mais tarde eu vou te ligar ta.
- Ta bom. - Disse Dione me abraçando.
Subi no colo do Lucas e descemos.
- A gente pode aproveitar e ir a floresta. O que acha?
- Tudo bem, mais vamos ter que ser rápidos.

Caminhamos até a floresta. Quando entramos na floresta ficamos atento a tudo. Em cima da árvore ninguém via a gente. Lucas era muito silêncioso quando pulava de uma árvore para a outra. Logo vi Enzo em um canto, sentado.
- E ele Lucas. - Disse apontando para Enzo.
Descemos da árvore e fomos até ele. Enzo quando nos viu caregalo os olhos.
- Você quer morrer vampira!? O que faz aqui? E com mais um. - Perguntou Enzo olhando para os lados.
- A gente precisa conversar.
- Sobre o que? Não temos nada pra conversar. Vai embora antes que alguém apareça aqui.
- Conhece Zaquiel não é?
- O que tem ele?
- Eu e um grande número de vampiros queremos matar ele, mais sem a ajuda de vocês e quase impossível.
- Aquele desgraçado matou o meu pai. Não da pra conversar aqui. Vamos sair daqui antes que alguém veja vocês. - Disse Enzo segurando a minha mão e levando a gente pra longe da floresta. Reparei que Lucas olhava na direção da minha mão entrelaçada na de Enzo. Logo paramos perto do carro do Lucas.
- Você sabe que não será fácil convencer os bruxos, não sabe?
- Eu sei, por isso quero que converse com eles primeiro e se for preciso vou até eles e explico tudo.
- Você é muito corajosa sabia? - Disse Enzo sorrindo.
- Ela não tem medo de nada. - Disse Lucas.
- Quem é você?
- Ela é a vampira mais poderosa que existe. Por isso Zaquiel quer mata-la. - Respondeu Lucas, olhando em meus olhos.
- Vai nos ajudar, Enzo?
- Vou fazer o possível. Vou te encontra amanhã a noite. Agora eu preciso ir resolver isso. - Disse Enzo se virando.
- Mais você vai falar com eles hoje!?
- Claro! Não deixo nada pra amanhã, se pode ser feito hoje. Até amanhã linda! - Disse Enzo saindo.
- Acha que podemos confiar nele, Gabi?
- Acho que sim. Melhor a gente ir. - Disse entrando no carro.
Quando entrei no carro senti minha garganta arder, e depois a começa a queimar.
- Ta tudo bem?
- A minha garganta ta queimando. - Disse saindo do carro.
Lucas também desceu do carro com cara de preocupação. Comecei a sentir um cheiro bom. Um cheiro que me fez sentir da onde vinha. Comecei a correr na direção que o cheiro vinha.
- Gabi você não pode ir pra lá! - Gritou Lucas tentando me segurar.
O cheiro já tinha tomado conta de mim e eu queria chegar até ele de qualquer jeito. Empurrei Lucas e então escutei o coração de alguém bater. Logo vi da onde vinha o cheiro. Era o cheiro se um humano. Eu queria modelo e beber o sangue dele. Lucas me segurou novamente e aquilo me deixou com raiva. Empurrei Lucas contra parede e bati sua cabeça contra ela. Me virei para o humano e fui pra cima dele. Mordi seu pescoço e comecei a beber de seu sangue. Aquilo era tão bom e a ardência que eu sentia foi parando. Quando terminei de beber o sangue do homem minha consciência tinha voltado. Olhei para o Lucas e vi ele caído ao chão. Ele estava desmaiado. Corri até ele e o chamei. Ele não respondia.
- O que eu fiz!? O que eu fiz!?
Peguei Lucas e andei até o carro. Coloquei ele dentro do carro e dirigi o mais rápido possível até a escola. Eu não queria ter machucado ele. Chegando na escola entrei com o carro. Bruna estava no portão.
- Bruna me ajuda. - Disse apavorada.
- O que aconteceu!? Meu Deus!
- Eu não queria machucar ele, eu juro. - Vem, vamos levar ele até a sala de enfermaria.
Carregamos Lucas até a sala. Juliane estava cuidando da Trinity quando entramos com o Lucas. Colocamos ele na cama.
- O que aconteceu? - Perguntou ela.
- A Gabi ficou com sede de sangue e foi atrás de um humano. Lucas tentou para-la e deu nisso. - Explicou Bruna ao ler meus pensamentos.
- Juliane examinou a cabeça de Lucas e mandou chamar o médico de fora da escola. Sai da sala arrasada e me sentindo culpado. Calid veio na minha direção e me abraçou.
- Você não teve culpa, ta ouvindo?
- Mais eu podia ter me controlado. - Disse chorando.
- Ele vai ficar bem. O médico já está chegando e vai cuidar dele.
- Aonde ele está? - Disse uma garota que eu nunca tinha visto na escola. Podia sentir pelo cheiro que era uma humana. Ela era loira, dos olhos claros. Extremamente linda. Ela olhou pra mim com ódio nos olhos.
- Na enfermaria. - Respondeu Calid.
Quando ela foi para enfermaria eu me virei para ele.

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