Capítulo IX

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O som da porta batendo chamou a atenção de todos os presentes. Assim que Lílian se tornou visível na sala, todos os olhares se voltaram para ela, mas, pelo menos aparentemente, a garota não pareceu se importar muito com aquilo. A conversa que tivera com Anthony nos jardins há poucos minutos mexera com ela.

Decidida a ignorar todas as perguntas que seu pai e tios faziam, Lílian rumou para o andar de cima, onde tinha certeza que encontraria Rose. Seus passos ritmados ecoavam na madeira gasta enquanto ela caminhava de cabeça baixa, tentando colocar seus pensamentos no lugar.

Estava tão distraída que não percebeu que na direção oposta do corredor alguém também caminhava, fazendo do encontro algo inevitável. Assim que sentiu o choque, Lílian levantou os olhos, realmente tentada a gritar com a pessoa em quem esbarrou. Porém, sua voz se perdeu ao encarar os orbes azuis do garoto que a fitava de forma divertida.

– Hey Lil's, aonde vai com tanta pressa? – Ele perguntou.

Ela hesitou por alguns instantes, lembrando-se da conversa que tivera há alguns minutos com Anthony. Talvez ele estivesse certo, ela pensou enquanto relaxava os ombros e, por fim, deixava um sorriso tímido brincar em seus lábios.

– Oh. Me desculpe, Hugo. – Ela disse, enquanto tirava uma mecha teimosa de cabelo do olho. – Estava com pressa porque preciso falar com Rose.

– Ela está no antigo quarto de sua mãe com Dominique. – Ele explicou, fazendo com que a garota franzisse as sobrancelhas intrigada. – Parece que a Rose quer impressionar o Malfoy, ou algo do gênero. – Ele deu de ombros.

Uma onda de compreensão atingiu Lílian e, momentaneamente, ela se sentiu mais animada.

– Okay, eu vou lá então. – Ela respondeu. – Ainda tenho que ensaiar uma boa desculpa para minha mãe devido à demora de eu chegar.

A risada suave de Hugo ecoou fazendo com que ela sentisse uma espécie de frisson.

– É uma boa, sabe, seu pai estava quase chamando o grupo especial de aurores. – Ele contou entre risos. – Principalmente quando ele encontrou Rose em um dos corredores e ela disse que você tinha saído do beco antes dela.

– Meu pai é um exagerado. – Ela murmurou, sentindo-se ligeiramente desconfortável.

– Ele só se preocupa com você. – Hugo respondeu. – Não quero ser intrometido, nem nada, mas onde é que você estava? – Perguntou erguendo levemente a sobrancelha direita e fazendo com Lílian demorasse alguns segundos até se estabilizar emocionalmente.

– Oh. Rose e eu havíamos saído, mas esquecemos que o Beco estaria fechado hoje. – Ela explicou. – Então acabamos por encontrar o Malfoy e o Zabine, que aparatou comigo em casa. – contou, omitindo o fato de ter ficado conversando com Anthony nos jardins por quase meia hora.

As expressões de Hugo endureceram assim que ele ouviu o nome do garoto Zabine.

– Sabe, não acho o Zabine uma boa companhia pra você.

– Como é? – Lílian perguntou ligeiramente confusa.

– Não o acho confiável. Você deveria se afastar, só isso. – Ele explicou enquanto Lílian estreitava os olhos violentamente na direção dele.

– E por que eu deveria me afastar? – Lílian perguntou elevando a voz levemente. – Porque você não gosta dele? É isso?

– Não, não é isso. – Hugo respondeu igualmente alto. – Eu só acho que você não deveria andar com garotos desse tipo. Ele não é pra vocês Lil's!

Lílian se afastou levemente ofendida com a última frase do primo. O que ele queria dizer com aquilo? Que Anthony não era confiável, ou que ela não era boa o suficiente?

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