Capítulo XIV

5.3K 348 341
                                    

Enquanto Weasley e Malfoy pareciam ter dado uma trégua nos jardins dela, o mesmo não podia ser dito de Lilian Potter e Anthony Zabine, que naquele exato momento estavam dentro da sala dos Potter. Discutindo ferrenhamente.

– Eu só me pergunto onde eu estava com a cabeça quando acreditei que você podia me ajudar! – A Potter bradou enquanto andava de um lado para outro da sala. – Hugo deve estar se agarrando com Lysander nesse exato momento, e a culpa é toda sua!

– Minha culpa? – O Zabine questionou lançando a garota um olhar de pura incredulidade. – Eu fiz o que ninguém nunca fez por você! – Ele disse se aproximando dela.

– O que você fez? Jogou o garoto que eu gosto para cima de outra? – Ela esganiçou-se. – Você não serve para cupido! Nunca deveria ter confiado em você.

Os olhos da garota estavam marejados, mas ela não sabia se era por ela ter visto Hugo passeando com Lysander Scamander por Hogsmead após o almoço de mais cedo, ou se era pelo desgaste que aquela discussão com Anthony Zabine estava lhe causando. O maldito Zabine das idéias estúpidas. Ela só podia estar enfeitiçada quando concordou que ele poderia ajudá-la a ficar com Hugo. Ela vivia assistindo filmes e seriados trouxas onde o ciúme nunca trazia a pessoa amada. Não tinha aprendido nada, era isso?

– Uma mal agradecida Potter, é isso o que você é. – O Zabine murmurou na direção dela, concentrando seus olhos nos dela e se culpando por ter tido aquela idéia idiota de juntá-la ao Weasley.

– Ora, me desculpe se não estou agradecendo por você acabar com minhas chances de ficar com o Hugo. – Ela devolveu sarcástica.

O Zabine fechou os olhos pois estava cansado de ouvi-la falando naquele imbecil do Weasley. Afinal, o que ela via de tão bom nele? Anthony não sabia, porque para ele Hugo Weasley não era nada além de alguém que não sabe o que quer. E não valoriza aquilo que tem.

– Eu fiz você ficar desejável! – O Zabine explodiu, gritando na direção dela e a impedindo de falar. – Andando com você para cima e para baixo, eu fiz o Weasley perceber que você não é só a prima dele, que você é uma garota também! – Ele disse começando a se afastar dela e andando na direção do sofá, onde apanhava seu casaco. – Eu não tenho culpa se ele é tão idiota ao ponto de não querer você!

A Potter petrificou no lugar sentindo que as lágrimas estavam finalmente escorrendo pelos seus olhos. Ela não era capaz de falar nada, nem de se mover. Não sabia exatamente o que as palavras de Anthony significavam. O Zabine, por sua vez, gostaria de não ter dito as últimas palavras e, sinceramente, ele esperava que Lilian realmente não as compreendesse.

Magoados demais um com o outro para se deixarem falar qualquer coisa, seus olhos apenas se encontraram. Encararam-se por longos segundos de forma intensa, como se tentassem compreender o que se passava um com o outro. As lágrimas escorriam livremente pelo rosto da garota, fazendo com que ele desejasse consolá-la. Mas ele não o faria. Se a abraçasse ou tentasse conversar com ela mais uma vez, tudo ficaria ainda pior.

E foi com uma dor irreconhecível no peito que Lilian Potter observou aquele garoto jogar sobre os ombros o casaco e se dirigir a porta que o levaria para a rua. E com os olhos marejados e doloridos de uma forma que ela nunca imaginou ver nele, Anthony lhe dirigiu a palavra uma última vez antes de se esgueirar para a saída.

– Eu não posso mais continuar com isso. Tente não me procurar mais Potter, vai ser melhor assim.

E então, sem que ela tivesse como discutir ou impedir qualquer ato da parte dele, o Zabine abriu a porta e, sem nem se dar ao trabalho de fechá-la, aparatou diante dos olhos marejados de Lilian.

300 GaleõesOnde histórias criam vida. Descubra agora