Intercessão 2

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Sol/ Terra/ Brasil/ Amazônia/ desconhecido 5 de Junho de 2011 04h 43 mim PM

Tucaie brinca com alguns de seus primos e irmãos mais velhos, todos na aldeia são mais velhos do que ele, ele sabe disso muito bem, é sempre o que tem de fazer menos esforço, mas logo isso vai mudar tem pelo menos mais sete pequenos para nascer.

Eles param de brincar quando a mãe de Tucaie, Jimaibó o manda entrar para a óca, logo em seguida eles percebem que outros a sua volta observam uma tribo de guerreiros do homem branco adentrar a aldeia, eles não pedem permissão como fazem os outros de outras tribos da floresta grande.

Eles berravam, mas nada que Tucaie fosse capaz de entender, não falavam do mesmo jeito que os homens brancos do grande Brasil.

- Vá para dentro da óca do seu avô Tucaie, vá agora pequeno...

- Eu quero ver os homens brancos...

- Não, Tucaie! Vá agora...

Não ouve tempo o bastante para Tucaie ir para a tenda de seu avô, ele falava com os homens brancos, então um deles bateu em seu avô com uma de suas lanças de fogo, os guerreiros da tribo correram para defender o grande pajé dos Camapuá, mas os homens brancos começaram a atirar suas lanças de fogo nos grandes guerreiros da tribo.

Eles caiam sem vida no chão da aldeia.

Tucaie quis correr para ajudar os guerreiros, mas sua mãe o segurou, ela o abraçou com muita força e o segurou, ela nunca tinha abraçado Tucaie com tanta força.

Os homens brancos então começaram a sair de todos os lados da aldeia, batiam em todos e jogavam todos no chão, Tucaie não queria ver aquilo, tinha muito sangue no chão, tinham muitos guerreiros mortos e muitas mulheres, homens e crianças jogadas no chão, mas Tucaie não conseguia tirar seus olhos, por que Tucaie tinha medo de mais para parar de olhar.

Eles então começaram a falar coisas, e arrastar as pessoas para o centro da aldeia, eles vieram até sua mãe e ele, mas ela não queria levantar então eles bateram nela, e puxaram Tucaie de Jimaibó.

Outros homens brancos agarraram ela e jogaram eles junto com os outros, então um deles, um homem branco mais velho, voltou a falar com seu avô, falava com as palavras do grande Brasil.

- Onde eles estão?

- Não sei, homem branco...

- BLAAAM

O homem branco atirara em sua tia Ediumua, todos os outros gritaram sem poder fazer nada, o tio de Tucaie se levantou, mas um dos homens brancos jogou ele de novo não chão e então eles continuaram a perguntar e a cada aumentada da sombra das arvores o homem branco vinha e perguntava onde eles estavam, como seu avô não respondia eles matavam mais do povo dos Camapuá.

- Quando os homens saíram de perto seu avô falou para Tucaie.

- Vá Pequeno, corra buscar ajuda, siga pelo rio do sorriso...

- Buscar o povo das estrelas pra ajudar avô?

- Não pequeno, corra pelo rio até achar grande aldeia de homem branco...

- Mas eu não quero ir...

Tucaie não sabia, mas seu avô não ia poder mais ajudar o povo das estrelas, ele não poderia arriscar sua tribo ainda mais, e se ele mandasse o pequeno para ajudar o povo das estrelas, acabaria por condenar a todos eles inclusive o pequeno Tucaie, tudo que Tupaiei podia fazer era salvar apenas aqueles que poderiam ser salvos.

- Quando nós levantar pra lutar com homens brancos, você corre pequeno Tucaie, e não olha pra cá.

Ele não respondeu para seu avô, só concordou com a cabeça, então todos que estavam perto dele tocaram na cabeça de Tucaie, eles diziam para ele correr com os espíritos da selva para ele correr mais rápido que eles até, sua mãe o abraçou forte e disse.

- Corra meu pequeno, corra por que a sua mãe te ama...

- Vem mãe, comigo...

- Eu vou em espírito, meu pequeno, eu vou em meu espírito, e nunca vou te abandonar...

Então eles se levantaram, e correram na direção dos homens brancos maus, Tucaie correu para o outro lado como que por impulso, os homens brancos jogaram suas lanças de fogo, ele ouviu os barulhos dos trovões delas, mas ele não olhou para trás, não até ter certeza de que estava seguro, ainda sim por um momento ele olhou e viu sua mãe caída no chão ela estendia a mão na direção dele, e ele pode ver seus lábios se movendo, eles diziam para ele.

- Corra!



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