Capítulo » Vinte e Seis

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Parte II

A manhã até agora tem sido fantástica, tirando a parte que ambos estamos a morrer de sono. Sentámo-nos numa mesa de canto do pequeno restaurante da estação de serviço e pedimos gentilmente à senhora idosa que nos veios tirar os pedidos dois cafés, um prato de panquecas e um queque de frutos silvestres.

"Fazes alguma ideia onde estamos?" Pergunto curiosa ao Cameron, que se tinha sentado à minha frente.

"Queres a verdade ou a suposta verdade?" Ele ri-se.

"A verdade se faz favor!" Imploro.

"Não." Responde.

"Não o quê?" Perguntei pois não percebi.

"Não faço a mínima onde nós estamos." Ele admite e ri.

"Oh Deus e agora como vamos voltar para casa?"

"Simples" Ele diz pausando e eu dou-lhe a indicação para continuar a falar " não voltamos".

Ele acaba a frase e eu engasgo-me com o ar. Ele está a falar a sério?

"Vamos ter de desistir da universidade, arranjar empregos num McDonald's aqui perto, viver no carro e rezar a Deus para que não façamos pequenos Camerons nele." Olho-o chocada por causa do que ele acabou de dizer. Tento procurar algum sinal de que ele estava apenas a brincar, mas este apenas mantém uma postura séria. Olho fixamente para ele até que finalmente começo a ver indícios que mostrava que este estava apenas a brincar e não a falar a sério.

"Devias ter visto a tua expressão!" Ele diz entre risos.

"É super hilariante!" Ele diz mostrando-me o seu telemóvel que contia uma foto minha.

Visualizei a foto e a minha expressão facial era algo do género 'Acabei de ver um fantasma, alguém que me ajude!' Sinto a minha cara a aquecer e tento conter o riso por vários momentos mas este acabou por escapar assim que olhei a cara do Cameron.

"Mhmhmm" Ouvi alguém a limpar a garganta.

Olho para cima e vejo uma rapariga jovem, bonita e que usava o seu uniforme de uma maneira que se a ASAE hoje viesse cá fazer inspecção, chumbava. Olho para o Cameron e pouco falta para que este inunde o pequeno restaurante com a sua baba fictícia.

Olho novamente para a rapariga e o que me vem à cabeça é só "O que é que aconteceu à senhora idosa simpática?"

Farta de aturar o Cameron e a sua mente perversa, decido mandar-lhe um pontapé debaixo da mesa, um pouco indiscreto. Dou indicação à rapariga que tinha sido alvo de violação visual por parte do Cameron para que pouse os nossos pedidos na mesa e que nos traga a conta. Assim que ela se dirige à caixa registadora para realizar a nossa conta, o Cameron solta um gritinho de dor que estava a conter durante a presença da rapariga.

"Para que é que foi isso?" Perguntou indignado. Idiota.

"Tu sabes bem o porquê!" Respondo e cruzo os braços.

"Espera! Estás com ciúmes bebé?" Ele goza.

"Não me chames bebé idiota!"

"Não negaste!" Ele anuncia em tom de vitória.

"Sim, claro." Respondo secamente e decido beber o meu café cheio de cafeína com a esperança que este me desse energia suficiente para aturar as parvoíces do Cameron.

"Sam?" Ouço.

"Sim?" Perguntei e acrescentei mentalmente a palavra Idiota no final da frase.

Neighbors » Cameron DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora