Capítulo 02 - Part. 02

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[...]

Passei uma hora chacoalhando dentro do transporte público que a cada dia aumenta o seu preço em valores absurdos, mas a sua qualidade para transportar as dezenas de passageiros que os utilizam todos os dias continuam da mesma forma, em péssimo estado. Enfim eu chego a meu destino.

Em passos largos, caminho pela comprida calçada feita de pedras portuguesas em mosaico que me levam em direção ao meu prédio, e ao mercado "Quebra-Galho" que fica no meu caminho.

É uma rua arborizada de grandes edifícios residenciais, o lugar é ótimo, a vizinhança é tranquila, seria perfeito se não fosse o alto valor que se paga para manter um padrão de vida do qual nada me enche os olhos, mas que John faz questão de manter.

Por mim viveria em um lugar mais simples, onde poderíamos pagar e viver sem aperto, mas Johnatan não concorda e toda vez que tento tocar no assunto é motivo de discussões. Eu decidi que nada mais diria se isso lhe faz feliz, eu farei o quê preciso for para lhe ver feliz.

Adentro o pequeno mercado que está tranquilo, vejo dona Luíza se despedindo de uma cliente, sempre simpática.

Animada por ter encontrado o mercadinho aberto, eu vou até a pilha de cestas que fica localizada na entrada pego uma e caminho pelo pequeno corredor dividido por duas gôndolas e vou em busca dos ingredientes que preciso para preparar o nosso jantar.

O "Quebra-Galho" é um mercado administrado por um casal de idosos italianos que vivem no Brasil há alguns anos e após a aposentadoria decidiram abrir este mercadinho com a intenção de ajudar a dona de casa, que ao preparar as refeições da família, acabara esquecendo de algum ingrediente e quando saísse em busca pudesse encontrar aqui.

Além de ser um lugar bastante aconchegante, sua decoração é em toda cor vermelha vibrante com o nome escrito em letras garrafais em amarelo chamando a atenção de quem por aqui passar.

Lembro-me dê quando nós nos mudamos para o bairro, eles nos receberam com muito carinho e desde então mantemos contato amigável.

-Boa noite, Dona Luiza - digo ao me aproximar do caixa.

- Boa noite, Gabi. Como está? Que bom vê-la aqui. - sorri solicita enquanto organiza alguns enlatados na prateleira.

-Estou bem, exausta depois de um longo dia de trabalho. Agora vou pra casa prepara um jantar acompanhada de um bom vinho para encerrar a noite.

-Mais um minuto de atraso não nos pegaria aberto. - sorri mais uma vez enquanto empacota as minhas compras.

-E eu lamentaria muito por isso. - digo sincera enquanto retiro o cartão da carteira.

-Deu sessenta reais, querida,
quer que eu anote?

-Não, eu agradeço, dona Luiza, mas eu vou pagar no cartão, eu sei que é o sustento de vocês e não acho justo ficar devendo.

-Sabe que não há problema nenhum, você e Johnatan são ótimos pagadores.

-Eu agradeço, mas prefiro assim.

-Como você quiser, meu bem, mas você sabe que as portas do Quebra-Galho estarão sempre abertas para você e John.

-Obrigada, dona Luiza, agradeço de coração. - faço o pagamento, pego as minhas compras estou prestes a sair quando ouço o homem simpático sair de uma porta que fica atrás de um balcão me cumprimenta com um breve aperto de mãos.

-Gabi, boa noite, querida.

-Boa noite, senhor Mario, como o senhor tem passado?

-Estou bem, querida, e John, nunca mais viera aqui, mande um abraço a ele, diga que eu estou lhe esperando para tomarmos uma taça de vinho e comer aquele queijo que ele tanto gosta.

A Tentação (Completo no Dreame)Onde histórias criam vida. Descubra agora