Quando êle concebeu o plano de seu Estado Ideal, seu pensamento compreensivo examinou quase todas as possíveis atividades humanas, de quase todos os possíveis ângulos de visão. Suas simpatias eram totalmente modernas, porque totalmente universais. Discutiu, no quinto século, antes de Cristo, numerosas questões vitais, que ainda não foram firmadas no século XX, depois de Cristo.Advogou, entre outras coisas, o amor livre, a restrição da natalidade, a igualdade dos sexos, a abolição da pro-priedade privada, a proibição do álcool e o casamento eu-gênico. Acima de tudo, porém, pregou a doutrina da justiça social e da universal fraternidade humana.
Realmente, não só pregou a doutrina da fraternidade, mas tentou pô-la em prática. A convite de Dionísio, rei de Siracusa, foi para a Sicília e tentou mostrar àquele monarca, como governa um filósofo. Dionísio, porém, amedrontou-se diante de certas idéias estranhas de Platão. Afim de ie ver livre dele, vendeu-o como escravo.
Platão foi libertado, graças à" generosidade de um de seus amigos. Voltou a Atenas, onde continuou suas gloriosas "conversas com seus alunos", até o fim de sua vida. Morreu aos oitenta anos, esse rei sem coroa da República dos maiores filósofos do mundo