Capítulo 1: Once upon a time

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Prólogo

            Meu nome é Wishmaker, talvez, você já tenha ouvido sobre mim por aí. Mas hoje, não estou aqui para realizar pedidos, e sim relatar uma história verídica, e muito bonita. Vejamos, por onde devo começar? Ah sim, como todos os bons e tradicionais contos de fadas se iniciam.

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            Era uma vez, no pequeno território de Liechtenstein, uma princesa não muito convencional.

            Marie Caroline Elisabeth Immaculata, com seus recém completados 18 anos, era uma garota solitária que vivia com o pai, rei do principado. Sua mãe havia morrido no dia de seu nascimento, e por conta disso, a jovem não possuía irmãos.

            A princesa não tinha contato com muitas pessoas, pois desde pequena, sofria um tipo raro de epilepsia, que ocasionava crises constantes na menina. Por isso, seu pai não a deixava sair, e sempre que podia, a mantinha enclausurada na torre do castelo.

            Marie, no entanto, nunca demonstrou achar isso ruim. Apesar de nunca ter deixado transparecer, isso não significava que ela concordava com essa falta de liberdade imposta sobre si. A menina chegava das festas e dos bailes, no horário que o pai estipulava, e respeitava a decisão dele. E também adorava cuidar e passar um tempo com o rei. Principalmente depois que descobriu que seu progenitor estava com pneumonia, uma doença comum, porém que afetou gravemente o homem já frágil pela idade.

            A garota vivia uma rotina simples, sempre buscando atender as necessidades de seu pai. É claro que isso não era tudo que fazia, Marie tinha seus hobbies pessoais, e um deles era colecionar flores.

            Desde pequena, ela se encantava pelas lindas pétalas florescendo pelos campos do castelo na época da primavera. Até que um dia, Marie percebeu que as flores não enfeitariam sua casa para sempre, e resolveu guardá-las com ela.

            Sua avó materna era a única que tinha conhecimento da coleção da garota, ela e claro, sua criada Elizabeth. Quando Marie ainda era pequena, Dona Isabel encontrou no meio das coisas da neta, várias flores murchas, e perguntou a Marie, o que elas significavam. A menina explicou a avó o quanto apreciava as maravilhas naturais, então, Dona Isabel sugeriu que elas secassem as flores para evitar que murchassem e guardassem em uma caixinha especial.

            Foi assim que um laço muito maior do que sanguíneo se estabeleceu entre as duas.  A partir deste dia, dona Isabel não era apenas a avó da garota, ela era muito mais. A avó foi a figura materna da qual Marie necessitou durante seu crescimento, e por isso as duas nutriam um carinho muito grande uma pela outra.

            A princesa costumava visitar a avó todas as quintas-feiras, e hoje, não era um dia diferente, o calendário marcava quinta-feira, e o que animava ainda mais a garota, era saber que na sexta seria iniciado o equinócio de primavera, onde o dia e noite teriam exata duração de 12 horas. Uma data perfeita para que coisas especiais acontecessem, e que também indicava o começo da estação do ano favorita da princesa.

            Marie colocou seu vestido florido, que lhe lembrava da chegada da primavera. Vestiu seu capuz vermelho, presente da avó e arrumou sua cesta, para que pudesse recolher as flores que aparecessem em seu caminho.

            Liechtenstein era um principado pequeno, localizado entre a Alemanha e a França, então o rei não via problemas em que a princesa saísse de casa durante o período da manhã, acompanhada de Elizabeth, sua dama de companhia.

            A mais velha já esperava a princesa na porta de trás do castelo, para que pudessem seguir o caminho à casa de Dona Isabel.

            - Bom dia princesa! – Disse Elizabeth com um sorriso no rosto. – A mulher adorava a companhia de Marie, que para ela, era uma garota incrível.

            - Elizabeth, já disse que gosto quando você me chama de Marie. E um bom dia pra você também! Preparada para irmos? – a menina perguntou com um sorriso, já esperando a reclamação de Liz.

            - Se eu estou pronta? Acho que nunca estarei! Não entendo por que não podemos pegar um dos cavalos para irmos até sua avó. – A mulher disse desgostosa. A verdade é que a distância entre o castelo, e a linda casa de Dona Isabel era pequena, porém o relevo de Liechtenstein dificultava o percurso. O principado era composto por diversos planaltos que cobriam extensão do local, tornando a região perfeita para se andar a cavalo. Mas Marie, preferia caminhar e aproveitar os lindos campos e lagos de sua terra natal.

            - Se fossemos a cavalo, não poderíamos aproveitar a natureza da mesma forma, você sabe disso Liz. – a princesa disse sorrindo, ansiosa para rever a avó. E com este último diálogo, as duas começaram o percurso.

Minha vida em um conto de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora