Megan: tá. - falei desconfiada
Ana Clara: glória a Deus
Megan: toma, paga você tô com preguiça - tirei o dinheiro do bouço da calça
Ana Clara: todo bem - pega o dinheiro da minha mão e vai em direção ao caixa - vamos - fala depois de ter pagado a conta, nem percebi porque fiquei o tempo todo olhando na janela pra ver se era paranóia minha, o que provavelmente era
Megan: vamos
Dei uma última olhada no shopping antes de irmos, porque minha mãe tem razão quando coloco uma coisa na cabeça não tiro de jeito nenhum
Andamos 3 quarteirões quando senti uma pancada e cai no chão, o mais rápido que pude me virei de frente mesmo no chão, vi um garoto de 1,74 provavelmente, cabelos loiros e sujos, um rosto todo machucado, olhos vermelhos, pele branca mais queimada pelo sol, e bem magro, divia ter apenas uns 17 anos e uma cara de assustado que me deu até pena. Segurava uma arma calibre 32 preta, com os números raspados
Apontado pra minha cabeça a arma o garoto tentou falar sem sucesso que era um assalto, vi do meu lado Clari aos berros gritando por socorro, mas como era de se esperar ninguém se prontificou a ajudar. Clari chorava e berrava como uma estérica, sendo que a arma tava apontada pra mim. Olhei de relance e vi vários polícias, mas nenhum um sequer se moveu
O garoto me mandou passar toda a grana, me levantei pedido a ele calma, suas mãos sujas estavam tremendo, pelo visto nunca avia manejado uma arma antes, sem eu perceber um sorriso apareceu no meus lábios
Em um movimento rápido segurei seus braços atrás das suas costas, dei uma joelhada na suas costas, ele gemeu
Megan: solta a arma - ordenei, dando mais uma joelhada na suas costas
O garoto não cedeu, segurei seus braços com o braço direito, comecei a soltar seus dedos da arma, apertou o gatilho, mas como já esperava estava sem bala. Ele chutou minhas penas, me desequilíbrei por um instante, ele correu para Clari, mesmo no chão segurei seus pés, bati por de trás do seus joelhos, ele caiu no chão, pulei em cima dele e bati a arma na cabeça dele, ele desmaiou
Megan: você tá bem? - perguntei, vendo sua cara assustada
Me olhei numa vitrine e estava suja, arranhada e com as costas dolorida, tinha até um rasgado na minha blusa nas costas, e minha calça toda rasgada
Uma multidão começou a se formar em volta da cena, e os polícias riam enquanto carregavam o corpo desmaiado do garoto
Megan: vamos - falei com a mão direita no braço dele, a puxando pra uma sorveteria
Ana Clara: t... T... T.. Tá - falou gaguejando ainda incrédula com a situação que acabara de acontecer
Conseguimos escapar da multidão facilmente, porque não ligaram pra mim ou pra Clari e sim pro projeto de bandido. Entramos na sorveteria, e milhares de olhares se voltaram para nós, pra mim, porque estava em um estado lamentável, e pra Clari porque ainda secava as lágrimas. Dei um sorriso amarelo para todos e fui arrastando Clari até o banheiro
Ana Clara: o que foi isso? - perguntou voltando a si
Megan: um assalto - abri a torneira e comecei a lavar meu rosto
Ana Clara: isso eu percebi, eu tô falando o que foi você lutando com um bandido?
Megan: há isso, sabia que a arma tava sem bala