Sequestrada por um mafioso

Capítulo 10- Desejo consumado

Anny

Sei que não devo me entregar ao meu sequestrador. Mas eu não estou conseguindo ficar longe dele.

Quando Kalb sentou ao meu lado e começou a chorar, não tive escolha. No começo achei que ele estava tentando me enganar. Mas percebi que era sério.

O abracei e fiz carinhos em seus cabelos.

Ele adormeceu feito um garotinho nos meus braços. Olhava para a sua mão ainda enfaixada e meu coração doía ao lembrar que eu fiz isso. Quero confortar o seu coração.

Sei que o machuquei hoje cedo. Quando falei que ele jamais teria o meu coração.

Mas falei da boca pra fora. Pois ele já tomou conta de mim. Nunca me apaixonei por alguém.

Esta sendo difícil de entender esse sentimento que estou sentindo. Se isso é amor eu posso afirmar: Essa sentimento é muito louco!

Mas eu tenho quase certeza de que estou com a síndrome de Estocolmo.

Tentei aconchegar Kalb no travesseiro,mas ele era pesado demais para que eu o movesse.

Ficamos assim mesmo. Ele deitado com a cabeça no meu peito e abraçando a minha cintura.

Não sei o porque mas não sinto vontade de sair daqui. Nunca.

[...]

A claridade entrou pela janela. Abri os olhos e não encontrei Kalb ao meu lado.

Levantei e fui até o meu quarto. Tomei um bom banho e me vesti. Coloquei um vestido justo até a cintura e solto até o meio das coxas.

Coloquei um pouco de maquiagem com cuidado,pois o meu nariz ainda estava cicatrizando. Arrumei o meu cabelo, amo muito eles.

Eu sinceramente não entendia porque estava caprichando tanto no visual.

No fundo eu sabia sim. Quero que Kalb me admire. Desci para a sala de jantar. Kalb já estava me esperando. Dei um bom dia e sentei.

Comemos em silêncio. Kalb estava estranho, não me olhou e nem ao menos falou comigo.

Ele terminou o seu café e subiu as escadas. Eu perdi a vontade de continuar comendo.

Sei que alguma coisa aconteceu e isso não é bom. Fui atrás de Kalb.
Entrei no escritório e o encontrei falando ao celular. Sentei na cadeira em frente à mesa.

- Assim que eu despachar te aviso...okay...Sua encomenda vai chegar logo logo...-Desligou. - O que você quer?

- O que você tem?-Rebati.

- Eu não tenho nada.-Voltou a escrever em seu notebook.

Ah Kalb,você não vai me ignorar. Odeio ser ignorada. Lembro da vez que acabei com as bolas de um garoto por causa disso.

Me levantei e dei a volta na mesa. Parei ao seu lado. Ele nem se quer me olhou.

Sei que ainda devia ter medo de Kalb. Mas depois de vê-lo tão vulnerável ontem, tive certeza de que ele não é tão ruim como pensei.

Fechei o notebook com força. Ele pulou na cadeira e me olhou.

- O que você quer?

- O que você tem? - Rebati.

- Por que você não some daqui e me deixa trabalhar?

- Por que não quero que o bebê chorão comece a chorar.

Ele pulou da cadeira e apertou o meu pescoço. Senti meu sangue gelar.

Seus olhos eram puro ódio. E suas mãos eram fortes demais. Eu me apoiei na mesa.