© Julia Di Mario 2015
Robert Downey Jr. como Luigi Cornacchini (imagem)
Capitulo Dois - Passaporte de saída
O sol incomodava profundamente os olhos cheios de areia de Luna. Mesmo mantendo os fechados a luz a incomodava. Relutantemente ela abriu as pálpebras e voltou a fechá-las até que se acostumasse com a claridade. Ela levantou o tronco, olhando em volta e constatou que se encontrava no chão, agora como havia ido parar lá era algo que ela não sabia, e pouco se importava.
Luna bufou chutando o lençol para longe e indo em direção ao closet. O calor continuava a pairar sobre a Toscana, fazendo Luna escolher uma regata larga - ela só não havia decidido se aquilo era azul ou roxo - e combiná-la com uma saia colorida e Ela calçou sandálias de salto, que combinavam com sua bolsa transversal.
Parou na frente do espelho, sacudindo os cabelos loiros e depois de completar sua arrumação detalhada, saiu saltitando pelo corredor, muito feliz com o resultado.
Ela correu pela casa sem se importar com quanto barulho seus saltos faziam no chão de mármore, porque ela na verdade gostava daquele som. Mamãe já estava na cozinha, vestindo seus pijamas brancos de seda.
A mulher estendeu para a filha um prato de torradas e uvas, junto a um copo de laranjada.
- Fome? - A mulher perguntou a menina, que devorava avidamente o café da manhã, Luna levantou a cabeça para encarar Carmella por um misero segundo antes de voltar sua atenção à comida disposta em sua frente. Luigi, que acabara de entrar na cozinha, encarava a sobrinha com olhos arregalados e uma expressão de nojo forçada.
Carmella serviu um copo de laranjada para si mesma e sentou-se a mesa junto com a filha e o cunhado. Ela deu um longo gole do refresco antes de voltar a se dirigir a filha.
- Então, Luna, você sabe que não pode fazer nada na Machiavelli, certo? É última escola da região, - A mulher perguntou receosa, mas quando viu um sorriso de canto tomar conta dos lábios de Luna, se apressou em continuar, - E mesmo que faça, eu te garanto, você não vai ser expulsa.
Luna não foi intimidada pelo tom baixo e ameaçador da mãe, ela já estava acostumada. Vira Carmella usar todo tipo de ameaça durante a vida e absorveu essa informação, desenvolvendo essa habilidade tanto quanto a mãe.
- Oh, verdade? - A menina sorriu amplamente, alcançando o guardanapo para limpar os cantos da boca. - Veremos.
Carmella estreitou os olhos, perdendo sua pose ameaçadora para a menina, que teve de conter a risada. Luigi foi o primeiro a quebrar a tensão e ao mesmo tempo chocar Carmella ainda mais.
- Eu aposto mil euros que ela consegue ser expulsa em uma semana. - Ele estendeu a mão para a cunhada prendendo os lábios em uma linha fina, criando o semblante mais serio e relaxado possível que fez a mulher abrir a boca em choque.
- Eu aceito. Mas você vai perder. - A mulher pegou a mão de Luigi e apertou, tentando soar intimidadora. Após selar o acordo, Luigi cumprimentou a sobrinha com um Hi-5, antes dos dois se virarem para Carmella e falarem ao mesmo tempo.
- Veremos!
Luna correu para dentro do carro preto blindado, escalando para se sentar no banco traseiro. Começou a arquitetar os planos malignos que usaria para ser expulsa da nova escola, ela tinha quase certeza que poderia fazer em um dia ou dois.
Mas Carmella lhe parecera muito confiante. Confiante demais.
Ela iria armar o maior circo que aquela escola já havia visto. Melhor, ela iria dar um verdadeiro espetáculo, talvez o maior de toda a Toscana.
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A Filha da Máfia
Teen FictionCinco. Luna havia sido expulsa de cinco escolas, só nesse ano. Talvez possa ser um mal sinal quando uma adolescente é expulsa por bater, xingar e machucar MUITO seus colegas, mas não quando essa violência é estimulada em casa. Luna Cornacchini nasce...