Do Outro Lado Do Espelho {Em Revisão}

A Lápide Secreta

- Uma Lápide! Veja Lucy, ele desenterrou a Lápide de um túmulo. O nome...Quero saber de quem é!- Amy-beth ficou agitada com o achado. Desde o principio ela tinha ficado desesperada para saber a historia da casa, e agora estava certa de que a descoberta inesperada que tinham feito revelaria algo que desconheciam.
-passe esse jarro de suco para mim- ela orientou a irmã, e começou a molhar o material em cima da pedra, esfregando a lama e o limo o máximo que podia.
- Hannaha Fotheringham- leu em voz alta assim que limpou o nome no topo da pedra. Depois removendo a lama um pouco mais embaixo da pedra, conseguiu ler: Sara Fotheringham, filha amada de Hannah; em seguida vinham algumas datas que ela quase não notou.
- Hannah? Sara? A garota do espelho! - disse excitada para Lucy.- encontramos a sepultura da garota do espelho e da mãe!- gritou quando Lucy, incrédula, ajoelhou-se ao lado para também examinar a pedra. Jim coçava a cabeça.
- a garota do espelho? - indagou a ambas.- mas, afinal, do que vocês estão falando?
Com um solavanco, Amy-beth levantou os olhos para Jim. Percebendo que não devia dizer nada que impedisse ela e Lucy olhassem a pedra ( e a tia Patsy com certeza as deteria de algum modo), ela se levantou e tentou parecer calma e impassível.
- ora, é apenas uma brincadeira que fazemos as vezes. Nós nos arrumamos e nos olhamos no espelho, fingindo que somos pessoas que viveram na casa seculos atras. Hannah e Sara são apenas personagens desse jogo, só isso. Não é estranho ?
- sim, acho que é mesmo...- respondeu Jim, totalmente desconfiado. - Olha, vocês duas não façam mais nada. Vou chamar a sua tia antes de cobrir a pedra novamente. Depois, esperamos o pai de vocês voltar para ver o que deve ser feito. Nem sabemos se aqui era um cemitério particular ou não, não é mesmo?
Quando ele se dirigiu para casa, Amy-beth pegou uma forquilha de jardinagem que Jim havia trazido para usar no jardim, e começou a raspar o limo que restara na pedra, tentando freneticamente desvendar um pouco mais da inscrição feita nela.
- Hannah Fotheringham- foi oque leu novamente.- Nasceu em 1801, e morreu em 1851. Em seguida, veja mais embaixo: Sara, filha amada de Hannah, nasceu em 1820, e morreu em 1829...
- sabe oque isso significa?- ela virou-se para Lucy agitada.- Sara não matou a mãe, que só foi morrer 22 anos depois!
-Sara se matou por nada! Precisamos avisa-la disso, pois só assim a alma dela poderá descansar. Afinal de contas, ela não matou a própria mãe. Vamos.
Lucy levantou-se e sacudiu o limo da roupa. - temos que pegar a caixa de musica e ir ao estúdio. Precisamos entrar em contato com Sara para coloca-la a par do que descobrimos.
Quando as duas faziam o caminho de volta para casa, toparam com a tia Patsy, Jim e Sophie.
Sophie ainda parecia magoada pela perda do filhote.
Amy-beth curvou-se para conforta-la.
- vamos encontrar Ruffles, não se preocupe, vamos acha-lo.- Sophie pareceu esperançosa, por um instante.
- mas onde vão procura-lo?_- o rosto da menina entristeceu novamente.
- a gente vai encontrar.
As duas continuaram o caminho. Rapidamente as meninas seguiram até o estúdio, escancarando a porta quando chegaram.
- onde esta a bailarina, Amy-beth?- perguntou Lucy
- deveria estar ali sobre a mesa onde a deixei. Ah! La esta ela. Pegue-a para mim Lucy,temos que dar corda rapidamente.
Assim que elas deram corda, a caixa de musica começou a tocar, e as meninas recolocaram- na sobre a mesa de trabalho. Elas olharam no espelho, ansiosas.
- por favor, apareça Sara, precisamos falar com você !
E conforme esperavam, as meninas viram a névoa, e depois sumir para revelar o jovem Sara.
- Sara Você pode nos ouvir?
Sara olhou vagamente para as irmãs.- sim, o quê vocês querem?
- vou tentar falar devagar e com a maior clareza que eu puder. Há poucos momentos nos estávamos la fora, na parte do jardim que fica bem na frente da casa, sob o carvalho.
A garota acenou a cabeça confirmando.
- temos um novo jardineiro, que começou hoje a limpar esta área. De qualquer formar, Você não vai acreditar no que encontramos: a lapide de um tumulo! Sara, uma lapide com seu nome e o de sua mãe...

Sara não se importou.- e dai? porque vocês se incomodaram de contar isso para mim? já sei que estou morta, e sei que minha mãe esta morta. eu a matei lembram?

- sim, mas essa e a questão. escute bem Sara, você não a matou. Ela morreu em 1851 e você morreu 22 anos antes, em 1829...Consegue perceber? Ela continuou viva!

- mas isso é impossível - a garota protestou.- Eu estava la, cravei a faca no coração dela, fui eu quem a matou. porque estão fazendo isso comigo, amy-Beth porque não deixa as coisas como estão?

- olha Sara, talvez você apenas não tenha esperado tempo suficiente para ver se sua mãe estava realmente morta. você deve ter a ferido gravemente, mais ela sobreviveu, ela não morreu. eu vi as datas da lapide!

Sara balançou a cabeça e cobriu as orelhas com as mãos, como se tentasse apagar as palavras de Amy-Beth.- Isso não é verdade no pode ser.

Então Lucy também se aproximou do espelho.

- Sara, eu também vi a pedra. Você tem que acreditar em nos, estamos falando a verdade. Porque razão mentiríamos?

- ora, eu queria que você pudesse nos acompanhar lá fora para ver a pedra. Talvez fosse o único jeito de acreditar em nos. Mas espere um minuto. O espelho nunca reproduziu a cena onde você supostamente matou sua mãe?

- sim, claro que sim- respondeu Sara.- Varias vezes no decorrer dos anos a cena foi reproduzida para mim, mas só vejo ate o ponto em que levanto a faca e percebo que começa a gritaria.- suspirou.- Tive que cobrir os olhos, então não posso ver nem ouvir nada. Nao percebe, eu tive que apagar isso. Jamais poderei lidar com oque aconteceu.

Como você se sentiria, tendo de observar a si mesma matando a sua própria mãe repetidas vezes, infinitamente? É horrível, totalmente insuportável.

- eu sei- concordou Amy-Beth.- mas oque estou tentando dizer é que, se você pudesse fazer o esforço, só uma vez, de observar a cena diretamente, você notaria que sua mãe não morreu. Quer dizer, você não pode trazer essa lembrança? não podemos fazer isso, ou melhor, não podemos fazer o espelho nos mostrar essa cena em particular?

- não sei...- Sara balançou a cabeça.- não acho que seja uma boa ideia, eu não sei mesmo se quero fazer isso!
- acho que Amy-beth esta certa, Sara. É melhor tentar- disse Lucy.- Sei que deve ser dificil para voce, mas olhe quantos anos Você passou torturada, sem nunca ter qualquer descanso, e esta pode ser a chance. Podemos ajudar Você. Por favor, deixe-nos tentar!
- preciso ir agora- Sara olhou triste e confusa.
- Não vá, não vá Sara!- suplicou Amy-beth.
- Fique, por favor, precisamos conversar a repeito disso.
- não quero mais falar sobre isso- afirmou Sara.- preciso ir e pensar. Vejo vocês amanhã, vão e venham me ver amanhã. Então conversaremos a respeito novamente.
Assim que a voz de Sara desapareceu, então também o reflexo dela sumiu do espelho. Amy-beth e Lucy se entreolharam entristecidas.
- não havia muito mais que pudesse ser dito, Amy-beth- comentou Lucy.
- tudo bem, tudo bem. Eu nem mesmo sei se a reproduçao da cena vai mostrar, mas temos de tentar o melhor de nos para fazer algo. Vamos encontrar os outros no jardim. Venha, preciso de ar fresco.