Capítulo 5 - Um anjo chamado Stiles

365 32 8
                                    


"A perda nem sempre é um mal que vem para nos mastigar, mas talvez um sinal que uma coisa boa há de chegar''.

Dezoito Anos Atrás

Xerife Stilinski - Flashback

A chuva caia fina e cristalina, as arvores já não balançavam como antes, o céu já não era mais azul diante daquela situação, a escuridão tinha tomado conta do meu peito, meus olhos não queriam acreditar no que eu estava vendo, aquilo não era real, não poderia ser real.

- Eu sinto muito. – Disse um homem alto, de cabelos grisalhos e pele leitosa com o semblante triste para mim. Fechei meus olhos e deixei as lagrimas cair, estava doendo dentro de mim, eu estava dilacerado. Ali em algum lugar naquela estrada estava a pessoa que eu amava, minha esposa morta em meus braços, seu sangue jazia sem parar do seu peito, eu tentava reanima-la, mas já era tarde, seu coração não batia, seus olhos estavam abertos, eram azuis seus olhos, e que olhos, neles eu mergulhava todas as manhãs, eu fazia uma viajem sem volta, nem o som da sua voz eu podia mais ouvir, ao qual eu amava quando ela proferia que me amava, parecia melodia saindo do mais belos instrumentos que já ouvi, acho que nenhum se compara a tal.

- Não pode ser! – Aproximei seu rosto ao meu, eu só queria abrir os olhos e ver que tudo não passou de um pesadelo. Adentrei meus dedos aos seus fios de cabelos, eles eram enormes e sedosos, tinha cheiro de morangos, era sua fruta favorita.

- Já chamamos uma ambulância para levarmos ao o IML, eles já estão a caminho senhor. – O que tinha acontecido? – Vamos levar o corpo para averiguar possíveis causas da morte.

- Ninguém vai levar minha flor, ninguém vai legar minha Milla, não vou sair de perto de você meu amor, nunca, jamais. – Alguns minutos depois chegaram com uma ambulância levando-a, eu fui junto, queria estar perto dela, mesmo com seu corpo mais frio que um Iceberg, eu ainda senti seu calor transbordar em mim, eu sentia sua alma em mim.

Levaram-na para uma sala, eu já conheço esse procedimento afinal sou policial, tenho que saber, me sentei em um banco qualquer aguardando notícias. O tempo não passava, eu só queria chorar, quebrar tudo, descobrir quem fez mal a ela e porquê.

- Sr. Stilinski, podemos conversar. – Era meu supervisor, eu havia me mudado a pouco tempo para Beacon Hills, e me transferiram para a base daqui, confesso que os primeiros anos foram complicados devido a uma nova adaptação de vida, em New York é muito agitado, muita correria, a cada chamado a adrenalina tomava conta de mim, o que na minha opinião era excitante, mas eu vim por causa dela, pois estávamos planejando uma vida melhor, queríamos um filho, esse era o maior sonho dela, e eu estava disposto a tudo.

- Não sabemos ao certo o que realmente possa ter levado a morte de sua esposa, quero dê uma olhada nessas fotos. – Ele diz calmo, mas com cautela em sua voz. Peguei as imagens em minhas mãos, nas primeiras só seu corpo ensanguentado, e algumas marcas de cortes nos braços, mas uma delas abalou-me, ele havia me dito que abriam seu corpo para saber se foram de causas naturais, mas eles viram que seu coração não se encontrava ali.

- O que? Mas como isso...? – Meu coração parou, como assim não tinha um coração li, não havia sinais de que o assassino tivesse rasgado tecidos de seu corpo e arrancado, simplesmente ele não estava ali.

- Também não sabemos, vamos atrás de buscas pelas redondezas, abriremos arquivos que possam ter algo similar que nos leve a algo ou alguém. – Eu estava transtornado, sonhos foram destruídos, eu estava... Só? Eu sentir meu peito contrair de maneira grotesca, a sensação era como se uma faca estivesse rasgando-me ao meio, tiraram a vida dela, porque não eu ao invés dela, porque não poderia ser eu lá, morto, era isso que eu queria estar, morto.

Eu não tinha mais forças, eu não conseguia ter animo para levantar e viver, eu estava sofrendo, Deus estava sendo cruel comigo, porque ele a levou de mim? O que eu fiz para merecer?

Com o apoio do meu supervisor chefe, fui para casa, eles me deram tempo indeterminado para voltar ao trabalho, e que quando eu tivesse pronto eu poderia quem sabe reassumir meu posto, mas nem eu mesmo sabia se iria sobreviver a aquela tempestade. Entrei no nosso quarto, seu cheiro estava lá, ela só tinha me dito que ia fazer compras e que voltaria em alguns minutos, e agora só tinha eu e seu cheiro exalando por toda a casa, seu perfume na beirada da cama, peguei-o, queria sentir mais uma vez aquela neblina paradisíaca de jasmim, os retratos de nós dois juntos era um martelo em minha cabeça agora, doía, e num ato de pura fragilidade deixei a cachoeira que estava na beira do precipício cair, se mentado do meu corpo não fosse água, juraria que eram lagrimas de sangue, no que para mim não fazia nenhuma diferença.

Me joguei na cama, fechei meus olhos e com dificuldade soltei um suspiro longo e demorado, eu sentia meu corpo afundar na cama, minha cabeça girava sem parar, e momentos de nós dois passavam, como num filme de romance dramático, mas sem a música de fundo; fiquei ali, apenas pensando e sentindo aquelas emoções me castigarem, e aos poucos sentir o sono vindo e então adormeci.

Sei que, eu estava sonhando, Milla estava nele, pelo o que eu conseguia distinguir tínhamos acabado de nos mudar para Beacon Hills, estávamos arrumando a mudança dentro de casa, quando um homem de olhos verdes, cabelos negros como a noite, um físico forte, e pele leitosa nos abordou em frente a nossa casa, ele sorriu para mim, eu nunca tinha o visto antes, ele se aproximou me desejou boas vindas, minha esposa havia entrado, eu fiquei conversando com ele quando ele disse.

- Seu filho será lindo, tome conta dele por mim. – Antes que eu pudesse questionar Milla me gritou, olhei para trás e ela vinha sorrindo, mas quando voltei minha atenção ao homem ele já não estava lá.

Acordei assustado com um barulho, parecia que eu tinha acabado de tomar um porre na cabeça, desci as escadas zonzo, tinha alguém batendo na porta, e as janelas estavam batendo, estava ventando muito forte, deveria ser alguém pedindo abrigo dessa tempestade, fechei as janelas correndo e gritei um – Já estou indo! – Fui abri-la quando me deparei com ele.

- Não tenho muito tempo para explicar, apenas cuide dele para mim, como se ele fosse seu próprio filho. – O Homem dos sonhos era ele, com uma criança em mãos, ele estava aflito, suor misturado as gotas de chuva pingava do seu corpo, instintivamente peguei a criança no colo, olhei intensamente em seus olhos, e questionei.

- Quem é você? –

- Me chamo Gabriel, anjo Gabriel. – Aquilo só poderia ser uma brincadeira. – Isso não é uma brincadeira.

- O que? Mas como você sabe que eu...? –

- Cuide dele, ele é nossas esperanças, agora tenho que ir. – Ele saiu para fora mancando, em sua cintura uma espada, seus braços tinham uma armadura flamejante como fogo, cortes e ferimentos tinham espalhados pelo seu corpo, o vi fechar seus olhos, o que antes eram verdes, tornaram-se luz, talvez a luz mais pura que já vi, apertei os olhos depois que num sopro ele sumiu.

Aquilo era surreal, como pode uma coisa dessas? Entrei correndo para dentro de casa, secando a criatura que estava em meus braços, seus olhinhos estavam fechados, seus lábios entreabertos, chovia muito forte agora, os raios e trovões não assustavam-no, se fosse eu já teria morrido de medo, suas pequenas e delicadas mãos estavam fechadas, tentei abri-las quando seus olhos abriram-se, eles eram intensos, acho que nenhuma palavra poderia descrever como eles eram perfeitos, ele me lembrou Milla, nele eu vi Milla, talvez seja ele o nosso filho que ele tendo queria. 

Ferias Celestial (Sterek)Onde histórias criam vida. Descubra agora