Capítulo 12 - Milla

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"Nada é impossível para aqueles que acreditam''

Stilinski

Aquilo não poderia ser verdade, não era ela em minha frente, eu tentava acreditar no que estava vendo, mas estava tão difícil, eu tive que comprovar se aquilo era só mais um sonho ou quem sabe um pesadelo.

Com os olhos lacrimejados andei sorrateiramente em sua direção, aqueles olhos, quanto tempo que eu não os vejo, aqueles cabelos sedosos que me faziam arfar em pensar em tê-los entre meus dedos, não poderia ser real, eu a vi morta, tenho certeza do que meus olhos viram a dezessete anos atrás, andei devagar até o ser que estava sentada no sofá, eu queria dizer alguma coisa, mas nenhuma palavra queria sair, estava engasgado.

- Meu amor! - Aquela voz, doce e meiga, era como um canto de uma sereia, hipnotizavam qualquer um, e eu fui enlaçado.

- Milla, é você mesmo? Mas como? Como está viva depois do que fizeram com você? - Tentei tocar-lhe, mas tive medo de ser mais uma nevoa entre meus pensamentos.

- Para falar a verdade não saberia te dizer como isso é possível. - Nos seus olhos tinha mais que pura dor, a solidão havia sido sua amiga, nos conhecíamos apesar de tudo, foram tantos anos juntos que palavras já não eram mais necessárias entre nós, um olhar bastava.

- Mas como? - Aquela pergunta me torturava, todos a minha volta também queria saber como isso poderia ter acontecido, Stiles me olhava aflito, talvez porque ele viveu tantos anos acreditando numa mentira, e agora ela se encontrava bem ali, no sofá, sentada de frente para todos.

- Pai! - Disse Stiles, sentir meu coração dá um pequeno solavanco, os olhos de Milla ficaram supressos, seu cenho franzia, poderia está passando mil coisas agora em sua mente, e uma delas é o fato de como eu segui sem ela.

- Milla - Disse me levantando, fiquei ao lado de Stiles, seus braços tocaram minhas costas, me apertando contra se - Esse é meu filho Stiles.

- Stiles... - O som de seus lábios ecoou fino - Esse seria o nome do nosso menino.

Seus olhos agora transbordavam emoções do passado, eu queria tanto abraça-la, mas o medo era gritante em mim, eu preferia morrer ao ter que saber que aquilo era mais um de meus sonhos.

Stiles estendeu sua mão em sua direção, acompanhei o ato com os olhos, ele apertou a mesma, balançando para cima e para baixo, assim que terminaram eu fui até ela, a essa altura todos começaram sair da sala deixando-nos a sós, o que foi bom porque assim pude tocar sua pele, e então tive a constatação de que ela era real.

Envolvi meus braços em torno do seu corpo, olhei em seus olhos, eles me aqueceram outra vez, e aquela sensação da primeira vez que a vi havia voltado, foi um soco no estomago, poderia pular de felicidade, mas as dúvidas invadiam meu peito intensamente, mas eu não queria saber deles no momento, ela estava ali apara mim, mesmo não sabendo como isso pode ter sido possível, vai ver foi um presente de Deus.

- Eu sentir tanto sua falta sabia? - Não consegui conter um sorriso, ela estava ainda mais bela.

- Você não imagina o quanto eu te procurei nesse tempo todo. - Afaguei minha mão em seu rosto, a trouxe mais perto, sentir sua respiração contra a minha, seu perfume natural nunca havia saído dali, se mantinha intacto em seu corpo, toquei seu lábios com os meus, não estava com pingo de pressa, aquele saber, ah que sabor, eu o tinha agora novamente.

Nenhuma mulher se compara a ela, nenhuma poderia conquistar meu coração outra vez que não fosse ela, era única, de todas eu já usufruir, mas apenas ela me teve de corpo e alma.

Ficamos mais alguns minutos matando a saudade, essa que rasgava no peito, mas que chora agora, Milla tinha muito o que explicar, entretanto teríamos tempo para isso.

- Ele é seu filho com alguém? - Perguntou ela de súbito, sentir uma ponta de tristeza em sua voz.

- Não, depois que você morreu, eu achei Stiles, na verdade um homem o me deu, é uma longa história que se eu lhe contasse você não acreditaria. -Ainda sim ela se mantinha um pouquinho incomodada. No fundo, eu sei que esse era nosso sonho, ter um filho junto, e mesmo que não de sangue Stiles era meu filho, pra ela seria difícil, afinal as coisas mudaram, estamos em tempos de guerra, e não se sabe o segundo que vem, quanto a Stiles terei que conversar com ele.

- Ele então é adotado? -

- Não diria adotado, e sim um presente, ele preencheu metade do vazio que você deixou, ele me salvou, não por completo, pois eu tinha consciência que aqui você não estaria mais, e vê-la daquele jeito partiu meu coração, eu queria ser enterrado junto a te, pois a dor era grande demais, eu não sabia se iria aguentar por muito tempo, mas ai veio Stiles. - Dos meus lábios se notaram sorriso, não havia como não sorrir ao lembrar daquele dia, mesmo com toda aquela dor engajada.

- Ele te ama. - Disse e pude notar sinceridade em suas palavras. - Mas preciso que saiba algo.

- Diga. - Indaguei para que ela continuasse, ela tinha em se preocupação, medo de que algo acontecesse, consegui sentir isso quando tocou meus lábios.

- Eu tenho um filho. - Milhares de coisas percorreram minha cabeça, hipóteses que me levaram a concluir que, ela havia me deixado por causa de outro, porém não tinha lógica, se eu a vi morta, a não ser que tenha sido tudo uma armação. Soltei-me de seus finos braços, e se esses pensamentos fossem verdade?

- Você... você... O que? - Eu não conseguia processar mais nada - Você se deu ao trabalho de fazer aquela cena de morte e tudo só para poder ir embora com outro?

Minha voz estava um pouco alterada, era inevitável não pensar nessas coisas, ainda mais depois de tantos anos.

- Stiles me escuta. -

- Porque você fez isso comigo? Porque voltou então?

- Não é isso que você está pensando? Eu realmente havia sido morta, mas ele me trouxe de volta, e eu nem mesmo sei como.

- Do que você está falando?

- Lúcifer, ele que me trouxe de volta.

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