2° Capítulo

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O Almoço com os empresários foi marcado no Soul Kitchen, restaurante localizado em Nova Jersey, eles preferiam almoçar na cidade central do quem Blackwood, e como era um contrato muito importante para minha empresa eu aceitei que fosse lá. Pois é, eles queriam esse almoço no restaurante do Bon Jovi porque lá é um restaurante de "ação de graças", você come e deixa um valor comunitário pra ajudar quem precisa, já fui lá algumas vezes, a comida é ótima, eles escolheram um ótimo lugar ! As horas passam devagar, o tempo hoje está ameno. Pego o telefone e ligo para mesa de Aisha:
-Fernanda, daqui meia hora vamos sair para o nosso almoço com os empresários, deixe as recomendações que eu te passei para os demais funcionários.
-Okay senhor Marcelo. -esse homem autoritário me mata, sério!
Desligo o tefelone, ela é curta em suas palavras, sem demais delongas, será que ela é sempre assim ? Nunca a reparei.

Fernanda

Fiz tudo que eu deveria fazer, liguei para o RH, informei que o senhor Marcelo queria mais três funcionários na área de produção, e uma copeira para ele, porque além de secretária eu servia de copeira pra levar cafezinho para ele, não ganho para isso, acho que ele se tocou ! Vou ao banheiro e revejo minha maquigem, dou uma conferida na roupa e tudo certo, estou conforme um almoço de negócios. Quero ver como vai ser o caminho da empresa até o restaurante, hoje o meu patrão perguntou da minha noite passada, fiquei incomodada, ele vive dizendo que na empresa dele a vida pessoal fica lá fora e etc, eu em !
-Pronta Fernanda ?
-Sim senhor.
-Pegou todos os papéis, o contrato e os conferiu ?
-Fiz tudo como o senhor mandou !
Fomos em direção ao carro, hoje o motorista dele estava de folga, então ele mesmo ia dirigindo, como vou me controlar naquele restaurante ? AMO a comida de lá. Saímos da empresa e rola uns 15 minutos de silêncio, até o senhor Marcelo quebrar o tão maravilhoso silêncio...
-Você é sempre quieta assim Fernanda ?
-Tem dias que sou assim mesmo Senhor Marcelo !
-Me chama de "senhor" toda hora por quê em ?
-O senhor é meu patrão, e... quando fui terminar a frase ele me interrompeu
-Me sinto um velho quando me chama de "senhor", eu só tenho 32 anos tá ?
Ele da um leve sorriso, SENHOR QUE SORRISO É ESSSE ? Certeza que ele vive de Colgate 3D White !
-Eu fui educada assim, Ma-Marcelo - falo o nome dele com dificuldade, porque realmente fui criada tendo tal educação !
-Eu reparei no seu sobrenome, Patrício não é ?
-Sim, por quê ?
-Patrício, uma das maiores potências no setor têxtil que existiu há alguns anos atrás...
-Era da minha família... falo com tristeza, e ele deve ter percebido, porque se cala !
Assim é o resto do caminho, silencioso e doloroso com minhas lembranças ! Chegamos ao local, sai do carro e sentamos em uma mesa esperando os empresários, não demora muito e eles aparecem, tudo muito chato, conversas sobre negócios e nada mais, homens sérios e sem qualquer tipo de expressão no rosto, graças a Deus chega a hora de assinarem esse bendito contrato, explico as cláusulas, deixo aberto para que perguntem qualquer coisa que não tenham entendido, e eles assinam.
-A secretária está incluída no contrato ? Pergunta um velho nojento com ar de safado e eu faço questão de responde-lo:
-Existe algo chamado profissionalismo, isso eu vejo que o senhor não tem, você está falando com uma secretária e não uma puta qualquer que você pegar por causa do seu dinheiro, mas diferente delas eu não sou uma desesperada por dinheiro e nem estou a venda junto com este contrato !
Peço licença e saio lá para fora, minhas bochechas queimam de raiva, será que Marcelo vai me demitir ? Vai descontar algo do meu salário ? Eu deveria ter sido mais calma, mas aquele velho também me tirou do sério, droga !
-Ei, Fernanda ?
Me assusto, não estava esperando o senhor Marcelo.
-Me desculpa senhor Marcelo, mas é que não sou acostumada ouvir esse tipo de coisa. Falo em disparada sem ao menos respirar de tanto nervosismo !
-Está tudo bem, relaxe, tem homens que agem assim mesmo, fica tranquila, não fez mal em responde-lo, não pode deixar que ninguém a trate como um objeto a ser vendido.
"Um objeto a ser vendido", aquelas palavras martelaram em minha cabeça, por quê ? Bom, este é um assunto que realmente me faz mal, muito mal !
Pelo menos ele não perdeu o contrato, voltamos para a empresa num silêncio perturbador, meu nervosismo era bem mais que visível.

Incendeia-meOnde histórias criam vida. Descubra agora