4° Capítulo

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Pra começar o 4° capítulo segue a tradução da música Skyscraper da Demi, logo vocês entenderam por que.
Arranha-Céu
Os céus estão chorando, estou assistindo.
Pegando as lágrimas com as minhas mãos
Somente o silêncio em seu fim
Como se nunca tivéssemos tido uma chance
Você tem que me fazer sentir como se
Não restasse nada de mim?

Você pode pegar tudo o que tenho
Você pode quebrar tudo o que sou
Como se eu fosse feita de vidro
Como se eu fosse feita de papel

Vá em frente e tente me derrubar
Eu vou me levantar do chão
Como um arranha-céu!
Como um arranha-céu!

Enquanto a fumaça se espalha, eu acordo.
E desembaraço você de mim
Você se sentiria melhor
Se assistisse enquanto eu sangro?
Todas as minhas janelas ainda estão quebradas
Mas estou de pé
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Fernanda

Chego em casa e não encontro Kim, ela sempre chega primeiro do que eu, será que resolveu fazer hora extra hoje ? Tenho 20 dias para decidir pra onde vou nas minhas férias, afinal daqui 20 dias o mês acaba, mas com as economias que guardei sei que vou poder no lugar dos meus sonhos, Bora Bora, uma ilha situada na França, poderia usar meu francês nunca utilizado depois que aprendi, uma companhia seria ótimo, mas o patrão de Kim não daria férias a ela desse jeito. Escuto a porta abrir e lanço meu olhar para a mesma, é Kimberley, com uma cara de morta há 37 dias, okay, eu posso estar exagerando, mas a cara dela não está nada boa...
-Amiga está tudo bem? - digo a ela que mal me responde direito, pois a palavras são falhas.
-A-a-a-miga, o Dom... - diz gaguejando e eu fico nervosa
-Calma Kimberley, vou pegar água pra você, senta no sofá. Pego a água e dou a ela, parece que engole tudo em um único gole de tanto nervosismo.
-Está mais calma meu bem?
-Sim, vou falar rápido porque senão não vou conseguir, Dominick ligou para cá ontem e disse que está de volta, eu fiquei apavorada, e pensei em um jeito de te falar, ia falar com calma, mas hoje saindo do trabalho eu vi os pneus dianteiros do meu carro furados e o Dominick estava encostado nele, fiquei sem reação e ele disse assim "Eu voltei docinho, não estava brincando", ele simplesmente saiu e me deixou lá estática, e  pelo jeito ele não está para brincadeira!
-Kimberley, o que eu vou fazer agora? Esse filho de uma puta quer acabar comigo, já não basta meus pais? Todo esse pesadelo novamente? -digo gritando muito alto, e tenho certeza que os vizinhos ouviram, ela até se assusta.
-Fê, ontem no telefone ele disse que quer você...
-Ele quer? Não vai ter, a não ser que me tenha morta, porque só morta eu chego perto daquele escroto, chulo, ridículo! - cuspo as palavras como se fosse lixo na minha boca
-Calma Fê, por favor, calma, temos que ir a Polícia.
-Você deve estar louca né Kimberley? Acha mesmo que eu vou colocar polícia no meio disso sabendo que ele é um deles e que pode fazer mal a única pessoa que eu tenho no mundo, no caso você, por conta de uma denúncia na polícia? Olha eu sou louca e sem juízo, mas sei proteger quem eu amo ! - sem perceber as lágrimas saiam dos meus olhos sem esforço algum, eu não queria chorar, mas como dizem por ai "Deus te deu um coração tão bom que você não aguenta coisas ruins nele e chora para descarregar" e era isso que estava fazendo, me descarregando!
Pego as chaves do apartamento e do meu carro, preciso sair e pensar no que Kimberley disse.
-A onde vai? Pelo amor de Deus não faz besteiras Fernada!
-Eu só vou relaxar, prometo, eu te amo. -digo saindo sem dar chances de ela me responder de volta, vou diretamente para o mesmo lago de sempre, onde a grama em volta dele é verdinha e bem aparada, onde a água é um azul fascinante, onde os bancos são aconchegantes e o ar que as árvores de lá produzem é leve! Sento-me na grama olhando para aquela paisagem que tanto eu amo, faço um balanço geral da minha vida e vejo que podem pegar tudo o que eu tenho, podem quebrar tudo o que eu sou, como se eu fosse feita de vidro ou de papel (agora entenderam o porquê da música né? rs), mas ainda sim eu estou de pé, eu aguentei tudo, aguentei até mesmo a dor de perder meus pais de uma vez só, de ver minha família se esvaindo e me jogando para fora dela como se eu tivesse culpa da morte dos meus pais, hoje não tenho mais tias, tios, primos, primas, avós, avôs, e nem mesmo meu irmão, tudo por causa de Dominick, Dominick Darwin, e ainda sim estou de pé ! Hoje seria um dia de eu me estressar, ficar com medo e cogitar em mudar de cidade novamente, mas faço diferente, me coloco de pé diante dessa situação e entro de cabeça na certeza que dessa vez sou forte o suficiente pra enfrentar Dominick, e de uma vez por todas eliminar este passado, pois eu "vou me levantar do chão como um arranha-céu", a Fernanda medrosa e patricinha morreu há cinco anos, hoje Fernanda Patrício é uma mulher, mulher misteriosa, destemida e corajosa, se prepare Dominick, o nosso encontro será épico!

Incendeia-meOnde histórias criam vida. Descubra agora