Incendeia-me

11° Capítulo

Oi oi oi gente, para o capítulo de hoje a música é "No air" do Chris Brown & Jordin Sparks.

Marcelo

Quase não acreditei quando Fernanda me disse que era pura, e realmente era, pretendo ser o primeiro e último homem dessa mulher.

Limpo a sujeira que fiz nela, a convido para um banho, tomamos um banho sem malícia, eu limpo ela toda, na hora nem percebemos mas ela sangrou e provavelmente minha cama está manchada também, mas isso não é um problema, lençóis a gente troca.
A ajeito em meus braços, faço carinho em seus cabelos...

-Obrigada ! - diz carinhosamente.

-Obrigada ? - digo sem entender.

-Sim, obrigada por tudo que anda me proporcionando nesses últimos tempos, tem sido maravilhoso comigo como nunca ninguém foi ! - diz com seus olhos brilhando.

-Eu que agradeço por você estar sendo uma mulher que nunca ninguém foi pra mim, você é simplesmente incrível ! - digo carinhosamente.

-Eu queria te fazer uma pergunta Marcelo... - diz num tom de insegurança.

-Quantas você desejar meu amor ! - digo sorrindo.

-Depois de tudo isso, "nós" ficamos como ? - diz tímida.

-Ué, ficamos eu e você né ? Não queria me precipitar, mas Fernanda, eu sinto algo por você que ainda não sei definir, mas é forte ! - digo com vergonha.

-Tenho a mesma sensação, é algo forte, eu ainda não sei descrever, mas enquanto isso seremos eu e você ! - diz sorridente.

-Sim, my Sweetness, eu e você ! - digo carinhosamente.
-Meu Celo ! - diz carinhosamente.

Beijo o topo de sua cabeça, a ajeito mais uma vez em meus braços, ela se aconchega, dá um suspiro que parece de alívio, fecho meus olhos quando ela fecha os dela e adormecemos assim. 

(...)

Acordo primeiro que ela, me levanto e dona Zulmira já está preparando o café da manhã, peço para ela caprichar e montar uma bandeja com tudo de melhor e saudável para my Sweetness, afinal ela não pode comer besteiras, hoje ela terá café na cama. Pego a bandeja e vou levando para o quarto, abro a porta que estava encostada com um pé, coloco a bandeja sobre o criado mudo, me sento na cama e começo a dar leves beijos em seu rosto, até que ela vá acordando.

-Bom dia minha Bela Adormecida ! - digo sorrindo para ela.

-Bom dia delícia ! - diz sorrindo também.

-Olha o que eu trouxe pra você meu amor. - digo apontando para o criado mudo.

-Assim vai me acostumar mal mocinho ! - diz fazendo beicinho.

-Você merece o melhor minha rainha. - digo piscando para ela e colocando a bandeja no meio cama, ela senta de um lado e eu do outro, começamos a tomar café da manhã juntos, há tempos não fazia isso, nem lembrava mais como era bom acordar acompanhado.

-Sabe Sweetness, eu achava que você era uma simples secretária, nunca tinha reparado em você, o velho Marcelo nunca olharia pra sua secretária, mas você é tão diferente e eu percebi o quanto fútil eu era pensando assim, porque você além de linda é inteligente, tem objetivos, sonhos, é guerreira, dona de um sorriso lindo, um corpo escultural e é fodidamente gostosa, como em cinco anos juntos eu só vim reparar nisso agora ? Desconfio que eu seja míope ! - digo sorrindo carinhosamente.

-Antes de eu ser essa Feranda eu era uma patricinha fútil, sem escrúpulos e não suportava pobre do meu lado, até eu perder tudo o que eu tinha, eu passei por muitas coisas que forjaram meu caráter de todas as formas possíveis, e hoje eu sou assim, eu gosto do meu eu, gosto do que o espelho reflete ! Sobre você meu amor, eu sempre reparei na sua beleza, no seu corpo, no seu jeito autoritário, em como me dava as ordens, mas nunca reparei no seu real conteúdo, você é maravilhoso por dentro e por fora ! - diz ela sorrindo, e que sorriso em.

-Naquele dia quando você respondeu aqueles empresários na lata vi que você era diferente, não era qualquer uma, você se valorizava e sabia o limite entre trabalho e intimidades, que aliás, é uma coisa que você separa muito bem, tenho orgulho de você pequena. - digo vitorioso. Quantas declarações para uma só manhã, não estava me reconhecendo, não mesmo.
Hoje vou levar Fernanda pra paciar no parque, ficar só dentro de casa enjoa e ela ficou uma semana no hospital, deve estar enjoada de lugar fechado, certeza !

-Se arruma gatinha. - digo sorrindo.

-Vamos onde palhacinho ? - diz com cara de boba alegre.

-Ao parque "mô bem" ! - digo piscando para ela.

Ela vai se arrumar e eu também, coloco uma roupa leve, ela está linda em um vestidinho florido, uma rasteirinha e seus cabelos em rabo de cavalo. Percebi que ela estava andando meio estranho, deve ser por conta de ontem, mas se ela não falou nada não sou eu que vou falar, porque convenhamos né ? Primeira vez é sempre constrangedora. Mas foi mágico, e ela me surpreendeu muito !

Estávamos caminhando pelo parque quando um homem branco, alto, olhos verdes passa do lado dela e ela perde a cor, aperta minha mão como apertou aquele dia no hospital, mais um apertão desses e eu fico sem meus dedos.

-Ei ? - puxo ela para olhar em meus olhos.

-O que foi princesa, por quê está assim ? - digo preocupado.

-Na-na-não é nada ! - diz nervosa.

-Você só gagueja quando está nervosa, então solta o verbo minha querida. - digo firme.

-Ainda não estou pronta pra falar disso, me perdoa, só me abraça e me tira daqui, por favor ! Me perdoa ! - ela diz com os olhos cheios de lágrimas, e a melhor solução é tira-la daqui mesmo e respeitar o seu silêncio e assim eu fiz, mesmo estando preocupado eu respeitei seu silêncio. Já percebi que Fernanda é uma mulher cheia de mistérios e vou ter que desvenda-los a cada dia, porque na marra não vai funcionar mesmo ! 

Chegamos na minha cobertura, dou um copo de água a ela e peço que se acalme pra não ter que voltar pro hospital, era a última coisa que eu queria, ver ela internada e sem a cor dos seus lábios e o brilho nos olhos que ela tem ! Ver ela mal daquele jeito era o mesmo do que enfiar uma faca no meu peito e ficar girando ela por horas e horas, uma tortura lenta e muito dolorida !