Capítulo 9 - Encontro americano

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Quando chegamos em casa fui direto para o meu quarto com as compras que fiz. Faltavam algumas horas para o Alex chegar, então decidi me dar um banho de beleza. Me olhei no espelho e comecei a procurar o que eu precisava fazer. Comecei pelas minhas sombrancelhas que que já tinha alguns pelinhos inconveniente crescendo. Logo em seguida fui para o banheiro, comecei hidratando meu cabelo e me depilando. Vai que... né!
Depois de um banho demorado e quentinho, sentei na minha cama de roupão e com a toalha no cabelo e comecei a pintar minhas unhas. Optei por um esmalte vermelho vinho.
-Amiga? - pude ouvir através da porta. - Posso entrar?
- Entra gabi! - gabi abriu a porta e se sentou ao meu lado na cama.
- Ta ansiosa pra hoje a noite? - disse gabi bem mais animada do que hoje de manhã.
- Ai amiga, ansiosa não estou. Mas admito que estou nervosa! - disse finalizando a unha do dedinho e assoprando devagar para secar. - Faz muito tempo que não me envolvia com um cara sabe. Desdo Marcelo a alguns anos atrás, eu tava meio que invisível para esse tipo de coisa. Mas derrepente me chove homem. - dei uma risada. - Bom chover homem é um pouco de exagero, mas primeiro o Ricardo e agora o Alex. To ficando meio surtada com isso.
- Amiga! Relaxa é só um encontro. - disse gabi sorrindo. - E nem menciona o Marcelo que eu já fico enjoada.
O Marcelo foi meu namorado na faculdade. Nós conhecemos no primeiro ano da faculdade e namoramos até o último. Eu amava aquele homem, porém o amor não era mútuo. Todo mundo na faculdade sabia que ele me traía, mas eu nao conseguia abrir meus olhos e ver o que se passava. Até o dia em que peguei ele no banheiro feminino transando com uma vagabunda qualquer da universidade. Eu fiquei chocada com a cara de pau dele, mas meu coração ficou em pedacinhos.
- Amiga se ta me escutando! - disse gabi me balançando o ombro. - Você tava pensando nele? - Não consegui olhar para gabi, só a baixei a cabeça.- Amiga vamos esquecer aquele vagabundo. Nem todos os homens são iguais a ele.
- Eu sei, mas dói um pouco ainda amiga. E depois do Ricardo com aquele loucura de um dia e sem nem um bom dia depois, não to muito confiante com o Alex.
- Amiga o problema é que você está muito ansiosa. Deixa acontecer! Relaxa e...
- Não precisa nem terminar de falar. - começamos a rir. - Já entendi o recado.
- Ótimo! Agora vem aqui que eu vou te maquiar.
Gabi me puxou para a penteadeira/mesa de estudos e começou a me maquiar. Ela fez uma maquiagem mais leve nos olhos, puxando bem o deliniador e caprichou na boca vermelha. Pra terminar ela cacheou meu cabelo que já estava passando dos ombros. Coloquei meu vestido tubinho novo, um salto alto preto fosco e para completar um colar de pérolas bem pequenas.
- Amiga você está parecendo uma dessas garotas ricas aqui de NY. Maravilhosa! - disse gabi batendo palmas e dando pulinhos de alegria.
A campainha tocou e nós duas viramos o rosto para a porta do quarto. Olhei para gabi e ela logo já tinha entendido meu nervosismo e correu para me abraçar.
- Vai logo e acaba com ele amiga! - disse gabi me soltando e dando um tapinha na minha bunda.
- Ridícula! - começamos a rir.
Antes de abrir a porta, dei uma ultima ajeitada no vestido e no cabelo. Peguei minha bolsa que estava em cima do balcão e abri a porta com o melhor sorriso que podia expressar naquele momento.
Ele estava maravilhoso. Estava com uma calça jeans que apertava os lugares certos pra me tirar o fôlego. Que combinou perfeitamente com uma camisa azul clara com apenas dois botões abertos, mostrando um pouco do seu peito. E o blazer preto estava combinando com os sapatos também pretos.
- Maravilhosa! - foi a primeira palavra que Alex disse quando me viu.
- Posso dizer o mesmo.
- Então vamos! - peguei em sua mão que estava estendida para sairmos dali.

O lugar onde estavamos era MARAVILHOSO. O prédio devia ter uns 100 andares e era todo espelhado por fora. Fomos guiados pelo garçom do restaurante até a nossa mesa. Acho que não vou ter dinheiro pra pagar a conta aqui nesse restaurante!!!!!
Alex puxou a cadeira para eu me sentar e logo tomou seu lugar. Fiquei alguns segundo admirando aquela riqueza de restaurante.
- Gostou? - pude ouvir aquela voz grossa e gostoso me chamando a atenção.
- Amei! - abri um sorriso, pois realmente eu estava muito empolgada com aqule lugar.
-Hoje vai ser uma noite especial. - o garçom trouxe duas taças de champanhe e alex me propôs um brinde. - A melhor noite!
- A melhor noite! - disse abrindo ainda mais meu sorriso e brindando junto com ele.
Bebi minha taça em um gole só, estava quase aos prantos de tão nervosa. Ele tinha esse dom em mim. Quando olhava pra ele me sentia pequena, bem pequeninha. Mas sentia que ele era grande o suficiente para me proteger. Seu cabelo já estava crescendo, bem diferente do primeiro dia que nos conhecemos. Mas o tique de morder os lábios ainda permanecia.
- O que você está achando de NY Carol? - o jeito que ele fala meu nome, tenho certeza que é só para me provocar.
-Bom achei que podia ser melhor. - fiz a melhor cara de desdém e olhei para ele que tinha estampado um rosto meio indecifrável. - Brincadeira!!! - comecei a rir. - Eu estou amanda cada segundo que passo aqui Alex. - suspirei. - Parece um sonho que esta se tornando real a cada dia. - abri um sorriso sincero, que logo foi retribuido.
- Dizem que NY é onde todos os seus sonhos podem se realizar. Eu não acreditava muito até me mudar da California para cá. Mas de um tempo para cá estou começando a acreditar seriamente nessa teoria. - ele disse com um sorriso de lado, o que ele quis dizer com isso? Fiquei meio confusa.
Logo chegou o garçom para me salvar daquele devaneio maluco. Optei por um filé com salada, eu estava morrendo de fome, mas não quis ser muito ousada e devorar um hipopótamo na frente dele. Alex escolheu uma massa esquisita de pronunciar e mais vinho para acompanhar.
- Qual é o curso que você está fazendo Carol?
- É um curso de extensão em Propaganda e Publicidade. Como se fosse uma pós... na verdade não sei explicar muito bem. - dei de ombros e sorri levemente. - E você sr. Alex? - naquele momento me toquei que aquele pedaço de mal caminho era totalmente um segredo para mim, não sabia muito coisa sobre ele.
- Bom, como você já sabe eu estudei na mesma faculdade que você. - disse dando um gole no vinho. - Depois me mudei para a Califórnia onde fiquei um bom tempo. - seu sorriso foi aumentando cada vez mais, mas de um segundo para outro desapareceu. - Porém os negócios de família batem a porta e você não consegue mais fugir do seu destino... - suas palavras pairavam no ar. Seu olhar se fechou em algum pensamento e permaneceu ali por alguns segundos. Tentei quebrar o clima.
- Familia é sempre família, né! - dei um sorriso de cumplicidade, que logo foi retribuido.
Nossos patros tinham acabado de chegar e foi o bastante para quebrar o clima tenso e voltarmos para uma conversa animada.
Conversa vai e conversa vem e mais uma taça de vinho. Já não estava muito sóbria e podia dizer o mesmo de Alex. Decidimos então pedir nossas sobremesas para o efeito do álcool passar um pouco.
- Eu acho que nunca comi um bolo de chocolate tão gostoso como esse! - disse depois de mastigar meu último pedaço de bolo. Alex deu uma leve gargalhada.
- Fico muito feliz de ouvir isso. - fiquei um pouco corada com suas palavras.
Tentei pagar minha parte da conta, mas Alex não permitiu.
- A próxima vez você paga Carol. - disse pegando minha mão e me guiando para fora do restaurante. Perai, vai ter próxima vez! Corei. - E vamos logo que a nossa noite está apenas começando.
Fui guiada por Alex até outro salão do hotel onde estava rolando uma balada incrível. Queria muito que gabi estivesse aqui comigo, ela iria amar esse lugar. Preciso trazer ela aqui!
Alex me guiou até a pista para dançar. Como já estavamos um pouco alegre não foi dificil se soltar e começar a pular no ritmo da música. Era assustador o jeito que estavamos nos dando bem, estar com ele ali naquele momento me tirava o pouco ar que restava dentro do meu peito. Dançamos mais algumas músicas e logo começou uma música mais calma. Alex me puxou para junto de seu corpo e consegui sentir seus braços firmes me agarrando pela cintura. Coloquei meus braços em seu pescoço e começamos a dançar no ritmo da música. Aquela sensação do meu corpo junto ao dele me causava arrepios seguidos. Eu não estava me controlando mais. Eu precisava beijar ele novamente, meu corpo clamava por isso. Coloquei minha testa junto a dele e fechei meus olhos. Nossas bocas estavam quase juntas e eu conseguia sentir seu coração acelerado colado no meu corpo. Coloquei minha mão em sua nuca e comecei a fazer carinho em seu cabelo. Estavamos só nós dois ali naquela pista e o tempo parecia que não passava mais.
Seu celular começou a vibrar no bolso nos tirando daquele momento maravilhoso e trazendo para a realidade.
Ele atendeu o celular rapidamente e ao final abriu um sorriso meio safado. Ele estava planejando alguma coisa.
- Vamos? Tenho uma surpresa para você. - ele pegou minha mão e saiu me puxando da pista para a saida.
- Onde estamos indo? - disse um pouco confusa.
- Você vai ver! - ele me agarrou e me jogou para dentro do elevador fazendo com que quase caissemos no chão. Não consegui segurar minha risada e logo ele começou a gargalhar também.
- Seu sorriso é maravilhoso Carol! - disse ele me encostando na parede do elevador e passando seus dedos pelo meu rosto. Já conseguia sentir minhas bochechas queimando.
Chegamos ao nosso destino pelo apito do elevador. Ele ficou atrás de mim, cobriu meus olhos e começou a me guiar para fora do elevador. Já conseguia sentir uma brisa soprando meu cabelo de leve. Onde estavamos?
Ele abriu meus olhos e me deparei com uma Nova York brilhante e radiante. Estavamos no topo do prédio e a vista era maravilhosa. Conseguia ver basicamente tudo.
Alex me abraçou por trás pois já estava começando a bater os dentes de frio. Devia ter trazido uma blusa.
Parecia que ele tinha lido meus pensamentos. Ele tirou seu blazer e colocou em meus ombros. Fui abraçada por seu perfume.
- Obrigada Alex! Isso tudo é maravilhoso. - ele me virou contra seu corpo e me agarrou ainda mais. Olhei em seus olhos e os encarei por um tempo.
- Ainda está faltando a melhor parte. - ele me guiou até um mezanino de madeira que estava coberto por almofadas.
Nos sentamos e começamos a apreciar a vista. Alex me serviu uma taça de champanhe e nos cobriu com uma manta que tinha ali por perto.
- Posso saber qual é a melhor parte? - falei confusa com a situação.
- Você já vai ver. - ele olhou no relógio e sorriu. - Agora!
No mesmo instante uma claridade começou a invadir a cidade, o sol estava nascendo. A cena era maravilhosa, o brilho que NY ficava ao amanhecer era divino. Se eu não tivesse ali, juraria que estava vendo um filme. Abri um sorriso e olhei para Alex que estava me encarando.
- Você não vai admirar o sol? - disse parecendo uma criança feliz em ver o papai noel.
- Estou admirando coisa melhor! - virei rapidamente para a paisagem e abri um sorriso.

Já estavamos a caminho da minha casa e eu estava morta de cansaço. Meus pés latejavam de tanta dor, mas não podia demonstrar isso.
Chegamos bem rápido ao me apartamento. Alex abriu a porta do carro para mim e me ajudou a descer.
Caminhamos até a porta do meu prédio em silêncio. Peguei minhas chaves para abrir a porta e me virei para ele.
- Eu simplismente amei a noite Alex! - disse olhando para as chaves que estavam brincando nos meus dedos.
- Eu digo o mesmo. - Alex segurou meu rosto levantando para olhar seus olhos, mordi meua lábios. Estive esperando aquele momento a noite toda.
Ele segurou minha cintura e me beijou. Um beijo dessa vez mais calmo do que o outro. Mas minha urgência logo foi percebida e o ritmo do beijo aumentou cada vez mais. Mordi seu lábio inferior que o fez estremecer um pouco. Já estavamos perdendo o controle.
Me afastei dele e respirei fundo. Estava sem fôlego e ele também. Comecei a rir quando vi que sua boca estava toda suja de batom e comecei a limpar. Ele deu um sorriso de lado e me abraçou pela cintura.
- Preciso ir Carol! Ainda tenho que trabalhar hoje. - fiquei meio triste.
- Mas hoje é sabado! - disse baixinho.
- Eu sei... mas é complicado onde trabalho. - ele me deu um beijo mais casto dessa vez. - Te ligo mais tarde.
Ele me soltou e foi em direção aoseu carro, olhando apenas mais uma vez para trás e sorrindo.

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